O Homem e a natureza de Adelino Filipe dos Prazeres
Nascido na Relva Velha, localidade da freguesia da Moura da Serra, Adelino Filipe dos Prazeres “declara-se «Guarda da Natureza» e nessa condição tem poetado, com métrica e sem ela, com rima e sem ela, mas sempre poeta, que é a sua grande condição de ser humano e de coração aberto para a flora e a fauna, os rios e as montanhas da Serra do Açor.
Os críticos literários não terão em apreço o que ele canta sem literatura, mas de peito aberto à chuva, ao sol, ao calor e à neve. Terá falta de gosto poético? É bem possível, se considerarmos o rigor dos cânones literários. Trata-se, porém, de um poeta diferente, que canta o que lhe vai na alma, como se fosse melro, pintassilgo, rola ou cotovia. Um poeta livre de tudo fiel tão somente ao que lhe vai na alma."
João Alves das Neves in Arganilia nº 6/7
O Homem e a Natureza publicado em 1998 com apoio do Instituto da Conservação da Natureza é um pequeno livro de poesia popular onde o escritor canta e elogia os aspectos mais emblemáticos da natureza no concelho de Arganil: a serra do Açor, a mata da Margaraça e a Fraga da Pena.
“Um percurso na Mata da Margaraça”
A Mata da Margaraça
Jardim de tanta beleza
Encanta a sua graça
Que lhe deu a Natureza
Ao chegar à Casa Grande
Encontra bom ambiente
Toda a alma se expande
Ao ver um mundo diferente
À esquerda de uma cerejeira
Há um caminho seguido
Vai dar à Casa da Eira
Sem ninguém se ter perdido
É casa de tradições
Embora sejam passadas
Eram belos os serões
À noite nas desfolhadas
Mais à frente, junto a um ribeiro
Há um forno engraçado
Onde o hábil canastreiro
Faz de paus um refugado
Seguindo mais para a ribeira
Vai encontrar um moinho
Que ensina a quem o queira
Como se mói o grãozinho
Se seguir este percurso
Vá andando com cuidado
P’ra não ser da mata expulso
E ir daqui chateado
A Mata da Margaraça
Jardim de tanta beleza
Encanta a sua graça
Que lhe deu a Natureza
Ao chegar à Casa Grande
Encontra bom ambiente
Toda a alma se expande
Ao ver um mundo diferente
À esquerda de uma cerejeira
Há um caminho seguido
Vai dar à Casa da Eira
Sem ninguém se ter perdido
É casa de tradições
Embora sejam passadas
Eram belos os serões
À noite nas desfolhadas
Mais à frente, junto a um ribeiro
Há um forno engraçado
Onde o hábil canastreiro
Faz de paus um refugado
Seguindo mais para a ribeira
Vai encontrar um moinho
Que ensina a quem o queira
Como se mói o grãozinho
Se seguir este percurso
Vá andando com cuidado
P’ra não ser da mata expulso
E ir daqui chateado
Leia, porque ler é um prazer!
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