Considerada uma das mais talentosas poetas da contemporaneidade, Louise Gluck nasceu a 22 de Abril de 1943 em Nova Iorque.
Louise Glück é autora de mais de uma dúzia de livros de poemas e uma coleção de ensaios. Entre as suas múltiplas distinções encontram-se o Pulitzer, o National Book Critics Circle, o Los Angeles Times Book e o Wallace Stevens da Academia de Poetas americanos.
O Prémio Nobel da Literatura de 2020 foi-lhe atribuído, "pela sua inconfundível voz poética que, com austera beleza, torna universal a existência individual".
O encontro
Chegaste à beira da cama
e sentaste-te a olhar para mim.
E então beijaste-me - e eu senti
como se fosse cera quente na minha testa.
Queria que ela deixasse uma marca:
foi assim que soube que te amava.
Porque queria ser queimada, carimbada,
ficar com alguma coisa no fim -
Passei o vestido por cima da cabeça;
um rubor vermelho cobriu o meu rosto e os meus ombros.
Seguirá o seu curso, o curso do fogo,
colocando uma moeda fria na testa, entre os olhos.
Deitas-te a meu lado; a tua mão move-se sobre o meu rosto
como se também o sentisses -
apercebeste-te então, do quanto te desejava.
Saberemos sempre isso, tu e eu.
A prova será o meu corpo.
(poema publicado no Jornal de Letras nº 1306
traduzido por Jorge Sousa Braga)
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