sexta-feira, 11 de abril de 2025

Fundo local enriquecido: "Pó do Açor" de Tonito do Solheiro


"Pó ao Açor" é um livro da autoria de Tonito do Solheiro, pseudónimo literário de António Gouveia Coisinha.

O autor, natural da aldeia de Sobral Magro, onde passou a sua infância, cedo rumou para Lisboa. Não obstante a Serra do Açor faz parte da sua identidade, realidade que transparece nas páginas da sua obra poética.

Maria de Lourdes Martinho, autora do prefácio, diz-nos que "cada poema é um pedaço do coração do autor", sendo que "a Serra do Açor não é apenas cenário: é personagem, confidente e, acima de tudo, fonte inesgotável de inspiração".

Pó do Açor

Nascido no Solheiro, do pó do Açor,
Serra da canseira, no centro da Beira,
Sete no viveiro, último sonhador,
Com berço na leira, vista na ribeira.

O viver certeiro, fazendo de pastor,
Em cada ladeira, topada ligeira,
O dia inteiro, brincando com amor,
Pico da silva, é tirado na eira.

Do Coição vezeiro, ao Covão do valor,
Com erva cidreira, a cura que cheira;
A ver do outeiro o gémeo sabor,
Enxada certeira da vida inteira.

In: Pó do Açor

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil

terça-feira, 8 de abril de 2025

Coleção "Os Livros NÃO se Rendem"

 

Lisboa: Guerra e Paz, 2024
ISBN 978-989-576-087-9


Publicado pela primeira vez em Portugal, Soberania do Bem é um dos grandes livros de Iris Murdoch, considerada uma das maiores pensadoras e romancistas do século xx.


Lisboa: Guerra e Paz, 2024
ISBN 978-989-576-129-6

O Fim das Políticas de Raça é uma leitura essencial sobre as ortodoxias raciais de hoje. Hughes defende um regresso aos ideais que inspiraram o movimento dos Direitos Civis americanos, e mostra como o nosso afastamento do ideal daltónico – ser indiferente à cor da pele – iniciou uma era de medo, paranóia e ressentimento, criando uma etiqueta interpessoal draconiana, tentativas falhadas de inclusão nas empresas e políticas venenosas baseadas na raça, que prejudicam as próprias pessoas que era suposto ajudar.

Lisboa: Guerra e Paz, 2024
ISBN 978-989-576-137-1

Lisboa: Guerra e Paz, 2024
ISBN 978-989-576-147-0

A coleção Os Livros Não se Rendem, lançada pela Guerra e Paz e que reúne ensaios de história, filosofia, política e economia dos últimos 70 anos, está a ser apoiada pela MGP Mota Gestão e Participações e pela Fundação Manuel António da Mota. Através desta parceria, cada título desta coleção vai ser oferecido a 244 bibliotecas que integram a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas.

Livros disponíveis para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Novidade na Biblioteca: O homem que escrevia azulejos de Álvaro Laborinho Lúcio

Lisboa:Quetzal, 2016
ISBN 978-989-722-322-8

A Cidade e a Montanha vigiam-se mutuamente, num jogo de espelhos e de contrários, numa geometria de centros e periferias, num enredo de poderes e de ocultações, onde muitas são as maneiras de viver a clandestinidade e muitas são as clandestinidades: escondidas, distantes; umas, vividas; outras, à vista de todos. Dois homens, Marcel e Norberto, atravessam, juntos, todo o tempo de uma vida. Escolheram, para viver, a ficção, e é nela que são clandestinos. Com eles vêm encontrar-se João Francisco e Otília. Ele, violinista e professor de música, ela, a sua jovem neta, ambos na busca incessante do sublime, também eles recusados pela realidade. Um homem que escrevia azulejos - que reencontrou a utopia e gostava da sátira - reparou neles e pintou-os com palavras.

O Homem Que Escrevia Azulejos, de Álvaro Laborinho Lúcio, debate e ilumina-se das grandes ideias da modernidade, enquanto observa, não sem algum detalhe pícaro, a falência das sociedades em que vivemos. Um romance culto e empenhado sobre o poder, e o poder redentor da arte e do amor.

Fonte: quetzal

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quinta-feira, 27 de março de 2025

Mensagem do Dia Mundial do Teatro por Theodoros Terzopoulos

 

Poderá o teatro ouvir o pedido de SOS que os nossos tempos estão a enviar, num mundo de cidadãos empobrecidos, fechados em células de realidade virtual, entrincheirados na sua privacidade sufocante? Num mundo de existências robotizadas dentro de um sistema totalitário de controle e repressão em todo o espectro da vida?

Estará o teatro preocupado com a destruição ambiental, o aquecimento global, a perda maciça de biodiversidade, a poluição dos oceanos, o derretimento das calotas polares, o aumento dos incêndios florestais e os fenómenos meteorológicos extremos? Poderá o teatro tornar-se parte ativa do ecossistema? O teatro acompanha o impacto humano no planeta há muitos anos, mas está com dificuldades em lidar com este problema.

Estará o teatro preocupado com a condição humana tal como está a ser moldada no século XXI, em que o cidadão é manipulado por interesses políticos e económicos, redes de comunicação social e empresas fazedoras de opinião? Onde as redes sociais, por mais que a facilitem, são o grande álibi da comunicação, porque proporcionam a necessária distância segura do Outro? Uma sensação generalizada de medo do Outro, do diferente, do Estranho, domina os nossos pensamentos e ações.

Pode o teatro funcionar como laboratório para a coexistência de diferenças, sem levar em conta o trauma sangrento?

O trauma sangrento convida-nos a reconstruir o Mito. E nas palavras de Heiner Müller “O mito é um agregado, uma máquina à qual novas e diferentes máquinas podem sempre ser conectadas. Transporta a energia até que a velocidade crescente faça explodir o campo cultural” – e, eu acrescentaria, o campo da barbárie.

Podem os holofotes do teatro lançar luz sobre o trauma social, e parar de se iluminar a si mesmo de forma enganadora?

Perguntas que não permitem respostas definitivas, porque o teatro existe e perdura graças a perguntas por responder.

Perguntas desencadeadas por Dionísio, passando pela sua terra natal, a orquestra do antigo teatro, e continuando a sua silenciosa viagem de refugiado por paisagens de guerra, hoje, no Dia Mundial do Teatro.

Olhemos nos olhos de Dionísio, o deus extático do teatro e do Mito que une o passado, o presente e o futuro, filho de dois nascimentos, de Zeus e Semele, que exprime identidades fluidas, feminina e masculina, raivoso e gentil, divino e animal, no limite entre a loucura e a razão, a ordem e o caos, um acrobata na fronteira entre a vida e a morte. Dionísio coloca uma questão ontológica fundamental “de que é que trata tudo?”, uma questão que impulsiona o criador para uma investigação cada vez mais profunda sobre a raiz do mito e as múltiplas dimensões do enigma humano.

Precisamos de novas formas narrativas destinadas a cultivar a memória e a moldar uma nova responsabilidade moral e política que emerja da ditadura multiforme da atual Idade Média.

Theodoros Terzopoulos

Tradução: Ricardo Simões / Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, Portugal.

Para saber mais consulte:

https://www.world-theatre-day.org/pdfs/message_trans_2025/WTD2025_Theodoros_Terzopoulos_Bio_Spanish-Mexican.pdf

quarta-feira, 26 de março de 2025

30.ª Feira do Livro de Arganil

30.ª edição da Feira do Livro de Arganil: Uma celebração do livro, da leitura e cultura para todos

O Município de Arganil volta a celebrar o livro e a leitura, entre os próximos dias 2 e 5 de abril, através de mais uma edição da Feira do Livro de Arganil. A realizar no Multiusos da Cerâmica Arganilense, cumpre a sua 30ª edição.

Consolidado ao longo dos anos como um importante marco cultural na agenda da região, apresenta um programa diversificado e estimulante, pensado para atrair e envolver pessoas de todas as idades.

Um dos principais destaques vai para a homenagem a Luís de Camões. No ano em que se comemoram os 500 anos do seu nascimento, vamos contar com a sua “presença” na abertura e inauguração e ainda com a palestra “Camões, poeta e viajante” pela Professora Doutora Rita Marnoto. No entanto, o programa tem muito mais para oferecer.

Ricardo Fonseca Mota, Isabel Stilwell, Jorge Serafim e Bernardo Chatillon são alguns dos nomes que vão passar pela Feira do Livro, assim como o Grupo Folclórico da Região de Arganil e o Clube Girassol, os Polos dos Conservatórios de Música e Dança de Arganil e a Filarmónica de Arganil que vai fazer o momento de encerramento.

Com uma oferta de livros variada e preços apelativos, a feira constitui-se uma excelente oportunidade para os leitores de todas as idades se deixarem perder entre páginas de diferentes géneros, desde a literatura infantojuvenil à ficção, poesia, ensaio e história e adquirirem os livros de que mais gostam para enriquecer a sua biblioteca pessoal.

Deixamos-lhe o convite para celebrar a leitura, a cultura e a história, num ambiente de festa, cultura e convívio que só a Feira do Livro de Arganil sabe proporcionar.

Consulte o programa em: https://bibliotecas.cm-arganil.pt/30-a-edicao-da-feira-do-livro-de-arganil/

terça-feira, 25 de março de 2025

Novidade na Biblioteca: "Duas irmãs, um rei" de Philippa Gregory

Porto: Civilização, 2008
ISBN 978-972-26-2546-3

"Duas Irmãs, Um Rei" apresenta uma mulher com uma determinação e um desejo extraordinários que viveu no coração da corte mais excitante e gloriosa da Europa e que sobreviveu ao seguir o seu próprio coração.

Quando Maria Bolena, uma rapariga inocente de catorze anos, vai para a corte, chama a atenção de Henrique VIII. Deslumbrada com o rei, Maria Bolena apaixona-se por ele e pelo seu papel crescente como rainha não oficial. Contudo, rapidamente se apercebe de que não passa de um peão nas jogadas ambiciosas da sua própria família. À medida que o interesse do rei começa a desvanecer-se, ela vê-se forçada a afastar-se e a dar lugar à sua melhor amiga e rival: a sua irmã, Ana. Então Maria sabe que tem de desafiar a sua família e o seu rei, e abraçar o seu destino.

Fonte: www.fnac.pt 

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quarta-feira, 19 de março de 2025

Tempo para a poesia: "A memória" por Duarte Peixoto

Lisboa: Chiado Editora, 2014
ISBN 978-989-51-1347-7
 A memória

A memória é de todos os livros o mais antigo
E é também aquele escrito por mais autores
Todos nele deixaram pensamento, voz, cores
Ela tem coisas que entender eu não consigo!

A memória é epopeia, drama, crónica, artigo
Com páginas não só escritas pelos escritores
Nela há toda a espécie de cheiros e sabores
Com relatos vivos do abastado e do mendigo

A memória é mãe das mais sacras escrituras
Elaboradas e conhecidas da humana mente
Dos Vedas, Maias, Bíblia ao Corão em Meca

É ao lado dos sigilos das Celestiais criaturas
Uma inacabada obra na estante bem presente
Na do Criador. Divina e universal biblioteca.

                Duarte Peixoto in Rasgos de Memória

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

segunda-feira, 17 de março de 2025

Sugestão de leitura: "Rosinha, minha canoa" de José Mauro de Vasconcelos

Lisboa: Dinapress, D.L. 1997
ISBN 972-576-8202-01-6

Sempre acontecia assim: Zé Orocó sorria porque acabava de lembrar que a vida era pai d'égua de bonita.

Foi por isso que o remo deu um chape-chape tão suave que a água do rio quase virou música e a canoa deslizou macia como se voasse.

O sol morno e sonolento escondia-se nas nuvens e começava a descer rebocando a tarde. Jaburu, na praia branca do rio, conversava uma eternidade de silêncio, caminhando de lá para cá e, voltando as pernas longas, retornava ao ponto de partida. Bicho tão feito e desengonçado ao caminhar, no vôo não havia ninguém que lhe tivesse a elegância.

Veio um vento friinho, friinho, que lhe arrepiou as costas sem camisa. Mas até aquilo era bom. Anunciava a grandeza do frio do verão.

Rosinha, a Canoa, leva Zé Orocó pelas águas do rio Araguaia, nos sertões de Góias, transportando-o por um mundo onde quem manda é a mãe natureza. E o autor conduz-nos para um mundo onde quem manda é a emoção e a sensibilidade, na história do homem simples e incompreendido por uma sociedade que o acusa de ser louco e interna-o num hospício. O livro é um hino de amor e respeito à natureza, contando a trajetória de Zé Orocó, envolvido em "causos", histórias fantásticas e lendas, bem como a sua amizade com uma canoa. José Mauro resgata assim o encontro das coisas singelas e verdadeiras da vida.
Fonte: contracapa do livro

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quinta-feira, 13 de março de 2025

Sugestão de Leitura: “Acasos do amor” de Juliette Fay


A recém-divorciada Dana Stellgarten sempre foi delicada — até mesmo para com os operadores de telemarketing — mas agora está a esgotar-se-lhe a paciência. O dinheiro começa a faltar, os filhos ressentem-se da partida do pai e a sua sobrinha, uma adolescente gótica, acabou de lhe aparecer à porta. Quando Dana entra no turbilhão de um romance pós-divórcio e a abelha-mestra da cidade se torna sua amiga, descobre que a tensão entre manter-se fiel a si própria e gostarem dela não acaba na fase do ensino básico... e que, por vezes, precisamos de um verdadeiro amigo para nos ajudar a acolher a maturidade com toda a sua complexidade cheia de falhas.

Fonte: www.wook.pt

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Novidade na Biblioteca: "Um animal selvagem" de Joel Dicker

Lisboa: Alfaguara, 2024
ISBN 978-989-787-622-6

No dia 2 de julho de 2022, um par de delinquentes prepara-se para assaltar uma grande joalharia na cidade de Genebra.

O engenhoso plano em nada se parece com um roubo comum.

Vinte dias antes, nas margens do Lago Léman, Sophie Braun está pronta para comemorar o seu quadragésimo aniversário.

Tem uma vida de sonho: mora com a família numa mansão cercada pela floresta, num mundo idílico e aparentemente intocável.

Contudo, os alicerces desta ilusão estão prestes a estremecer.

O marido de Sophie oculta inexplicáveis segredos.

O vizinho mais próximo, um agente da polícia de reputação impecável, torna-se obcecado por Sophie e espia todos os seus movimentos, até os mais íntimos.

E um homem misterioso oferece-lhe um presente que colocará a vida de Sophie em perigo.

Serão necessárias muitas viagens ao passado, longe de Genebra, para traçar as origens desta intriga diabólica, da qual ninguém escapará ileso.

Nem sequer o leitor.

Um thriller de tirar o fôlego, assinado pelo autor que, desde A verdade sobre o caso Harry Quebert, se tornou um fenómeno editorial sem par, capaz de agarrar e ludibriar até o mais cético ou engenhoso leitor.

Fonte: contracapa do livro

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Recordando Maria Teresa Horta – “Eu sou a minha poesia”

 

A escritora Maria Teresa Horta, a última das "Três Marias", faleceu no passado dia 4 de fevereiro, aos 87 anos.

Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta licenciou-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e trabalhou como jornalista no jornal A Capital. Iniciou a carreira literária na poesia, na década de 1960, mas acabaria por se expandir também para o romance e o conto.

Na poesia, é autora de Espelho Inicial, Poemas para Leonor, Ambas as mãos sobre o corpo, Anunciações, entre outros, e co-autora, com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, das internacionalmente reconhecidas Novas Cartas Portuguesas (1972).

No final do ano passado, a escritora foi incluída na lista da estação britânica BBC das mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo, ao lado de cientistas, artistas ou ativistas.

Recebeu diversos prémios literários e foi agraciada, em 2004, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2022, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

Para saber mais consulte:

sábado, 15 de fevereiro de 2025

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Um poema de amor em dia de S. Valentim




Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, como grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo, de repente
Hei-de morrer de amar mais do que pude.

                                                Vinicius de Moraes

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Novidade na Biblioteca: "A casa holandesa" de Ann Patchett

Lisboa: Cultura Editora, 2023
ISBN 978-989-8860-28-6
 
Em 1946, após a Segunda Guerra Mundial, Cyril Conroy, um homem pobre, enriquece repentinamente com um investimento fortuito. A primeira compra que faz é uma opulenta propriedade nos subúrbios de Filadélfia, nos EUA, antes pertencente a uma família neerlandesa, entretanto arruinada. Conroy muda-se, com a mulher, Elna, e a filha, a confiante e protetora Maeve, para a nova casa, na qual já nascerá Danny, o narrador desta história.

O que seria uma agradável mudança de vida, torna-se no desmoronamento de toda a família, numa espécie de paraíso perdido. Elna, incapaz de lidar com as mordomias da propriedade e respetivos empregados, termina o casamento e foge, deixando também os filhos.

Mais tarde, chega à propriedade uma madrasta, Andrea, uma jovem viúva com duas filhas, e os dois irmãos, Maeve e Danny, vão sendo afastados aos poucos, até que acabam expulsos da própria casa, devolvidos à pobreza, podendo contar apenas um com o outro para lidar com a perda, com a humilhação, com a raiva, até que um dia possam, enfim, confrontar quem os abandonou.

A Casa Holandesa, uma narrativa que percorre cinco décadas, é uma saga familiar, uma viagem lenta, sofrida, com personagens que ficarão para sempre connosco, como num conto de fadas virado do avesso.

Fonte: contracapa do livro

Requisite na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Novidade na Biblioteca: "Ama, mas cuidado com quem amas" de João da Silva

Alfragide: Oficina do Livro, 2024
ISBN 978-989-581-178-6

"Ama, mas Cuidado com Quem Amas" é o primeiro romance de João da Silva, cronista do jornal Público. Através desta história, o autor pretende dar voz às mulheres que sofreram (ou sofrem) de violência doméstica.

A história, que acompanha a vida de Aguinalda, vítima do marido Manuel, passa-se no Alentejo, mas poderia passar-se em Lisboa, no Algarve ou no Porto. “A violência doméstica é transversal ao nosso país.”

A história é contada em diversas dimensões temporais e abrange várias gerações, mostrando que é difícil quebrar o ciclo da violência.

Leia aqui as primeiras páginas. Gostou?
Requisite na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Novidade na Biblioteca: "A hora azul" de Paula Hawkins

Lisboa: Topseller, 2024
ISBN 978-989-583-005-3
Uma história sobre ambição, legado e traição.

Bem-vindos a Eris: uma ilha isolada na Escócia com apenas uma casa, um habitante, uma saída. Inacessível durante doze horas por dia.

Outrora, foi o lar de Vanessa. Uma artista famosa cujo marido reconhecidamente infiel desapareceu há vinte anos.

Hoje, é o lar de Grace. Uma solitária criatura das marés, conformada com o seu próprio isolamento.

Quando se dá uma descoberta chocante numa galeria de arte em Londres, eis que surge um visitante.

E os segredos de Eris ameaçam vir à superfície…

Romance magistral, tão viciante quanto perturbador, A Hora Azul lembra o melhor de Shirley Jackson e de Patricia Highsmith, consolidando o lugar de Paula Hawkins entre os melhores, mais subtis, poderosos e elegantes contadores de histórias do nosso tempo.

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas de Arganil.

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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

4 poemas de Miguel Torga




Biografia


Sonho, mas não parece.
Nem quero que pareça.
É por dentro que eu gosto que aconteça
A minha vida.
Íntima, funda, como um sentimento
De que se tem pudor.
Vulcão de exterior
Tão apagado,
Que um pastor
Possa sobre ele apascentar o gado.

Mas os versos, depois,
Frutos do sonho e dessa mesma vida,
É quase à queima-roupa que os atiro
Contra a serenidade de quem passa.
Então, já não sou eu que testemunho
A graça
Da poesia:
É ela, prisioneira,
Que, vendo a porta da prisão aberta,
Como chispa que salta da fogueira
Numa agressiva fúria se liberta.

 In: Orfeu Rebelde

Sísifo

Recomeça...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

In: Diário XIII

História Antiga

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

In: Antologia Poética

Parque Infantil

Joga a bola, menino!
Dá pontapés certeiros
Na empanturrada imagem
Deste mundo.

Traça no firmamento
Órbitas arbitrárias
Onde os astros fingidos
Percam a majestade.

Brinca, na eterna idade
Que eu já tive
E perdi,
Quando, por imprudência,
Saltei o risco branco da inocência.

E cresci.

In: Antologia Poética

Poemas lidos durante o evento "Miguel Torga, 30 anos depois: um legado que perdura", realizado na Biblioteca Municipal Miguel Torga - Arganil, no dia 17 de janeiro de 2025


quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Sugestão de leitura: "A pequena loja dos grandes milagres" de Keigo Higashino

Barcarena: Presença, 2024
ISBN 9789722374309


Atsuya, Shota e Kohei acabam de assaltar uma casa e, em fuga, procuram refúgio no Bazar Namiya, uma pequena loja que parece abandonada. Assim de repente, parece-lhes o esconderijo perfeito, mas… subitamente, alguém deixa uma carta na caixa de correio, a meio da noite.

Quando abrem o envelope, a surpresa não podia ser maior: a carta é um pedido de ajuda endereçado ao proprietário da loja que, ao que parece, é famoso por dar conselhos e ajudar a resolver problemas de todo o tipo. Ora, não deve ser assim tão difícil serem agora eles a tomar o seu lugar. Pegam na caneta e começam a tratar do assunto, deixando depois a carta de resposta do lado de fora da loja, na palete de leite.

Porém, quando voltam à conversa sobre como sair dali, chega uma nova carta, e, para espanto geral, percebem que a pessoa que a enviou está em 1979, que é, como quem diz, quase trinta anos atrás no tempo. Os envelopes continuam a cair na caixa de correio, e estes três rapazes vão começar a perceber que ajudar outras pessoas pode ser a melhor forma de se ajudarem a si mesmos.

Numa noite mágica que desafia as barreiras do espaço e do tempo, este romance promete mudar a vida das suas personagens e as de milhões de pessoas que já o leram, em todo o mundo.

Fonte: contracapa do livro

Disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil

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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

1 de janeiro - Dia do Domínio Público

 

Segundo a lei nacional, as obras entram para o domínio público setenta anos após a morte dos seus criadores.

Significa que os direitos patrimoniais da obra cessam, deixando de ser necessário autorização para partilhar e reutilizar esses conteúdos, que passam a fazer parte do património cultural da sociedade.

Confira nos links abaixo a lista de autores portugueses, e não só, cujas obras a partir de janeiro de 2025 passam a estar em domínio público: