sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Novidade na Biblioteca: Irmão de gelo de Alicia Kopf

Um magistral romance de estreia que tem no gelo o seu eixo central: o gelo real, das regiões mais frias do planeta; o gelo metafórico, das relações com os outros e com o mundo.

Esta é a história de uma artista em busca de um caminho. É ainda a história dos seu fascínio pelo gelo, da obsessão pelos pólos da terra e por quem teve a coragem de os desbravar: heróis como Scott, Amundsen e Shackleton, que pela primeira vez pisaram as regiões geladas do planeta.

Mas há outros gelos neste romance, talvez ainda mais frios do que os gelos reais: o irmão de gelo da narradora, que vive congelado dentro de si mesmo, aprisionado pelo autismo; e o gelo das relações familiares, um espaço de convivência frio, carregado de silêncios e mutismos, marcado por amores falhados.

Num romance lírico e comovente que desafia todos os géneros, Alicia Kopf traça a ténue linha de separação entre dois mundos - o da realidade e o do desejo; o do afecto e o da distância - para pôr a nu o abismo entre o que somos e a marca que deixamos no mundo.

Fonte: contracapa do livro

Irmão de gelo conquistou a critica e venceu quatro prémios literários: Prémio Llibreter, Prémio Documenta, Prémio Cálamo, Prémio Ojo Crítico

Para saber mais sobre este livro consulte:


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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Sugestões de Leitura da Sala Jovem (I)

Treze envelopes azuis de Maureen Johnson

Ginny é uma jovem que depende da sua tia Peg, uma excêntrica artista de Nova Iorque, para manter a vida excitante. 
Mas um dia, sem qualquer aviso, a tia Peg parte para a Europa, até que um terrível telefonema vem mudar tudo, e Ginny recebe um envelope azul, enviado pela tia Peg, com mil dólares, um bilhete de avião e umas estranhas instruções... um romance a não perder...!

Fonte: www.wook.pt

Lê aqui as primeiras páginas

Quando a amizade me seguiu até casa de Paul Griffin

Ben é órfão, tem doze anos e nunca foi bom a fazer amigos. Depois de ter conhecido sucessivas famílias de acolhimento, está consciente de que as pessoas se podem afastar de um dia para o outro. Ben gosta de passar o seu tempo a ler livros de ficção científica. Porém, tudo muda na sua vida quando resgata um rafeiro que encontrou nas traseiras da biblioteca de Coney Island. Flip, o cãozito, leva-o a travar amizade com uma rapariga chamada Halley - sim, o mesmo nome do cometa. Halley também devora livros e convence Ben a escrever um romance com ela. À medida que a escrita do livro avança, Ben vê-se confrontado com uma série de peripécias e com o significado da amizade e da família. 

Quando a Amizade me Seguiu Até Casa é uma história adorável que emociona e encanta qualquer leitor.

Fonte: www.presenca.pt


Livros disponíveis para empréstimo na Sala Jovem da Biblioteca Municipal de Arganil.

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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Sugestões de leitura sobre a Primeira Guerra Mundial (V)


Então, um grito universal, canhões, munições, comandou o novo arranque das fábricas, e a guerra adquiriu a forma singular de uma grande indústria, onde a superprodução se tornava, não o receio, mas a lei! Por toda a parte se «converteu» as oficinas civis em arsenais militares, se fez apelo aos neutros, Escandinavos, Suíços, Espanhóis, que obtiveram ecleticamente belos lucros… Os Alemães, que não podiam receber, por causa do bloqueio, as fabricações do Estados Unidos, tentaram sabotar-lhes as fábricas. A França, privada da metalurgia do Norte, conseguiu no entanto, à custa de energia, dotar os seus exércitos do material pesado que lhe faltava, e mesmo equipar os Sérvios, mais tarde os Americanos!
As mulheres substituíram nas bancas o maior número de homens possível, e as respectivas repercussões sociais haviam de ser infinitas… Importaram-se trabalhadores «coloniais» em grande número. Este esforço de criação, de improvisação, de expansão, exigia prazos assustadores! A bem ou a mal, soldados e civis instalaram-se na guerra; nos acantonamentos, os homens em repouso ouviam rapazes de dez anos dizer: «Eu, quando for grande, hei-de ser metralhador…»



A história de uma grande paixão em tempo de guerra .

Quem sabe se a vida do capitão Afonso Brandão teria sido totalmente diferente se, naquela noite fria e húmida de 1917, não se tivesse apaixonado por uma bela francesa de olhos verdes e palavras meigas. O oficial do exército português estava nas trincheiras da Flandres, em plena carnificina da Primeira Guerra Mundial, quando viu o seu amor testado pela mais dura das provas.
Em segredo, o Alto Comando alemão preparava um ataque decisivo, uma ofensiva tão devastadora que lhe permitiria vencer a guerra num só golpe, e tencionava quebrar a linha de defesa dos aliados num pequeno sector do vale do Lys. O sítio onde estavam os portugueses.
Tendo como pano de fundo o cenário trágico da participação de Portugal na Grande Guerra, A Filha do Capitão traz-nos a comovente história de uma paixão impossível e, num ritmo vivo e empolgante, assinala o regresso do grande romance às letras portuguesas.

Fonte:  www.gradiva.pt

O Coronel Mira Vaz, professor de Sociologia Militar, mestre em Estratégia e Doutor em Ciências Sociais, oferece-nos uma obra que é resultado de uma pesquisa sistemática nos jornais e publicações mais relevantes editadas em Portugal, durante a Grande Guerra de 1914-1918, nas quais se refletiram as diferentes opiniões públicas daquele período.
Conforme se pode ler no prefácio da autoria de Henrique Monteiro, este livro pretende contribuir para uma reflexão sobre o “modo como foi percecionada pelos portugueses a Guerra de 1914-18 e que consequências ela trouxe para o seu quotidiano”, bem como os “sentimentos que provocou na comunidade através da leitura da imprensa, como as ações desenvolvidas para apoiar os combatentes ou, pelo contrário, para estigmatizar a guerra”.

Para saber mais sobre este obra consulte: 

Livros disponíveis para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.


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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Novidade na Biblioteca: Em terra de homens de Hisham Matar

Trípoli, Líbia. Num dia quente no Verão de 1979, Suleiman, de nove anos, faz compras com a mãe no mercado. O seu pai está fora em negócios, mas Suleiman tem a certeza de o ter vis to de óculos escuros no outro lado da rua. Mas porque é que ele não acena? E porque é que não se aproxima se sabe que a mãe de Suleiman está a sofrer tanto? 

Sussurros e medos intensificam-se em redor de Suleiman: o pai do seu melhor amigo desaparece para mais tarde o seu interrogatório ser transmitido na televisão; um homem estaciona o carro em frente da sua casa todos os dias e faz perguntas estranhas; a mãe queima os livros do pai. À medida que Suleiman começa a interrogar- -se sobre o facto de o seu pai ter ou não desaparecido para sempre as paredes da sua casa parecem desabar com o peso dos segredos que escondem.

Numa prosa enganadoramente simples, Hisham Matar criou um romance de um poder devastador. Em Terra de Homens é uma intensa história de amor e traição que atinge o âmago das crueldades e fragilidades da condição humana.

Fonte: contracapa do livro

Para saber mais sobre este livro e o seu autor consulte:

Entrevista com Hisham Matar por Margarida Santos Lopes - Público

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Opinião de Leitor: O Senhor Ventura de Miguel Torga por Eugénio Fróis

Este romance de Miguel Torga fala-nos de um alentejano que, inicialmente pastor passou a traficante, a foragido procurado pelas autoridades, correndo meio mundo, encarnando assim o nosso espirito de improvisação. O português errante por terras do Oriente é uma figura com longa tradição na literatura portuguesa que encontramos em Os Lusíadas de Luís de Camões, na Peregrinação de Fernão Mendes Pinto ou no Mandarim de Eça de Queirós e aqui em Miguel Torga. 

A obra constitui uma releitura que me foi sugerida por três aspectos sobre os quais incidirei a minha análise. 

1) O espirito de aventura e improvisação, que nos é tão identificativo. 

2) O relativo distanciamento de Miguel Torga em relação a este romance, escrito em 1943. A 2º edição só acontece em 1985. 

3) Agrada-me ainda analisar nesta obra o chamado “ Ascensor Social” tema de grande atualidade, cujo significado define a grande dificuldade de subida na pirâmide social, que estudos recentes falam em 125 anos para uma família pobre mudar para a classe média. 

A obra no fundo é a odisseia de um Português que na peugada de muitos antecessores ilustres abandona o seu Penedono no Alentejo e vai à descoberta do mundo. Desentendimentos e incompreensões na noite Lisboeta obrigam-no a ir para Macau. A sua ansia de liberdade e a sua vontade de descoberta levam-no a desertar do exército e a embarcar num navio que se dedica ao tráfico de ópio no mar da China. 

Alguma irresponsabilidade faz com que mate um funcionário da alfândega que pretendia revistar o barco. A sua paixão pela descoberta e a sua fúria de viver levam-no a lançar ancora em Pequim, onde vem a travar conhecimento com o Pereira um minhoto de quem viria a tornar-se sócio e com quem viria a partilhar as mais espectaculares aventuras. 

Mais tarde ele e o grande amigo Pereira tornam-se sócios numa casa de pasto e aceitam a tarefa quase impossível de transportar 200 camiões para a Mongólia. “O que essa temeridade foi não cabe aqui. Só mesmo um homem de carcaça de ferro e coração com pelos é que era capaz de fazer chegar aqueles confins os duzentos carros do contrato. Primeiro a travessia da China, por caminhos onde Deus Nosso Senhor nunca passou; depois o deserto imenso, escaldante, a secar a água a gasolina e o próprio sangue de quem incautamente se lhe abandonava.” 

Durante um assalto ao arsenal o amigo Pereira é morto. “No silêncio da noite e em pleno deserto, sob um céu escuro onde só uma estrela bruxuleava, o senhor Ventura recebeu então no mais profundo da alma o último suspiro do companheiro. E pela primeira vez a sua humanidade teve consciência do mistério da vida e da morte, e das forças cósmicas que aproximam os homens e os fazem amar-se uns aos outros” 

A determinação do Senhor Ventura é forte. Enterra o amigo e regressa a Pequim onde encontra uma mulher russa de seu nome Tatiana, adepta da vida noturna, por quem se apaixona e por razões que a “razão” desconhece, pede em casamento. “Mas Tatiana não queria pensar de modo nenhum na parte que lhe iria caber na associação. Sobretudo, na que ele iria certamente exigir para além do que pedia já ardentemente com os olhos em brasa”. 

Desta ligação resultou o filho, Sérgio. Tatiana ambicionava desafogo económico a fim de fazer a vida de libertinagem que tanto lhe agradava e acaba por influenciar o Sr. Ventura a melhorar a situação económica, que entretanto era boa com vários negócios que arranjara. Assim acaba por se envolver no negócio de contrabando de heroína que havia de lhe trazer grandes problemas que vão condicionar o seu final de vida. “O negócio da heroína foi, de todos aqueles em que o alentejano se meteu, o menos feliz. Mal as primeiras remessas começaram a sair, alguém correu a denunciar o dono e o local da fábrica. O Governo premiava bem essas notícias. E quando o Sr. Ventura, certa noite pulverizava no seu sossego os preciosos cristais, entra-lhe pela porta dentro a polícia, acompanhada dum perito e dum representante consular português. Para um filho de Confúcio, era a cadeia e até a pena de morte o castigo de semelhante crime. Demais a mais com todas as provas à vista: a droga, os garrafões de ácido para tratar os alcaloides, peneiras, tudo.” 

O governo Chinês estava cansado do Alentejano. E, para não ir mais longe, além da multa pesada, exigia o regresso do Sr. Ventura a Portugal. Com este currículo: foragido, contrabandista, traficante e assassino, é finalmente repatriado. Regressa ao amado Alentejo sem Tatiana e sem o seu querido Sérgio, prolongando a sua estadia por uns longos 5 anos. 

No Alentejo aluga a quinta onde tinha trabalhado na sua juventude procurando numa luta com grande determinação o sucesso e recompensa do seu investimento, situação que não iria acontecer. O aluguer dessa quinta foi um mau negócio para o Senhor Ventura na perspectiva de alguns antigos colegas de profissão conhecedores de Penedono e em particular do “Farrobo”, não lhe augurando sucesso. O tempo difícil e as terras exauridas inviabilizaram o investimento. 

O conhecimento de que o dinheiro que deixou a Tatiana com o objectivo de contribuir para a educação do filho, não estava a ser bem aplicado, fez nascer nele um desejo de vingança fortalecido pelo conhecimento que a mulher o traia com Pequim inteira. 

Regressa à China, percorre léguas, dorme em abrigos, esconde-se nos comboios, partilha com os pobres uma sopa de misericórdia, mas não descobre a mulher. Doente, faz desse o seu principal objetivo. Varrida em vão Pequim, sem faltar um só bairro, o Sr. Ventura iniciou então uma longa peregrinação por toda a China seguindo o rasto da mulher. Primeiro Cantão, de Cantão a Xangai, de Xangai a Hong Kong. Não têm conto as terras que percorreu febrilmente. Sem dinheiro já ia nas levas dos infelizes que fugiam, viajava escondido em comboios nocturnos, andava léguas sem fim obstinado e doente. 

Uma tarde, porém encontrou-a. Encontrou-a? Não encontrou-o a ele Tatiana, em Xunquim, num pobre leito onde morria. “À vista da mulher, os olhos mortiços ainda se iluminaram de ódio. Mas foi tudo quanto a sua vontade pôde. O corpo, vencido, já nem sequer estremeceu. 

Era tarde demais para outra coisa que não fosse um rosário de adjectivos cruéis, opressos, a apagarem-se segundo a linha dos seus lábios febris. Não falava do filho que estava guardado no colégio de Santo António em Lisboa, nem do adultério, que não inquietava mais a sua pobre natureza, nem do dinheiro que já não lhe fazia falta ali. 

Falava simplesmente dela, duma traição humana para lá de tudo quanto uma alma sem amor podia entender 

A mulher silenciosa, escutava-o. Há muito que tinha conhecimento da perseguição que ele lhe fazia. E, por um impulso que não quis consciencializar, resolvera ir ao seu encontro quando o soube moribundo. E assistia calada aquele fim. Era uma expiação muda” 

Mãos estranhas enterraram no dia seguinte o corpo mirrado do pobre aventureiro. 

Como o colégio de Santo em Lisboa, onde o senhor Ventura havia deixado o pequeno Sérgio, deixou de receber as mensalidades, foi este despachado em 3ª classe para Penedono. O Senhor Gaudêncio tendo pena dele, pô-lo a guardar as ovelhas no “Farrobo”. 

Pastor, foi por onde o Senhor Ventura começou! 

Como comentário final direi que este romance, apesar de escrito numa fase inicial da vida do autor, ainda assim, é evidente alguma amargura com um final que nos deixa interiormente vestidos de um cinzento-escuro. 

O regresso do Sérgio ao Farrobo diz-nos aquilo que todos sabemos: que a evolução social é um processo lento e que por vezes alguma disponibilidade económica pontual não tira as pessoas da pobreza.

Eugénio Fróis

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

200 anos de Frankenstein

Mary Shelley (1797-1851) começou a escrever Frankenstein quando tinha apenas 18 anos. A ideia para a criação deste icónico romance, publicado pela primeira vez em 1818, surgiu lhe de um pesadelo. Frankenstein, obra pioneira da moderna ficção científica constitui um relevante contributo para a literatura de terror e é, ainda hoje, mundialmente famoso. 

Frankenstein é uma história profundamente perturbadora acerca de uma criação monstruosa, resultante das experimentações científicas do Dr. Victor Frankenstein. 

“Numa curiosa reinterpretação do relato do Génesis, o romance estuda as complexas relações que se estabelecem entre o criador e as criaturas, contando a história de certo cientista que dá vida a um homúnculo hediondo. Escorraçado pela sociedade devido à sua aparência, o monstro, que se mostrara sedento de compreensão e amor, acaba por encarnar o próprio espírito da destruição e do ódio.”

João de Almeida Flor in Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura
Para saber mais sobre a obra e o seu autor consulte: 
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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Novidade na Biblioteca: Os loucos da Rua Mazur de João Pinto Coelho

Quando as cinzas assentaram, ficaram apenas um judeu, um cristão e um livro por escrever.

Paris, 2001. Yankel - um livreiro cego que pede às amantes que lhe leiam na cama - recebe a visita de Eryk, seu amigo de infância. Não se veem desde um terrível incidente, durante a ocupação alemã, na pequena cidade onde cresceram - e em cuja floresta correram desenfreados para ver quem primeiro chegava ao coração de Shionka. Eryk - hoje um escritor famoso - está doente e não quer morrer sem escrever o livro que o há de redimir. Para isso, porém, precisa da memória do amigo judeu, que sempre viu muito para além da sua cegueira. 

Ao longo de meses, a luz ficará acesa na Livraria Thibault. Enquanto Yankel e Eryk mergulham no passado sob o olhar meticuloso de Vivienne - a editora que não diz tudo o que sabe -, virá ao de cima a história de uma cidade que esteve sempre no fio da navalha; uma cidade de cristãos e judeus, de sãos e de loucos, ocupada por soviéticos e alemães, onde um dia a barbárie correu à solta pelas ruas e nada voltou a ser como era.

Na senda do extraordinário Perguntem a Sarah Gross, aplaudido pelo público e pela crítica, o novo romance de João Pinto Coelho regressa à Polónia da Segunda Guerra Mundial para nos dar a conhecer uma galeria de personagens inesquecíveis, mostrando-nos também como a escrita de um romance pode tornar-se um ajuste de contas com o passado.

Fonte: contracapa do livro

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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