terça-feira, 25 de maio de 2010

Manual de Ferramentas da Web 2.0 para Professores – uma interessante ferramenta

“Com o aparecimento da World Wide Web alterou-se a forma como se acede à informação e como se passou a pesquisar, preparar aulas, planear uma viagem ou a comunicar com os outros. No início da década de 90, Berners-Lee et al. (1994) referem que a Web “foi desenvolvida para ser um repositório do conhecimento humano, que permitiria que colaboradores em locais distintos partilhassem as suas ideias e todos os aspectos de um projecto comum” (…)

A Web começou por ser sobretudo texto com hiperligações, a que se vieram a associar imagens, som e mais tarde vídeo. (…) Com a Web democratizou-se a publicação online e o acesso à informação. Com o aparecimento das funcionalidades da Web 2.0, conceito proposto por Tim O’Reilly e o MediaLive International, a facilidade de publicação online e a facilidade de interacção entre os cibernautas torna-se uma realidade.

A Web passa a ser encarada como uma plataforma, na qual tudo está facilmente acessível e em que publicar online deixa de exigir a criação de páginas Web e de saber alojá-las num servidor. A facilidade em publicar conteúdos e em comentar os “posts” fez com que as redes sociais se desenvolvessem online. Postar e comentar passaram a ser duas realidades complementares, que muito têm contribuído para desenvolver o espírito crítico e para aumentar o nível de interacção social online. O Hi5, o MySpace, o Linkedin, o Facebook, o Ning, entre outros, facilitam e, de certo modo, estimulam o processo de interacção social e de aprendizagem. Escrever online é estimulante para os professores e para os alunos. (…)

Neste momento, os agentes educativos podem, com toda a facilidade, escrever online no blogue, gravar um assunto no podcast ou disponibilizar um filme no YouTube. O ambiente de trabalho deixa de estar no computador pessoal do professor e passa a estar online, sempre acessível, a partir de qualquer lugar do planeta com acesso à Internet.”
Excerto da Introdução por Ana Amélia A. Carvalho

Esta publicação do Ministério da Educação, organizada por Ana Amélia A. Carvalho, é constituída por nove capítulos, e em cada capítulo é feita a contextualização de cada ferramenta, apresentando o seu modo de funcionamento e como pode ser aplicado nas práticas educativas.

1º - Blogue, YouTube, 1. Flickr e Delicious
2º - Podcast e utilização do software Audacity
3º - Dandelife, Wiki e Goowy
4º - Ferramentas Google: Page Creator, Docs e Calendar
5º - PopFly – como editor de mashups
6º - A Web 2.0 e as Tecnologias Móveis
7º - Ambientes Virtuais e Second Life
8º - Do Movie Maker ao YouTube
9º - Mapas Conceptuais Online

Professores e demais educadores não se podem alhear do desenvolvimento tecnológico. No século XXI estas novas ferramentas e funcionalidades da web 2.0 devem fazer parte integrante do processo educativo. Consulte esta obra disponível on-line e aprenda a usar a web 2.0!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Educação, Literacia e Cidadania

A educação no século XXI deve fundamentalmente responder à questão: viver juntos, com que finalidades, para fazer o quê? e dar a cada um, ao longo de toda a vida, a capacidade de participar activamente, num projecto de sociedade. Ou seja o sistema educativo tem como missão formar os seus alunos no sentido de participarem dinamicamente na sociedade, e de acordo com o relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI deve “fornecer os mapas de um mundo complexo e perpetuamente agitado e a bússola que permita nele navegar”.

Uma das condições ao exercício de uma cidadania plena é a literacia. Literacia e educação estão indissociavelmente interligadas. Até há uns anos atrás o conceito de literacia resumia-se à capacidade do indivíduo saber ler, escrever e efectuar cálculos básicos. Hoje, face ao rápido desenvolvimento tecnológico, o conceito é necessariamente muito mais abrangente e começa-se a falar de literacia informativa, literacia mediática ou multimédia, para referir a capacidade de fazer face aos desafios colocados pela sociedade da informação e do conhecimento. Estas novas vertentes da literacia são fundamentais para evitar novas formas de exclusão e também ferramentas imprescindíveis para desempenhar um papel activo na sociedade democrática.

A cidadania e a formação dos cidadãos passam, cada vez mais, pela capacidade de criar pontes entre universos como o da escola e o dos média e, hoje, o das redes globais de comunicação.

Mas assim como é fundamental que a escola assuma o seu papel insubstituível de espaço de interrogação da vida e do mundo e de construção de sentido, não é menos fundamental que os decisores e agentes políticos, económicos e empresariais participem na reflexão sobre a cidadania e o futuro das nossas sociedades na sociedade da informação e do conhecimento.

Todos juntos temos a missão de promover uma atitude ética que se manifeste no saber-fazer-pensar-dizer-ser, orientada por princípios cívicos, em que a igualdade, democracia, solidariedade, liberdade e cooperação sejam reais.

Se este tema lhe despertou a atenção, sugerimos que requisite na biblioteca municipal:

COMISSAO INTERNACIONAL SOBRE EDUCACAO PARA O SECULO XXI - Educação : um tesouro a descobrir. 2ª ed. Porto : Asa, 1996. 256 p. ISBN 972-41-1775-8

A literacia em Portugal : resultado de uma pesquisa extensiva e monográfica. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço de Educação, 1996. XIII, 429 [2] p.. ISBN 972-31-0713-9

MARQUES, Viriato Soromenho - A Era da Cidadania. Mem Martins : Europa-América, 1996. 205 p.. ISBN 972-1-04076-2

Educação para a Cidadania. Lisboa : Plátano, D.L.1999. 342 p.. ISBN 972-621-997-3
AMORIM, José Pedro - O impacto da educação e formação de adultos no desenvolvimento vocacional e da cidadania : a metamorfose das borboletas. 1ª ed. Lisboa : MTSS/DGERT, 2006. 189 p. ISBN 972-8312-54-7. ISBN 978-972-8312-54-1

Ou consulte na Internet:

CORREIA, João Carlos. Cidadania, Comunicação e Literacia Mediática [Em linha]. [Consult. 17-05-10]. Disponível em: https://bocc.ufp.pt/pag/correia-joao-carlos-Media-Publico-Literacia.pdf

FREITAS, Judite A. Gonçalves de; REGEDOR, António Borges. Bibliotecas Públicas e Cidadania Activa [Em linha]. [Consult. 17-05-10]. Disponível em WWW:
http://badinfo.apbad.pt/Congresso9/COM13.pdf

Grilo, Eduardo Marçal (2008). Prefácio ao Fórum Educação para a Cidadania 2008. [Em linha]. [Consult. 17-05-10].
Disponível em WWW:

MACEDO, Lurdes (2005). Educação e Literacia Para os Media na Promoção da Cidadania [Em linha] in LIVRO DE ACTAS 4º Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, 4º SOPCOM, Aveiro, Comissão Editorial da Universidade de Aveiro.[Consult. 17-05-10]. Disponível em WWW: http://bocc.ubi.pt/pag/macedo-lurdes-esducacao-literacia-para-media-promocaocidadania.pdf

terça-feira, 11 de maio de 2010

Da escola sem sentido à escola dos sentidos




TORRADO, António - Da escola sem sentido à escola dos sentidos. Lisboa : Caminho, 2002. 63 p. ISBN 972-21-1459-X





“A escola deixará de ser talvez
tal como nós a compreendemos,
com estrados, bancos, carteiras:
será talvez um teatro, uma biblioteca,
um museu, uma conversa.”

Leão Tolstoi

Da escola sem sentido à escola dos sentidos é um pequeno livro da autoria de António Torrado muito rico em conteúdo, em que o autor vai reflectindo sobre a educação infantil, defendendo o prolongamento da educação sensorial iniciada no colo materno, que se prolonga no jardim de infância, mas que sofre um corte quase radical quando a criança chega ao ensino básico, altura em que o ensino se torna “enumerativo e eminentemente visual”.
António Torrado fala também na proximidade que deve existir entre professor e aluno, tanto quanto possível o professor deve deixar se impregnar pela juventude, ser “testemunha e intérprete da mudança”, só assim será capaz de ensinar com sucesso e compreender as mudanças que se operam ao longo das gerações.
Este livro não nos oferece fórmulas de acção, mas despoleta a reflexão sobre um sistema educativo e uma sociedade que teimam em aniquilar gradualmente os sentidos do processo de aprendizagem.

Um livro que vale a pena ler!
Leia porque ler é um prazer!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Livro do mês: Prazer, rotas e vidas

SILVA, Otilina - Prazer, rotas e vidas. Lisboa : Colibri, 2010. 285, [3] p. ISBN 978-972-772-966-1

Em 2007, a bordo do navio de cruzeiros “Splendour of the Seas”, numa viagem de Portugal ao Brasil, cinco mulheres a viajarem sozinhas partilham diariamente refeições, reflexões e ideias. Apesar das idades, vivências e profissões diferenciadas, acabam por se tornar amigas no convívio diário. Nas horas de lazer que a viagem proporciona, abordam os mais diversos temas, desde o sagrado ao profano; falam das suas experiências de vida, da droga, do prazer, da educação, da família, das suas emoções e saberes. Algumas destas amigas reencontraram-se em 2009 no Transiberiano. Na descoberta de culturas e lugares, partilham novos conhecimentos e amizades e alargam horizontes.

“Êxitos e fracassos são a medida da nossa capacidade de querer ser feliz, de amar e transcender-se no sentido do mais e do melhor.
Este livro, o 11º da autoria de Otilina Silva, agora editado pela Colibri, é um desafio à aventura da conquista do prazer, é um hino à amizade e à força que nos impele a construi-la sob pena de chegarmos ao fim da jornada sem termos existido, sido úteis ou ter deixado algum rasto.”

Maria Susana Mexia, autora da apresentação crítica do livro
Fonte:
http://www.edi-colibri.pt/Detalhes.aspx?ItemID=1301

Excerto:

“Há pessoas para quem guardar a sua intimidade se transforma num fardo. Elas necessitam transmitir aos outros o que sentem, o que fazem, como vivem. Outras, porém, fazem exactamente o contrário, guardam tudo no seu íntimo. Armazenam os bons e os maus momentos e fazem dos pequenos problemas autênticos dramas de tortura constante.
Repare, nós éramos, até há bem pouco tempo, completamente desconhecidas mas resolvemos desnudar as nossas vidas e a nossa intimidade, embora saibamos que guardar um segredo é assumir um compromisso. O silêncio que nos é pedido implica a intimidade de outra pessoa e, se acaso o revelamos, está implícita uma traição. Quando alguém nos rouba algo, há sempre uma hipótese, mesmo remota, de que o que perdemos nos venha a ser restituído, mas um segredo que deixa de o ser, não tem volta. A hipótese de devolução é completamente impossível. A partilha de um segredo implica cumplicidade, é uma partilha que poderá não durar sempre.”

A autora:

Otilina Silva nasceu em 1933 no concelho de Ansião. Viveu em S. Tomé durante cerca de 25 anos e regressou a Portugal, em 1975, após a independência do arquipélago.
Em 1979 ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, licenciando-se em Filosofia.
Colabora no jornal “Alvaiazerense” e nos cadernos culturais de “Telheiras”. Publicou o seu primeiro romance, “Ser feliz ao entardecer” em 1993.