sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Tempo para a poesia XLIII

Ano Novo

Meia noite. Fim
de um ano, início
de outro. Olho o céu:
nenhum indício.

Olho o céu:
o abismo vence o
olhar. O mesmo
espantoso silêncio
da Via-Láctea feito
um ectoplasma
sobre a minha cabeça:
nada ali indica
que um ano novo começa.

E não começa
nem no céu nem no chão
do planeta:
começa no coração.

Começa como a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho
estelar
que sonha
(e luta)

Ferreira Gullar, in “Toda poesia”. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1997.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Sugestão de leitura: A conspiração de papel de David Liss

Benjamin Weaver, judeu português, detective, espadachim e um famoso ex-boxeur, move-se com maestria e confiança na Londres do século XVIII. Trabalhando para clientes aristocratas na cobrança de dívidas difíceis, vive afastado da família devido à má relação com o seu pai, um abastado investidor da bolsa. Mas quando este é brutalmente assassinado, não pode ficar de braços cruzados.
Descendo ao submundo do crime londrino, Weaver ziguezagueia entre bordéis, cervejarias, prisões e casas de jogo, para descobrir uma conspiração que o ameaça não só a si, mas também à própria Inglaterra. Um romance histórico fascinante, A Conspiração de Papel arrebata os leitores, página atrás de página, com um enredo envolvente e personagens apaixonantes de um período único da história.
Fonte: contracapa do livro


Leia, porque ler é um prazer!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Sugestão de Leitura: Orbias de Fábio Ventura

A Saga Orbias é escrita pelo autor português Fábio Ventura. Fábio Ventura nasceu em 1986 em Portimão, terra onde cresceu. Licenciou-se em 2008 em Ciências da Comunicação pela Universidade do Algarve.

O primeiro volume da série, "As guerreira da Deusa" foi publicado em 2009 e o segundo "O demónio Branco" em 2010. Orbias é uma aventura fantástica repleta de acção, sensualidade, personagens e cenários surreais, humor e magia que promete cativar-nos do princípio ao fim.
Quem disse que as raparigas não conseguiam ser sensuais e fortes ao mesmo tempo? 
Noemi é fã de cinema e séries de acção e aventura. Mas nunca imaginou que ela própria faria o papel de uma dessas personagens que de um momento para o outro vêem a sua vida normal dar uma volta de 180 graus. De uma forma pouco ortodoxa, descobre que é um Anjo, uma Guerreira ancestral renascida e que, numa dimensão paralela à da Terra, existe um mundo mágico regido por uma Deusa - Orbias. 
Mas Noemi não terá apenas de lidar com os seus novos poderes e responsabilidades. Terá também de se confrontar com os perigos e emoções aos quais não estava habituada, especialmente um sentimento em relação a Sebastian, um orbiano sedutor… Conseguirá ela superar a sua fragilidade e conflitos interiores para salvar os dois mundos da destruição?
Fonte: badana do livro
Obra disponível para empréstimo na Sala Jovem da Biblioteca Municipal de Arganil.

Lê, porque ler é um prazer! 

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Ouro, incenso e mirra

O ouro, o incenso e a mirra estiveram sempre associados aos magos. 
Nada se sabe ao certo sobre eles. São Mateus é o único evangelista que aborda o acontecimento, intitulando-o: Adoração dos Magos. 
“Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos, vindos do oriente. Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? – perguntavam. 
Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.” 
Quando chegaram ao lugar onde estava o Menino a estrela parou. Sentiram uma enorme alegria. Entraram. Prostraram-se em adoração. Abriram os cofres e ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. 
Os magos trouxeram os melhores produtos do oriente. Cada um simbolizando os atributos do Messias: ouro, como rei; incenso, como Deus; e mirra, como homem mortal. 
Supostamente os magos eram sábios do oriente, talvez reis da Arábia ou Pérsia, que se dedicavam principalmente à astronomia. 
São Mateus nunca menciona o número. Porquê três? De onde vêm os nomes Belchior, Baltasar e Gaspar?’ 
Verdade ou imaginação eles tornaram-se uma lenda e fazem parte do nosso presépio. 
Os magos, tal como são apresentados, inspiram e desafiam a nossa capacidade aventureira. 
Se Jesus ou outro salvador voltasse a nascer num pedaço de chão do planeta, acredito que seria numa zona de pobreza, talvez em África. 
Por vezes, dou comigo a pensar que nos dava muito jeito que um todo-poderoso, resolvesse ajudar a por ordem na desordem instalada. A começar pelo problema do aquecimento global. 
Mas como quase ninguém quer abdicar de nada, nem de um saco de plástico, Ele nem saía do presépio, era crucificado de fraldas. 
Porém, se me é permitido ser otimista e sonhar, gostaria de fazer parte da caravana que seguia a estrela e trilhar caminhos de esperança. 
Qualquer direção servia. Ao luar ao sol ou à chuva, o importante era participar, partilhar a experiência, acreditar em algo ou alguém muito especial. 
Contudo, cruzar-nos-íamos com multidões famintas, fugitivos de guerra e de miséria. O sonho desvanecer-se-ia. 
Questionar-nos-íamos, vale a pena? O que procuramos, afinal? 
Os conflitos de que também somos feitos confundir-nos-iam. 
Qual seria a opção? O ouro, o incenso ou a mirra? 
Um caminho longo e penoso é um convite ao desalento. 
Porém, há sempre algo dentro de nós a envolver-nos na procura do outro, no desejo de dar a mão, partilhar afetos e voar abraçados. 

Feliz Natal! 

Maria Leonarda Tavares

Texto escrito por Maria Leonarda Tavares para o Encontro dos Amigos de Ler, realizado na Biblioteca Municipal de Arganil no dia 10 de Dezembro de 2018.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Novidade na Biblioteca: O fiel defunto de Germano Almeida

O fiel defunto de Germano Almeida

Toda a gente foi apanhada de surpresa, pelo que ninguém tentou impedir o inesperado assassinato do mais conhecido e traduzido escritor das ilhas, breves momentos antes do início da cerimónia de apresentação do que acabou por ser a sua última obra. E, no entanto, nesse dia o vasto auditório transbordava de uma festiva multidão de fãs e outros curiosos, todos impacientes ante a expectativa de ter um autógrafo no já muito badalado livro que se preparavam para adquirir. De modo que a ninguém terá passado pela cabeça que um evento daquela natureza, sempre aguardado com geral e grande ansiedade, poderia vir a ter um desfecho tão inesperado quanto brutal, especialmente tendo em conta a qualidade das pessoas envolvidas na tragédia.

Fonte: Badana do livro

www.observador.pt
Leia aqui as primeiras páginas. Gostou?

Requisite na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Mais 2 novidades a enriquecer o Fundo Local

Contos e Poemas de Natal de José Ramos Mendes

Contos e Poemas de Natal é uma edição póstuma, que reúne um conjunto de textos relacionados com o Natal, escritos pelo Prof. José Ramos Mendes e apresentado durante as comemorações dos 20 anos da Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

Conforme se pode ler no prefácio, por Marta Ramos Mendes, este "é um livro para ler, não só no Natal, mas também durante todo o ano. É um livro para pequenos e grandes. É um livro para ler em família. É um livro para refletir, e principalmente, para eternizar uma memória..."

No meu tempo... /Org. CLDS 3 G - Arganil +inclusiva

O livro No meu tempo... retrata os encontros intergeracionais decorridos entre 2016 e 2018, promovidos pelos CLDS 3 G de Arganil em parceria com o Agrupamento de Escolas de Arganil. Estão nele registados os vários encontros realizados, as experiências e as histórias trocadas entre as diferentes gerações que deram vida a este projecto.

Livros disponíveis para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Sugestões de leitura da Sala Jovem VIII

A rainha de Tearling de Erika Johansen

Durante dezoito anos, o destino de Tearling ficou nas mãos do Regente, manipulado pela Rainha Vermelha, uma feiticeira implacável que governa o reino vizinho de Mortmesme. Porém, Kelsea Glynn, sobrinha do Regente, é a legítima herdeira do trono. Quando completa dezanove anos, está pronta para reclamar o que é seu - e assim regressa do exílio com o objetivo de tornar Tearling um reino livre de pobreza, opressão e escravatura. Mas Kelsea é jovem, ingénua e cresceu longe da corrupção e dos perigos que assolam o reino. Cedo lutará pelo trono e pela própria sobrevivência, num caminho de crescimento em que aprende a lidar com uma herança muito pesada.

Fonte: contracapa do livro


Viagem ao mundo da droga de Charles Duchaussois

Charles Duchaussois descreve neste livro a terrível experiência de um drogado a partir da sua vivência pessoal. Vagabundo, traficante, marginal em relação à sociedade, aventureiro internacional profundamente envolvido no negócio. Duchaussois, ele próprio um viciado, chegou à derradeira miséria física e moral.
Em França, no Médio e no Extremo Oriente, o autor narra uma vida entrecortada de incidentes, dos quais, a pouco e pouco, principia a emergir. E desse modo, o que era a descrição de uma queda vertical no abismo, é também a narrativa de uma recuperação, se não mesmo de uma cura. Duchaussois faz-nos viajar ao mundo da droga para nos mostrar a degradação a que nos conduz.

Fonte: badana do livro

Livros disponíveis para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Tempo para a poesia XLII - Especial Natal

Pequena antologia de poemas sobre o Natal de poetas de Língua Portuguesa, organizada por João Alves das Neves e publicada na "A Comarquinha" nº 120 (7.12.2000), suplemento do Jornal "A Comarca de Arganil".

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Fundo local enriquecido: Habitação na Beira Serra de Lisete de Matos

"A casa é (...) o espaço privilegiado de reprodução da força física e anímica de que a produção económica carece para produzir mais e melhor. Talvez por isso a habitação constitua um direito (...) e persista como um dos principais símbolos de prestígio e estatuto social, embora o quotidiano apressado de hoje e o individualismo dos costumes se apresentem pouco favoráveis à partilha do espaço doméstico. (...)

A evolução da habitação, que o tempo clima foi exigindo e o tempo devir cimentando, processou-se a acompanhar as necessidades e os modos de vida das famílias e dos povos, em estreita articulação com as características geomorfológicas dos territórios, as conquistas civilizacionais, e o poder económico associado aos itinerários protagonizados. (...)

É pois, enquanto reflexo da atividade humana e componente essencial do património construído e cultural que elegemos a habitação serrana e, por inerência, a respetiva arquitetura de produção (fornos, alambiques, galinheiros, palheiros e currais, moinhos, lagares e tulhas) como objeto de reflexão nesta obra. (...)

Sem sermos especialistas na matéria, trata-se, uma vez mais, de um trabalho muito singelo, com o qual pretendemos partilhar o fascínio com que observamos a paisagem e as aldeias transformadas em repositório de engenho e tenacidade, afeto e história das pessoas e dos seus modos de vida! ... para além de homenagear "os operários em construção" do passado e do presente, pretendemos contribuir para o reforço da identidade e da pertença à serra e à terra ao mesmo tempo que conferimos visibilidade à riqueza e diversidade do património edificado serrano.

Excertos da Introdução por Lisete de Matos

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Sugestões de leitura da Sala Jovem VII

Quando a amizade me seguiu até casa de Paul Griffin

Ben é órfão, tem doze anos e nunca foi bom a fazer amigos. Depois de ter conhecido sucessivas famílias de acolhimento, está consciente de que as pessoas se podem afastar de um dia para o outro. Ben gosta de passar o seu tempo a ler livros de ficção científica. Porém, tudo muda na sua vida quando resgata um rafeiro que encontrou nas traseiras da biblioteca de Coney Island. Flip, o cãozito, leva-o a travar amizade com uma rapariga chamada Halley - sim, o mesmo nome do cometa. Halley também devora livros e convence Ben a escrever um romance com ela. À medida que a escrita do livro avança, Ben vê-se confrontado com uma série de peripécias e com o significado da amizade e da família.

Quando a Amizade me Seguiu Até Casa é uma história adorável que emociona e encanta qualquer leitor.


“O meu estômago já roncava na altura em que o último toque de campainha soou e nos libertou para o fim de semana. Meti pelo passadiço em direção à biblioteca. A Sra. Lorenz tinha sempre um prato de bolachas com pepitas de chocolate Chips Ahoy! no balcão da receção.
Sentia-me bastante em forma para alguém a quem tinham roubado o dinheiro da piza. Não se pode estar triste em Coney Island num dia de sol, em setembro. O mar brilhava. O ra tinha um cheiro salgado e doce. O meu audiolivro estava quase a atingir o seu ponto alto. É claro que eu não podia ser apanhado a andar por aí com um livro livro. Era como pedir sarilhos. Pus mais alto o som dos meus auscultadores e dos Herdeiros do Império, do Timothy Zan. As coisas não estavam a correr bem para Han Solo. Caças do Thrawn precipitavam-se sobre a nave espacial Millenium Falcon. O som foi cortado quando alguém veio por trás de mim e me arrancou os auscultadores da cabeça.
- Quem é que compra auscultadores amarelos – disse aquela rapariga, a Angelina Caramello. Era mesmo muito bonita, apesar de ser amiga do Damon Rayburn. – parece que tens limões a crescerem-te das orelhas.”
Excerto do 2º capítulo.


Um beijo no pé de Maria Teresa Maia Gonzalez

Miguel e Filipa conhecem-se desde os sete anos e aquilo que começou com uma amizade ternurenta e inabalável evoluiu para uma paixão sem limites, que não admite interferências nem obstáculos. Mas, agora com dezassete anis, no auge desse amor arrebatado, a tragédia bate-lhes à porta quando Filipa engravida e os pais a pressionam a interromper a gravidez, contra a vontade dos dois namorados. A estes adolescentes não resta outra alternativa senão confrontarem-se com uma realidade desprovida de ilusões, com os seus medos e fragilidades, e reinventarem um amor capaz de resistir àqueles momentos em que o vazio se instala e parece devorar toda a alegria e esperança à sua volta.

Fonte: contracapa do livro


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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Livro do mês: Macbeth de Jo Nesbo

Passado nos anos 70, numa cidade industrial cinzenta e chuvosa, a força policial da zona está concentrada em acabar com um persistente problema de drogas. Duncan, chefe da polícia, é um idealista e visionário, um sonho para a população e um pesadelo para os criminosos. O comércio das drogas é liderado por dois homens, um dos quais, mestre da manipulação chamado Hécate, tem ligações aos poderes mais altos. E pretende usá-las para conseguir escapar ileso. 

O seu plano consiste em manipular, de forma consistente e persistente, o inspetor Macbeth, um homem já de si susceptível a tendências paranoides e violentas. O que se segue é uma história irresistível de amor e culpa, de ambição política e inveja, que explora os recantos mais negros da natureza humana, assim como as aspirações da mente criminosa. 

Fonte: contracapa do livro

Opinião de leitor

Macbeth de Jo Nesbo insere-se na colecção “Bertrand Shakespeare” e foi fruto de um desafio lançado pela editora Hogart que convidou os seus autores a recriar em romance peças de Shakespeare, como forma de assinalar os 400 anos da morte deste famoso dramaturgo. Mesmo para aqueles que não têm conhecimentos profundos sobre a obra Shakesperiana a analogia é fácil de identificar: Nomes de personagens, locais, situações…
O livro não foi o melhor de Jo Nesbo que já li. É um policial, em que há uma grande disputa pelo poder e ao longo do enredo parece constantemente que os bons não vingam... e mesmo quando se chega ao final da história, com o desaparecimento de cena de Macbeth, quando finalmente parece que o bem vai triunfar, ali ficam as pontas soltas... recordando "os recantos mais negros da natureza humana"...
Miriel de Vocht

Para saber mais consulte:

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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