quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Livro do mês: A peste negra: a conjuração das Flores-de-Lis de Gilbert Bordes

A conjuração das flores-de-lis é o primeiro volume da obra “A peste negra” de Gilbert Bordes, romance histórico que tem como pano de fundo a Idade Média e uma das mais devastadores doenças que a humanidade já conheceu: a peste negra.
Anunciada por enormes ratazanas negras a peste não poupa ninguém, atacando indiscriminadamente velhos e novos, ricos e pobres.
O flagelo da peste percorreu a Europa quase toda, mas não impediu que as intrigas pelo poder cessassem.
Em 1324, Clemência, a rainha viúva, dá à luz, em segredo, Eugénia, fruto da sua união com o trovador Renaud D’Aignan. 24 anos mais tarde Renaud revela a Eugénia as suas verdadeiras origens e o seu papel na Conjuração das Flores-de-Lis, cujo principal objectivo é conduzir ao trono de França o seu irmão João.
Inicia-se assim uma aventura atribulada, na qual Eugénia se vê obrigada a deixar para trás a família e o lar, enfrentando a perseguição, o sequestro e as armadilhas, na tentativa de reconquistar o seu estatuto e repor no trono os verdadeiros herdeiros da coroa.

Excerto:

“Com um gesto lento, Clemência ordenou às suas criadas que se retirassem. Francesca tapou os ombros da jovem, lançou um olhar rápido a Renaud de Aignan, que significava «não a canseis!», e saiu, fechando a porta atrás de si.
Clemência pediu a Renaud que lhe pusesse uma almofada atrás da cabeça. As pesadas madeixas dos seus cabelos espalhavam-se em redor da sua cabeça grande e alta.
- Meu amor, é um grande conforto ver-te neste último instante. Não tenhas medo, compareço diante do juiz supremo com a alma em paz. Não cometemos nenhum pecado porque somos casados perante Deus. As provas da nossa união, escritas e assinadas pelo irmão Jordão de Espanha, estão guardadas no mosteiro de Saint-Germain-en-Laye. Nesse cofre encontrarás também a certidão de nascimento da nossa filha Eugénia, que prova que ela nasceu da união legítima da antiga Rainha de França com Renaud de Aignan, poeta itinerante.
- Minha Rainha! – disse Renaud, pousando a fronte no peito da doente. – Tu vais ficar boa, tenho a certeza!
Clemência abanou a cabeça.
- Não, vou morrer. É por isso que sinto o espírito tão claro neste último instante. Eugénia deve viver de acordo com o seu estatuto. O seu irmão, João I, está algures na Toscânia. As provas da sua sobrevivência também foram assinadas pelo irmão Jordão de Espanha. Um dia ajudá-los-ás a reencontrar o lugar que lhes pertence por direito.”

Nota biográfica sobre o autor:

Gilbert Bordes, nascido em 1948, foi servente, professor primário e jornalista antes de se consagrar à escrita. Romancista de situações contemporâneas, nomeadamente com La nuit des bulottes (Prémio RTL grande público 1991) e Le porteur de destins (Prémio Casa da Imprensa 1992), revelou-se também um grande romancista de história com Les frères du diable e Les enfants bombés du ciel. Vários dos seus romances foram adaptados à televisão.

Fonte: Badana do livro

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