BRADBURY, Ray - Fahrenheit 451. Porto : Público Comunicação Social, imp. 2003. 159 p. ISBN 84-96200-92-2
Fahernheit 451, escrito por Ray Bradbury, foi editado pela primeira vez em 1953. Ray Bradbury, escritor norte-americano, nasceu em 1920.
Fahrenheit 451 é uma novela distópica, que retrata uma sociedade ficcional no século XXI, onde o regime totalitário está determinado a garantir a felicidade dos seus súbditos, e para a alcançar proíbe severamente a posse e a leitura de livros. O livro é considerado pelos governantes, e consequentemente, pela opinião pública como fonte de problemas e teorias conflituosas, os livros são vistos como fonte de infelicidade, levando as pessoas a sentir ansiedade, tristeza e até ódio.
As ideias expostas nos livros são consideradas heréticas e são contratados bombeiros para os queimar e destruir.
No entanto há pessoas que se lembram do tempo em que se podiam ler livros e pensar livremente. Há livros escondidos e pessoas que fogem para zonas onde ainda é possível ler.
Este é um livro interessantíssimo que retrata uma sociedade altamente tecnológica e embrutecida, mas onde não há felicidade, apenas esquecimento e escuridão.
Como convite à leitura deste livro, segue-se a seguir um breve excerto do mesmo!
“Ele sentia-se de facto à vontade, eufórico.
- Porque não está nas aulas? Vejo-a todos os dias a passear.
- Oh! Não faço lá falta. Sou anti-social, parece. Não me misturo com os outros. É estranho. Porém, para mim, acho que sou muito social. Tudo depende do sentido que se dá à palavra, não acha? Ser social, para mim, é falar-lhe como lhe estou a falar, por exemplo, ou falar do estranho mundo em que vivemos. É agradável encontrarmo-nos com outras pessoas. Não vejo o que há de social em pôr uma quantidade de pessoas juntas para as impedir de falar. Não é da mesma opinião? Uma hora de aula televisada, uma hora de basquetebol, de basebol ou de corridas a pé, uma outra hora de transcrição de história ou de pintura e mais uma vez desportos mas, sabe, nunca ninguém faz perguntas ou, pelo menos, a maior parte de nós não as fazem; contentam-se em meter as respostas na cabeça, bing, bing, bing, e ficam sentados quatro horas seguidas perante filmes educativos. Isso nada tem de social, para mim. Faz-me lembrar um barril onde se deite por um lado água que torne a sair pelo outro e que depois nos digam que é vinho. Eles embrutecem-nos de tal forma que, ao fim do dia, apenas nos sentimos capazes de ir para a cama ou para um parque de atracções empurrar pessoas, partir vidros na barraca do “Quebra Vidros”, virar automóveis no “demolicar” com a grande bala de aço ou ainda de sair num carro e seguir em grande velocidade pelas ruas, rasando os candeeiros, tentando matar galinhas. No fundo devo ser aquilo que me acusam de ser. Não tenho um único amigo. Isso chega, parece, para provar que sou anormal. Mas todos quantos conheço passam o seu tempo a gritar, a saltar como selvagens ou a baterem-se.”
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