terça-feira, 30 de abril de 2019

Novidade na Biblioteca: A mulher que correu atrás do vento de João Tordo

Quatro mulheres. Três cidades. Um século. E uma poderosa história de amor e de perda a uni-las.

892, Baviera. Lisbeth Lorentz, uma professora de piano, apaixona-se por um aluno de 13 anos que sofre de autismo. Ao descobrir que ele é um prodígio, instiga-o a compor um concerto durante as aulas e, um dia, sem explicação, fá-lo desaparecer.

1991, Lisboa. Beatriz, uma estudante universitária —que sonha com o toque das mãos da mãe falecida —envolve-se com o autor d’A História do Silêncio, um romance sobre Lisbeth Lorentz. Ao mesmo tempo, enquanto voluntária num abrigo para mendigos, Beatriz conhece Lia, uma jovem adolescente com um passado incógnito e um presente destruído.

1973, Londres. Graça Boyard, portuguesa, dá à luz a primeira e única filha. Fugida de Lisboa durante as cheias de 1967, para escapar à tirania do pai e à mordaça da ditadura, regressa à capital após a Revolução, tornando-se uma actriz de renome —e abandonando a filha ainda criança.

2015, Lisboa. No consultório de uma terapeuta, Lia Boyard desfia a sua história, dos anos de mendicidade ao momento em que decide procurar a mãe. É aqui que começam a unir-se as pontas de um romance a várias vozes: a história de quatro mulheres - Lisbeth, Graça, Beatriz e Lia - que atravessam um século de História e diferentes geografias, unidas por uma força que transcende a própria vida.

Um livro a quatro vozes sobre o poder do amor e o vazio da perda, que guarda para o final uma revelação chocante, a reviravolta que faz deste romance de João Tordo uma narrativa magnética.

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

sábado, 27 de abril de 2019

Sugestão de Leitura: A terra que pisamos de Jesús Carrasco

No início do século XX, a Espanha foi anexada ao maior império da História, que se estende da Rússia a África. Após a pacificação, as elites militares dos vencedores escolhem uma pequena aldeia nas colónias espanholas para passar os anos dourados da reforma. Eva Holman é a mulher de um velho coronel sanguinário e doente. Um dia, ela descobre um mendigo misterioso no seu jardim. Desrespeitando as regras que proíbem o contacto com os «indígenas» espanhóis, Eva quer saber quem ele é e começa a descobrir os terríveis segredos do império.

A Terra que Pisamos fala de um mundo alternativo, mas que podia ser real, e do modo como nos relacionamos com o lugar onde nascemos, mas também com o planeta que nos sustenta - desde o atroz mercantilismo que o poder exerce até à emoção de um homem que faz o seu cultivo à sombra de uma azinheira. Entre esses dois extremos, está a luta de uma mulher para encontrar o verdadeiro sentido da sua vida. 

Com a mesma riqueza e precisão com que escreveu o bestseller Intempérie, neste romance, Jesús Carrasco indaga sobre a infinita capacidade de resiliência do ser humano, da empatia quando o outro deixa de ser um estranho aos nossos olhos e de como a natureza é um amor maior do que nós. 

Uma leitura emocionante; um livro capaz de nos mudar.

Fonte: contracapa do livro

Para saber mais sobre este livro e o seu amor consulte: Entrevista: Jesús Carrasco por Pedro Miguel Silva.

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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terça-feira, 23 de abril de 2019

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor 2019

Mensagem da directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, por ocasião do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, 23 de abril de 2019 

Os livros abrem uma janela nas nossas vidas interiores, e também o caminho para o respeito e a compreensão mútua entre as pessoas, independentemente das fronteiras e das diferenças. 

Nesta época turbulenta, os livros representam a diversidade da genialidade humana, dão forma à riqueza das nossas experiências, transmitem a busca pelo significado e pela expressão que todos nós compartilhamos, e que fazem avançar as sociedades. 

Os livros ajudam a unir a humanidade numa só família, compartilhando um passado, uma história e um património, a fim de construir um destino comum, onde todas as vozes são ouvidas num grande coro de aspiração humana. Eles são nossos aliados na difusão da educação, das ciências, da cultura e da informação em todas as partes do mundo. 

Os livros também são uma forma de expressão cultural que ganha vida e faz parte de uma língua específica. Cada publicação é criada numa língua distinta e é dedicada a um público leitor daquela língua. Assim, cada livro é escrito, produzido, trocado, utilizado e apreciado num dado contexto linguístico e cultural. Este ano, destacamos este aspecto importante porque 2019 marca o Ano Internacional das Línguas Indígenas, que é liderado pela UNESCO para reafirmar o compromisso da comunidade internacional em apoiar os povos indígenas na preservação das suas culturas, conhecimento e direitos. 

Este Dia oferece uma oportunidade para reflectirmos juntos sobre as formas para melhor disseminar a cultura da palavra escrita e permitir o seu acesso a todos os indivíduos, homens, mulheres e crianças. 

Esse é o mesmo espírito de inclusão e de diálogo que norteia a cidade de Sharjah (Emirados Árabes Unidos), Capital Mundial do Livro de 2019. Esta designação entra em vigor neste Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor de 2019. Sharjah foi seleccionada pelo reconhecimento do seu programa “Leia, você está em Sharjah”, que pretende atingir os grupos marginalizados ao oferecer propostas criativas para encorajar a participação das populações migrantes e favorecer a inclusão social, a criatividade e o respeito. 

Nos unimos a Sharjah, aos nossos parceiros, à Associação Internacional de Editores, à Federação Internacional de Livrarias e à Federação Internacional de Associações de Bibliotecários e Bibliotecas, bem como a toda comunidade internacional, para celebrar os livros, considerando-os como a representação da criatividade, assim como o desejo de compartilhar ideias e conhecimento, de modo a inspirar a compreensão, o diálogo e a tolerância. Esta é a mensagem da UNESCO neste Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autor. 

Para saber mais sobre este dia ou ler a mensagem original siga o link:
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terça-feira, 16 de abril de 2019

Adeus a Maria Alberta Menéres


Maria Alberta Rovisco Garcia Menéres nasceu em Vila Nova de Gaia a 25 de Agosto de 1930. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, tendo-se dedicado ao ensino entre 1965 e 1973. Trabalhou na RTP como directora do Departamento de Programas Infantis e Juvenis entre 1976 e 1986. Dedicou-se à poesia e à tradução e colaborou com artigos de opinião em vários jornais e revistas. Entre 1990 e 1993 foi directora da revista Pais. Tornou-se conhecida como autora de literatura infanto-juvenil, especialmente no âmbito da poesia e do teatro e adaptação de clássicos. Desenvolveu um interessante trabalho na educação do gosto pela literatura, junto de crianças.

A sua obra para a infância conta no total mais de 70 títulos. Em parceria, destaca-se o seu trabalho com António Torrado em vários livros e programas de televisão.

Em 1986 foi distinguida com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para crianças "pelo conjunto da sua obra literária e pela manutenção de um nível de qualidade superior".

Fonte: Livros com história(s) : prémios Gulbenkian de literatura para crianças 1980-2004. 
Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2006. 69, [1] p. ISBN 978-972-31-1165-1


Maria Alberta Menéres faleceu a 15 de Abril de 2019.
"Mulher de um compromisso extraordinário e permanente com a educação e com a promoção do prazer da leitura, [Maria Alberta Menéres] fez do dar a conhecer aos outros uma responsabilidade que ultrapassou a sua condição de escritora. Deu-nos a conhecer poesia, contos, histórias maravilhosas e fez, de quem a leu, melhor leitor." 
excerto do comunicado da ministra da Cultura.
Aceda ao Catálogo da Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil e descubra que obras da autora temos disponíveis para si.

Em louvor da utopia

Esta certeza de não estar aqui
e o vento
e as desordens prometidas
levantam hoje o muro da utopia
de pedras desiguais, de folhas
e sementes
de corpos de lagartos nevoentos.

Ó doce e colorido e opaco
muro
sem sombra ou dor que nos oculte
o insulto,
o teu momento é belo e foi escolhido
na hora do calor, na febre
mansa
desta hora de sol e desespero.

Esta certeza de não estar aqui
e o vento
e a certeza de não ter ficado
em outras madrugadas,
levantam hoje o muro da utopia
de pálidas palavras já sem mãos,
de gestos pequeníssimos
sonhados
na noite imensa do imenso dia.

In: O Robot Sensível
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quarta-feira, 10 de abril de 2019

Novidade na Biblioteca: Príncipes (des)encantados de Megan Maxwell

Sam e Kate conheceram-se muito novos e após viverem um idílico amor, que para eles ultrapassou tudo, formaram família e foram muito felizes... até que algo inesperado aconteceu.

Terry, irmã de Kate, e Michael, irmão de Sam, têm estado sempre presentes na vida de ambos e embora cada vez que se vejam haja uma pequena discussão, no fundo existe carinho e estão conscientes que um dia uma dessas discussões pode acabar numa grande fúria, por isso tentam refrear-se.

No entanto, a vida é caprichosa e tudo se complica entre os quatro. nada é o que parece.

Príncipes (des)encantados demonstrará que as segundas oportunidade existem, sobretudo, se realmente amamos de todo o coração.

Fonte: contracapa do livro


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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Tempo para a poesia XLIX

Silêncio desnudado

Uma nuvem que não se desfaz
em pó de sonhos

desagua numa manhã suspensa
de Primavera.

E os pássaros jazem quietos.

E as sombras desabitam as casas
e os olhos.

E o meu corpo apagado
de açucenas

reflecte um silêncio desnudado.

Sandra Costa in Sob a luz do mar

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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Novidade na Biblioteca: Fredo de Ricardo Fonseca Mota

"Galardoada com o Prémio Literá­rio Revelação Agustina Bessa‑Luís 2015, instituído pela Estoril‑Sol, esta é uma obra de relações, com as pala­vras, as emoções, os outros, o mun­do. É um livro que cruza vidas aparentemente longínquas — a de um jovem do interior (Adolfo Maria) que se muda para Lisboa à procura de um lugar que lhe satisfaça o sonho, e o de um velho (Fredo) que teve qua­tro famílias e morreu sozinho — apa­rentemente contrárias, mas ao mes­mo tempo ligadas pela descoberta de si, de ambos. De um lado a apren­dizagem da vida, do outro, a de como se despedir dela. É ainda um elogio aos heróis que nunca foram canta­dos, aos amores sem testemunho, às mortes solitárias. Uma escrita tão sóbria quanto elegante, que faz com que os olhos se prendam às letras, com o encanto da descoberta de um pedaço de prosa que dá gosto. Para ler sem reservas."

Fredo conta a história de Adolfo Maria, um jovem do interior que se muda para Lisboa à procura de um lugar para ser diferente, e a história de Fredo, um homem que teve quatro famílias e morreu sozinho. Dois mundos que se tocam, duas histórias em contramão. É um elogio aos heróis que nunca foram cantados, aos amores sem testemunho, às mortes solitárias. «Decidir cada passada é maçador, implica coragem e ousadia, implica uma determinação que transforma a viagem em algo verdadeiramente nosso, com um corpo, com memória, com presença. Implica pensar com os pés. Atravessar um quarteirão, ou uma vida, sem a cabeça nos pés, é caminhar para esquecê-lo. Mais fácil.


Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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terça-feira, 2 de abril de 2019

Enid Blyton: Segredos, mistérios e muita aventura


Já passaram mais de 120 sobre o nascimento da famosa escritora Enid Blyton que ao longo de gerações fascinou e encantou leitores jovens e menos jovens com os seus livros cheios de aventuras e peripécias. Ao longo da sua vida Enid Blyton publicou mais de 800 livros e ainda hoje as aventuras das colecções “os Cinco”, “ Os sete”, “As gémeas no colégio de Santa Clara” ou “O colégio das 4 torres” povoam o imaginário de muitas pessoas.

Será que atualmente as crianças e os jovens ainda se deixam cativar por estes emblemáticos livros? Em Portugal não se sabe, mas nas Bibliotecas Públicas Inglesas Enid Blyton é, a par de Roald Dahl, a autora mais requisitada.

Muito embora as aventuras de Blyton se reportem a um tempo onde as tecnologias ainda eram incipientes e a sua presença nos enredos literários era quase inexistente, as suas histórias despoletam todo um imaginário capaz de nos transportar e envolver nas aventuras, como se também o leitor delas fizesse parte. Cremos que os seus livros continuam a ter o poder de encantar, no entanto é necessário dar a conhecê-los e desafiar crianças e jovens a lê-los.

De acordo com Cláudia Sousa Pereira[1], e considerando o “generation gap” desde a publicação da obra de Enid Blyton, é necessário levar a sua obra aos leitores, dando-lhe uma contextualização histórica da autora e dos seus referentes contribuindo assim para a sua motivação leitora e reduzindo o afastamento dos leitores pelo factor de falta de contemporaneidade. Uma vez ultrapassados esses “obstáculos” o suspense das aventuras vividas pelas personagens de Blyton, a relação de camaradagem entre os mesmos, os retratos vívidos, os diálogos e situações empolgantes, a simplicidade e o ritmo da escrita oferecem todos os ingredientes necessários para proporcionar ao jovem leitor uma boa e envolvente experiência literária.

As colecções mais emblemáticas:

Os Cinco

Os Cinco é provavelmente a colecção mais conhecida da escritora Enid Blyton. Editada pela primeira vez em 1942, é composta por 21 títulos.
Júlio, Ana, David, Zé (Maria José) e o cão Tim, são os amigos que compõem os "Famosos Cinco" sempre prontos para viver grandes aventuras durante as suas férias escolares.

Os Sete

O Clube dos Sete é composto pelo líder da sociedade Pedro, a irmã de Pedro, Joaninha, Jaime, Bárbara, Jorge, Paulina e Carlos. Os livros relatam as aventuras do grupo durante o período escolar.

As Gémeas

As Gémeas é uma colecção de doze livros sobre o colégio interno de Santa Clara perto de Londres, sendo seis escritos pela autora de literatura infantojuvenil Enid Blyton, três por Pamela Cox também inglesa, e três pela autora portuguesa Sara Rodi, que lia a colecção em criança

O colégio das Quatro Torres

O colégio das Quatro Torres é uma colecção de doze livros cujas histórias se passam num colégio interno só de raparigas na Cornualha, e tem como personagens principais Diana Rivers, Celeste Hope, Alice Johns, Benedita Maria Lacey, Milu e as suas colegas.

Noddy

Noddy é uma personagem fictícia criada por Enid Blyton, originalmente publicada de 1949 até 1963. Foram criadas várias séries televisivas baseadas nesta personagem.
Noddy foi publicado pela primeira vez em 1949, com ilustrações de Harmsen van der Beek, um artista holandês.

Bibliografia consultada:

Enid Blyton (1897-1968) : 75 anos de Os cinco/ coord. Rogério Miguel Puga. – Lisboa : Biblioteca Nacional de Portugal, 2017.

Descubra mais sobre o mundo de Blyton nos seguintes links:

Na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil existem imensas obras da autoria de Enid Blyton disponíveis para empréstimo. Segue o link e descobre quais!

Lê, porque ler é um prazer!



[1] In Enid Blyton (1897-1968) : 75 anos de Os cinco