quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Tempo para a poesia: "Sementes de País Novo"

PROFISSÃO

Chamam-lhe profissão
E, para cúmulo,
A mais velha 
Não será antes aflição
Miséria, escravidão?

Profissão não é
Seguramente
Ninguém vende o corpo
Por prazer
Por deleite ou por querer

Põe o corpo em saldo
De fim de estação
Quem está atascado
Em carências, podridão
Em penúria, solidão

Sonho com o dia
Em que cantaremos
O hino infindável
À dignidade humana
Ao apoio indisfarçável

Sonho com a hora
Em que juntos
Esmagaremos
A miséria vil
A hipocrisia senil

Sonho com o minuto
Em que poremos fim
Ao escândalo, à vergonha
De uns quantos a abarrotar
Outros, tristes, a chorar.

Sementes de País Novo in
João Gomes

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas Públicas do Concelho de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

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