quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Novidade na Biblioteca: "Cinquenta palavras para a chuva" de Asha Lemmie

Amadora: Topseller, 2021
ISBN 978-989-564-803-0

Japão, 1948. Aos 8 anos, Nori Kamiza é abandonada pela mãe, que a deixa apenas com um conselho: não questiones, não lutes, não resistas. Fruto da relação proibida entre uma aristocrata japonesa e um soldado afroamericano, Nori sempre se sentiu excluída, mas nada poderia prepará-la para a atitude dos avós, que aceitam recebê-la com o único intuito de a manterem escondida. Sozinha e assustada, Nori resigna-se a uma vida de confinamento no sótão da propriedade com a mesma resiliência com que se submete aos banhos químicos que têm como objetivo aclarar-lhe a pele. A sua vida começa a mudar no dia da chegada de Akira, o irmão mais velho que ela não conhecia e que será o legítimo herdeiro do nome e dos negócios da família. É a primeira vez que alguém se aproxima de Nori, ouvindo as suas dúvidas e respondendo às suas inquietações, o que a leva a questionar as regras que têm regido a sua vida. Entre os dois forma-se uma ligação improvável e poderosa que acaba por destabilizar os planos dos avós e mudar para sempre a vida de toda a família.

Depois de ter um vislumbre do mundo e das possibilidades que espreitam para lá dos muros da propriedade, Nori está disposta a lutar para fazer parte dele — uma batalha que poderá custar-lhe tudo, até a própria vida.

Fonte: contracapa do livro

Leia aqui as primeiras páginas. Gostou?

Requisite na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Fundo local enriquecido: "Utopia Mirandum" de Rui Cruz

Arganil: ed. autor, 2021
ISBN 978-989-33-2041-9
Através do livro "Utopia Mirandum" Rui Cruz tenta destruir narrativas vigentes, numa época de crise, propondo ao leitor uma nova narrativa. (Luís Novais)

Numa sala de um tribunal, 3 desconhecidos, por razões quase ridículas, travam um conhecimento pessoas, que em breve se transformou em amizade e cumplicidade, a tal ponto que tomaram a iniciativa de mudarem radicalmente as suas vidas, partindo para uma epopeia que os levou ao acaso histórico de fundarem um país diferente, ousado, polémico e certamente estranho.

Este texto narra, na primeira parte, as aventuras que se viveram até ao nascimento da nação e depois, nas partes seguintes, aproveita os incidentes e picardias que se seguiram e que condicionaram a forma como se organiza a vida e a sociedade nessa terra, fazendo uma breve visita às suas instituições e aos conceitos determinantes, sendo certo que trata de uma forma simples de temas bastante controversos e eventualmente potenciadores de muita polémica.

Mais que uma história por vezes bem-humorada, por vezes muito sarcástica, por vezes demolidora, trata-se de um documento em que se lançam as bases daquilo que justamente se pode chamar uma nova utopia, a que o autor chama a UTOPIA MIRANDUM.

Fonte: contracapa do livro

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Novidade na Biblioteca: "Gente ansiosa" de Fredrik Backman

Porto: Porto Editora, 2022
ISBN 978-972-0-03504-2

Gente Ansiosa é uma comédia tocante e profunda do sueco Fredrik Backman. Neste livro, o autor surpreende-nos com uma história sobre pessoas aparentemente idiotas, unidas por uma situação insólita. Ou, se calhar, por várias. (fonte: Lux woman)
Visitar um apartamento que está à venda não costuma redundar numa situação de perigo. A menos que seja antevéspera de Ano Novo, e um ladrão inexperiente tenha decidido assaltar um banco onde não há dinheiro. Quando assim é, torna-se inevitável que não haja sequer um plano de fuga, e se acabe com uma data de reféns acidentais. Felizmente, podemos confiar na pronta intervenção das autoridades. A menos que os dois polícias responsáveis pelo caso não se entendam nem saibam o que fazer.

Ainda assim, acreditamos que tudo correrá bem, em particular se os reféns permanecerem calmos. A menos que sejam os reféns mais idiotas de todos os tempos: uma analista bancária com ideias suicidas, uma adorável velhinha com motivações pouco transparentes, um casal reformado com uma paixão enorme pelo IKEA, duas recém-casadas, prestes a serem mães, que andam sempre às turras, uma agente imobiliária com entusiasmo a mais e talento a menos, e uma pessoa vestida de coelho.

Com um sentido de humor excecional, que cativou milhões de leitores em todo o mundo, e personagens tão imperfeitas quanto tocantes, Fredrik Backman volta a surpreender com esta história sobre gente idiota e ansiosa e os laços invisíveis que (n)os unem.

Fonte: contracapa do livro

Livro disponível para empréstimo na rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

14 de fevereiro - Dias dos Namorados

Amar

Que pode uma criatura senão,

entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de
amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração
expectante, e amar o inóspito, o cru, um vaso sem flor, um chão de
ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de
rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas
pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na
concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água
implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade


O Dia dos Namorados, ou Dia de São Valentim, celebra-se a 14 de Fevereiro. Este dia é conhecido por ser o dia mais romântico do ano, celebra-se o amor, a paixão entre amantes e a partilha de sentimentos e emoções.

Num âmbito mais alargado poderemos considerar que este é o dia em que basicamente se comemora o AMOR: Amor de mãe, de pai, filhos, homem e mulher, família, amigos. Por essa razão a Biblioteca Municipal de Arganil não poderia deixar de fazer referência à data, uma vez que o sentimento do AMOR é fundamental nas nossas vidas.

Para assinalar este dia está patente, entre o dia 10 e 28 de fevereiro, uma mostra de poemas de amor de autores de língua portuguesa, para ler, apreciar e partilhar!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Sugestão de leitura: "Amores imperfeitos" de Helena Sacadura Cabral

Lisboa: Clube do autor, 2021
ISBN 978-989-724-592-3

Amores imperfeitos inclui histórias sobre mais de cinquenta vidas. "Umas que aconteceram. Outras, que podiam ter acontecido. Leia-as devagar e no fim de cada uma delas pergunte a si própria: «E se tivesse sido comigo, como reagiria?» Porque quando alguém escreve um livro que é publicado, ele deixa de ser seu, para passar a ser o que cada um vê nele. Possivelmente, é na resposta a esta questão e na fusão que se dá com o leitor, que residirão a beleza e mais-valia de um livro!" (Helena Sacadura Cabral)

Histórias de amores, intensos e verdadeiros, efémeros e volúveis, inesquecíveis e perdidos no tempo, narradas com a ternura e o humor que caracterizam Helena Sacadura Cabral. Retratos de mulheres inspiradoras que cumpriram o seu destino e nos dão um vislumbre da complexidade da alma e da força do carácter feminino.

Este livro apresenta várias histórias de vida. Umas são fruto da imaginação da autora. Outras aconteceram, de facto. E outras, ainda, conquistam-nos pela combinação entre ficção e realidade. Mas todas têm algo que aconteceu ou poderia ter acontecido. Profundamente humanas e inspiradoras, estas histórias abordam alguns dos temas mais sensíveis da sociedade, desde as grandes conquistas no feminino (nos mais variados campos), até questões fracturantes como o aborto, a violação ou a homossexualidade.

Contadas na perspectiva feminino, as histórias fazem pensar por vezes no seu reverso, naquilo que se teria passado no coração e na cabeça dos homens que também as viveram. Ao colocar a tónica na mulher, Helena Sacadura Cabral revela feitos por vezes esquecidos e como tem sido longo e difícil o caminho da afirmação feminina.

Fonte: Badana do livro

Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil.

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Tempo para a poesia LXXXIX

Na solidão

Pedi ás selvas um consôlo amigo,
e um dôce abrigo quiz achar então,
abrindo ás auras o sacrário da alma,
aonde a calma êu procurava em vão.

E mêsmo lá, n'um delirar de louco,
vi que era pouco algum prazêr, que tive!
É que, inda à sombra de florífera râma,
longe do que âma, o coração não vive.

Tudo nos bosques era gala e festa!
tôda a floresta pâra mim sorria!
Sentei-me... ergui-me... dôidejei... ás flôres
contei amôres, que ninguem sabia.

Por entre as matas de um odôr selvagem,
corria aragem, não faltava luz!
o sol gravava, em sêu formôso manto,
o mago encanto, que a solidão produz!

Mâs... ai! fui triste! Olhei ao longe e ao perto,
e o olhar incerto não te viu, amôr...
a ti, ó ente, que a minha alma entendes,
e que me prendes, com estrânho ardôr.

Êu quiz mirar-te n'um gentil regato,
que d'entre o amto se escoava a mêdo,
parei... fugiste, celestial miragem,
bem como a aragem, por entre o arvorêdo

Quiz a cabêça recostar-te ao braço,
no têu regaçõ delirar... cair...
sentir o arfar do têu virgínio sêio,
e em dôce enlêio a tua fala ouvir.

- Engâno! engâno! - dizia êu tremênte!
- Engâno! - a mente me bradava ainda!
Fôi-se o desêjo... tudo lá faltava...
só me restava uma suade infinda.

E essa saudade, que êu então sentia,
e essa gonia, que êu então sofri,
estão na FLÔR - que te mandei -, objecto
que diz o afecto, que me prendi a ti.

Maio - 1872

Sanches de Frias in Horas perdidas
(livro disponível para consulta na Biblioteca Municipal de Arganil)