PROFISSÃO
Chamam-lhe profissão
E, para cúmulo,
A mais velha
Não será antes aflição
Miséria, escravidão?
Profissão não é
Seguramente
Ninguém vende o corpo
Por prazer
Por deleite ou por querer
Põe o corpo em saldo
De fim de estação
Quem está atascado
Em carências, podridão
Em penúria, solidão
Sonho com o dia
Em que cantaremos
O hino infindável
À dignidade humana
Ao apoio indisfarçável
Sonho com a hora
Em que juntos
Esmagaremos
A miséria vil
A hipocrisia senil
Sonho com o minuto
Em que poremos fim
Ao escândalo, à vergonha
De uns quantos a abarrotar
Outros, tristes, a chorar.
Sementes de País Novo inJoão Gomes
Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas Públicas do Concelho de Arganil.
Leia, porque ler é um prazer!
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