
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
A sétima porta de Richard Zimler

segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Millennium de Stieg Larsson

Os títulos que compõem a trilogia Millenium poderão ser considerados bastante estranhos: Os homens que odeiam as mulheres- 01; A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo - 02 e A rainha no palácio do gelo - 03 podem, eventualmente dar uma ideia distorcida desta obra. Na verdade a trilogia Millennium é um policial que nos agarra do princípio ao fim.
Muito bem escrito, o autor cria um enredo em que questões sociais, os média e a política se misturam de forma explosiva e nos levam a pensar em que mundo é que vivemos e de que modo as novas tecnologias podem controlam o mundo. Construir e destruir pessoas, governos, países.
Os “hacker” existirão mesmo? O que é seguro, quando colocamos informação na Internet? Como nos expomos ao aceder a este mundo tecnológico? No meio de toda a acção está o jornalismo de investigação, as formas como utilizam as suas fontes, a fiabilidade dessas fontes e as consequências do bom e do mau trabalho dos jornalista e também o seu poder que pode levar à construção ou destruição da imagem dos visados.
Uma obra a não perder e que pode requisitar na Biblioteca Municipal de Arganil

Stieg Larsson (1954-2004) foi jornalista e editor da revista Expo. Foi um dos maiores peritos mundiais no estudo dos movimentos antidemocraticos de extrema –direita nazis. Morreu subitamente pouco tempo depois de entregar à editora sueca os três volumes de Trilogia Millenium. Tragicamente, não viveu para assistir ao fenómeno mundial em que a sua obra se tornou. (informação retirada da obra)
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Nobel da Literatura 2010

Nasceu a 28 de Março de 1936, em Arequipa, no Peru tendo-se naturalizado espanhol em 1993. Ao longo da sua vida tem exercido actividades como jornalista e político, mas é como romancista, dramaturgo e ensaísta que Vargas Llosa alcançou renome internacional.
Considerado um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola, Mário Vargas Llosa já escreveu mais de 30 romances, peças de teatro e ensaios.
Ao longo da sua carreira, Mario Vargas Llosa tem recebido inúmeros prémios e condecorações, de que destacamos: Prémio Biblioteca Breve, que lhe foi atribuído pelo romance “Batismo de Fogo”, em 1963 e que marca o início da sua brilhante carreira literária internacional; Prémio Rómulo Gallegos (1967) e Prémio Cervantes (1994), para além do Prémio Nacional de Novela do Peru em 1967, pelo seu romance “A Casa Verde”; Prémio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e Prémio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997). Em 1993 foi-lhe concedido o Prémio Planeta pelo seu romance “Lituma nos Andes”.
É membro da Academia Peruana de Línguas desde 1977, e da Real Academia Espanhola desde 1994. De entre os muitos doutoramentos honoris causa atribuídos pelas Universidades da Europa, América e Ásia importa referir os concedidos pelas: Universidades de Yale (1994), Universidade de Israel (1998), Harvard (1999), Universidade de Lima (2001), Oxford (2003), Universidade Europeia de Madrid (2005) e Sorbonne Paris (2005).
Em 1985 foi condecorado pelo Governo Francês com a Medalha de honra.
Este ano foi agraciado com o Nobel da Literatura, prémio que lhe foi atribuído pela “cartografia de estruturas de poder e pelas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual” presentes nos seus livros.
A Biblioteca Municipal de Arganil orgulha-se de ter no seu fundo documental algumas das obras deste autor, como:
- Conversa na catedral. 1ª ed. Dom Quixote, 1993. 461, [1] p.
- A tia Julia e o escrevedor. 1ª ed. Dom Quixote, 1988. 340 p.
- Quem matou Palomino Molero?. 1ª ed. Dom Quixote, 1988. 182 p.
- Pantaleão e as visitadoras. Europa-América, 1975. 224, [3] p.
- O falador. 1ª ed. Dom Quixote, 1989. 188 p.
- A cidade e os cães. Europa-América, D.L.1988. 301 p.
- A guerra do fim do mundo. Bertrand, imp. 1984. 647 p.
- Os Cachorros ; Os Chefes. Bertrand, imp. 1976. 158, [6] p.
- Os cadernos de Dom Rigoberto. (Sic) idea y creación, 2009. 259 p.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Até onde se pode ir?

Porto: Asa, 2006
David Lodge, escritor britânico, é considerado como um dos mais relevantes autores da moderna literatura inglesa. Autor de uma vasta obra, é conhecido pelo seu tom simultaneamente crítico e humorístico, de forma sagaz usa a sátira para analisar aspectos relevantes da vida.
Leia porque ler é um prazer!
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Alexandre O’Neill dito por Sinde Filipe

Como ele próprio diz na introdução do livro que acompanha o CD “Interpretar poesia foi sempre para mim, simultaneamente fascinante e assustador. Fascinante pelo desafio que representa, mas também assustador pelo potencial risco do insucesso. Um interprete – pelo menos como eu o entendo – não deverá ser apenas um frio e descomprometido “dizedor”, mas (fazendo jus à própria palavra “interprete”) imprimir no poema os “cromatrismos” da sua própria sensibilidade".
Sinde Filipe consegue imprimir a este trabalho, todo o cromatismo que a poesia de Alexandre O’Neill exige e assim permitir que vivamos momentos de imenso prazer ao ouvir poemas como: Meditação na pastelaria; De porta em porta; Balada da ameixa-seca; Zibaldone [um] e [dois] e mais 37 que são os que compõem este CD.
Poderá ouvi-lo na Biblioteca Municipal de Arganil
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O REGRESSO ÀS AULAS
O regresso às aulas é sempre um momento muito importante para os alunos, os pais e os professores. Numa palavra podemos dizer que a abertura das aulas em cada ano lectivo é um acontecimento.
A Sociedade valoriza a Escola porque vê nela o futuro do país. Desde o pré-escolar até ao secundário com percursos mais orientados para o ensino superior ou para o mundo do trabalho imediato, é na escola que se constrói o futuro e a riqueza do País.
A capacidade de entender e realizar actividades intelectualmente complexas, aplicadas às necessidades do mundo do trabalho, só se consegue com o pleno desenvolvimento das competências básicas da leitura, da escrita e do cálculo mental, aliadas à capacidade de trabalho e organização. É a partir destas competências básicas que se constrói todo o saber.
Neste processo, as Bibliotecas : Escolares, Públicas, Universitárias, são o centro de todas as estratégias. É nelas que o professor se apoia para enriquecer as suas práticas pedagógicas; os alunos para procurar a informação que precisam para desenvolver as matérias curriculares; os pais para se manterem activos intelectualmente e continuarem a sua formação ao longo da vida; e onde todos procuram, paralelamente, a leitura de prazer.
É por tudo isto que as BIBLIOTECAS são tão importantes e a ESCOLA e a SOCIEDADE não podem viver sem elas.
sábado, 4 de setembro de 2010
A ILHA DEBAIXO DO MAR

Zarité converteu-se no centro de um microcosmos que era um reflexo do mundo da colónia: o amo Valmorian, a sua frágil esposa espanhola e o seu sensível filho Maurice, o sábio Parmentier, o militar Relais e a cortesã mulata Violette, Tante Rose, a curandeira, Gambo, o galante escravo rebelde …e outras personagens de uma cruel conflagração que acabaria por arrasar a sua terra e atirá-la para longe dela.
Quando foi levada para Nova Orleães, Zarité iniciou uma nova etapa onde alcançaria a sua maior aspiração: a liberdade. Para lá da dor e do amor, da submissão e da independência, dos seus desejos e os que lhe tinham imposto ao longo da sua vida, Zarité podia contemplá-la com serenidade e concluir que tinha tido uma boa estrela.
Retirado da capa posterior
Isabel Allende nasceu no Peru em 1942 mas cedo adquiriu a naturalidade chilena. Publicou o seu primeiro livro A Casa dos espíritos em 1982. Hoje os seus livros estão traduzidos em mais de 30 línguas constituindo um caso de sucesso literário muito sério. A Ilha debaixo do mar é mais um livro desta escritora que vale a pena ler.
Pode requisitá-lo na Biblioteca Municipal de Arganil
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Os Olhares de Eduardo Gageiro

A exposição que se encontra patente em três espaços culturais de Arganil: Auditório da Biblioteca Municipal, Átrio da Biblioteca Municipal e Sala Guilherme Filipe, reúne cerca de 80 fotografias de Eduardo Gageiro que retratam vivências, sentimentos e sensibilidades de pessoas em locais e situações distintas.
É uma exposição em que a poesia e a literatura estão sempre presentes como o demonstram os livros publicados onde as fotografias são acompanhadas de textos de escritores como António Lobo Antunes, Lídia Jorge, Miguel Torga, José Cardoso Pires, António Mattoso, Sophia Breyner Andresen e muitos outros, mas também: Jorge Sampaio, Mário Soares ou Xanana Gusmão.
Esta é uma exposição que nos transporta para o mundo sensível e nos faz crescer culturalmente.
A visitar até 15 de Setembro
terça-feira, 10 de agosto de 2010
O regresso

SCHLINK, Bernhard - O regresso. 1ª ed. Porto : Asa, 2008. 313, [7] p.. ISBN 978-989-23-0070-2
A viver com a mãe na Alemanha do pós-guerra, o pequeno Peter passa as férias de verão em casa dos avós, na Suiça. Responsáveis pela edição de uma colecção de livros, os avós dão ao neto o papel usado nas provas, em cujo verso ele pode escrever mas cujas histórias está proibido de ler.
Um dia, Peter desobedece e descobre o relato de um prisioneiro de guerra alemão que, após ter enfrentado inúmeros perigos para fugir aos seus captores e regressar a casa, descobre que, durante a sua ausência, a mulher constituíra uma nova família. Mas Peter já tinha usado as páginas finais para fazer os trabalhos de casa e fica sem saber como termina a aventura. Anos depois, já adulto, decide procurar as páginas desaparecidas; uma busca que se altera por completo quando descobre que o seu pai, um soldado alemão que ele sempre acreditou ter morrido na guerra, pode ainda estar vivo.
Sob o encantamento da sua própria história de amor, e à medida que começa a deslindar o mistério do desaparecimento do pai, Peter vê-se obrigado a questionar a sua própria identidade e a enfrentar o facto de a realidade ser, por vezes, um reflexo das expectativas dos outros.
Retirado da badana da capa posterior do livro
Um livro surpreendente que pode requisitar na Biblioteca Municipal de Arganil
Boas Férias com Boas Leituras !
terça-feira, 3 de agosto de 2010
A princesa de gelo de Camilla Lackberg

Alexandra fora encontrada morta na banheira de sua casa e tudo aponta para o suicídio. Convidada pelos pais de Alex a escrever sobre a falecida amiga, Erica acaba por se sentir intrigada com a morte da sua amiga e decide investigar o que se encontra por detrás daquela morte, rapidamente conclui que o cenário de suicídio não passou de uma encenação. Alex havia sido vítima de um homicídio. Erica acaba inevitavelmente por se envolver na investigação, colaborando com Patrik, um amigo polícia.
Juntos vão unindo as peças de um intricado puzzle, que se revela ainda mais complexo, quando também o principal suspeito do caso, Anders Nilsson é encontrado morto. Mais uma vez o cenário aponta para o suicídio.
A investigação requer um regresso ao passado e para reunir a informação necessária para desvendar o mistério em que se encontram envoltas estas mortes, Erica e Patrik interrogam os pais de Erica, o professor, e outras pessoas que fizeram parte da vida de Alex. Desenterram segredos do passado e é neles que encontram a explicação para os homicídios ocorridos na tranquila cidade Fjallbacka.
A princesa de gelo é um romance policial ligeiro mas envolvente e intrigante que nos prende da primeira à última página e é decididamente uma boa leitura para este Verão.
A princesa de gelo é o romance de estreia da escritora sueca Camilla Lackberg.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
A sombra do que fomos

SEPÚLVEDA, Luís - A sombra do que fomos. 1ª ed. Porto : Porto Editora, 2009. 159, [1] p.. ISBN 978-972-0-04076-3
"Num velho armazém de um bairro popular de Santiago do Chile, três sexagenários esperam impacientes pela chegada de um quarto homem. Cacho Salinas, Lolo Garmendia e Lucho Arencíbia, antigos militantes de esquerda derrotados pelo golpe de Pinochet e condenados ao exílio, voltam a reunir-se trinta e cinco anos depois, convocados por Pedro Nolasco, um antigo camarada sob cujas ordens vão executar uma arrojada acção revolucionária. Mas quando Nolasco se dirige para o local do encontro é vítima de um golpe cego do destino e morre atingido por um gira-discos que insolitamente é lançado por uma janela, na sequência de uma desavença conjugal… "
"Prémio Primavera de romance 2009, A sombra do que fomos é um virtuoso exercício literário posto ao serviço de uma história carregada de memórias do exílio, de sonhos desfeitos e de ideais destruídos. Um romance escrito com o coração e o estômago, que comove o leitor, lhe arranca sorrisos e até gargalhadas, levando-o no fim a uma reflexão profunda sobre a vida."
(retirado da capa posterior da obra)
Luís Sepúlveda nasceu no Ovalle, no Chile em 1949. Toda a sua já extensa obra, se encontra traduzida para português.
Um livro que vale a pena ler e que pode encontrar na Biblioteca Municipal de Arganil.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
A ilha debaixo do mar de Isabel Allende

A ilha debaixo do mar da autoria de Isabel Allende é um belíssimo romance, numa linguagem simples e fluida que narra a história de Zarité, uma escrava que aos 9 anos, em finais do século XVIII, foi vendida a um rico fazendeiro, Toulouse Valmorian, da Ilha de Saint-Domingue.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Leituras Cruzadas
Tal como o nome indica, o Leituras Cruzadas procura transmitir, a quem o visita, diferentes olhares sobre a Leitura e as Leituras que o mundo de hoje proporciona.
Para todos os que nestes dezasseis meses nos têm visitado e lido os textos que vamos publicando, aqui fica o nosso obrigado.
Gostaríamos ainda de agradecer a colaboração de alguns leitores que quiseram participar com textos de sua autoria e assim enriquecer este trabalho.
A todos o nosso Bem-Haja
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Alberto Manguel em entrevista
Ao longo de 3 páginas num tom íntimo e informal Alberto Manguel reflecte sobre os livros e a leitura, as novas tecnologias e o ensino e manifesta a sua preocupação com a destruição do valor do acto intelectual.
Uma entrevista que recomendamos vivamente! Pode lê-la na nossa biblioteca ou aqui!
“Nem toda a gente é leitora, mas acho que, no fundo, é porque as circunstâncias fazem que não sejamos todos leitores. A possibilidade está em todos nós. O que quero dizer é que suponho que há pessoas que nunca se apaixonam, suponho que há pessoas que nunca viajam, suponho que há pessoas que não têm uma certa experiência do mundo. E da mesma maneira, existem muitas pessoas que não são leitoras. Mas a possibilidade está dentro de nós.” – Alberto Manguel
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O anibaleitor de Rui Zink

É assim que nos é apresentada a obra de Rui Zink que não poderia ser descrita de melhor forma. Em todo o caso, para quem não conhece, ou conhece mal, a obra do autor importa fazer notar que O Anibaleitor, para além de metáfora para a leitura, serve como indagação sobre o que é a literatura.
Em rigor, há duas histórias a ser contadas, a de um jovem que embarca numa viagem e a de um autor que questiona a viagem que o levou à leitura e à escrita. Mas dentro dessas duas histórias há um sem número de outras histórias que vão sendo contadas, à maneira das bonecas russas. Afinal o que é a literatura se não um entrecuzar de outras leituras, interpretações do mundo que nos rodeia e nos habita? "Para o Anibaleitor, um livro era um encontro entre duas vozes: a nossa e a do livro." Por essa razão, a obra está carregada de alusões, umas mais directas que outras, a outros autores: "Por isso, leio. É mais autónomo. Dependo menos da bondade de estranhos, como diria Tenessee Williams."
Em resumo o livro de Rui Zink é um conjunto de metáforas, escrito em prosa simples, contudo carregado de densas reflexões sobre o significado da leitura e da literatura: "O livro, ao ser escrito, já deu um grande passo na nossa direcção: é uma dádiva. Cabe-nos agora a nós retribuir a gentileza e dar um passo na direcção do livro." Esta é a epígrafe perfeita, não só para este livro como para a própria leitura, livro esse que não desilude quem o lê como até exige uma certa releitura, pois perante a aparente simplicidade instala-se uma profunda e interessante reflexão sobre o modo como levamos a vida e apreendemos o mundo.
Boa leitura.
(a Biblioteca Municipal Miguel Torga agradece a colaboração)
Rui Barreira Zink (Lisboa, 16 de Junho de 1961), escritor e professor universitário português.
É Professor Auxiliar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (desde 1997), onde se licenciou em Estudos Portugueses (1984) e obteve os graus de mestre em Cultura e Literatura Popular (1989) e de doutor em Literatura Portuguesa (1997). Foi igualmente Professor do Ensino Secundário (1983-1987), Leitor de Língua Portuguesa na Universidade de Michigan (1989-1990) e Professor Convidado na Universidade de Massachussetts Dartmouth (2009-2010).
Autor de vários livros, entre ensaios e ficção, salienta os romances Hotel Lusitano (1987), Apocalipse Nau (1966), O Suplente (1999) e Os Surfistas (2001), e os livros de contos A Realidade Agora a Cores (1988) e Homens-Aranhas (1994) e O Anibaleitor (2006). Colaborou em jornais e revistas, de que salienta o semanário O Independente (1991) e a revista K (1992). Fez tradução literária, de autores como Matt Groening, Saul Bellow e Richard Zenith.
Rui Zink recebeu o Prémio do P.E.N. Clube Português pelo romance Dávida Divina (2005), e representou o país em eventos como a Bienal de São Paulo, a Feira do Livro de Tóquio ou o Edimburgh Book Festival.
Sítio oficial do escritor: http://www.ruizink.com/
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Livro do mês: As aventuras de Tom Sawyer

TWAIN, Mark, pseud. - As Aventuras de Tom Sawyer. Porto : Público Comunicações Social SA, imp. 2004. 253 p. ISBN 84-9789-498-7
As Aventuras de Tom Sawyer, publicado originalmente em 1876, é a personificação do rapazinho que cada criança quer ser: livre, aventureiro, moral e inteligente. Nascido no coração do Sul, no Missouri, Tom parece-se com o seu autor, Samuel Clemens (o verdadeiro nome de Mark Twain), quando novo: um rapaz incapaz de viver na rotina, espirituoso e possuidor de um forte sentido do bem e do mal. Tom é órfão, vive com a sua tia Polly e com os seus primos e adora faltar à escola para ir pescar. A sua tia faz o melhor que pode, tentando domesticá-lo, ao arrastá-lo para a igreja e ao punir as suas rebeliões.
Em várias tropelias e aventuras, Tom e os seus amigos procuram tesouros em casas assombradas, escondem-se numa ilha deserta e anseiam ser piratas e ladrões. E quando Tom e Huck visitam à noite um cemitério, pois acreditam que tal passeio é uma cura milagrosa para as verrugas, e testemunham um assassinato, não têm outro remédio senão fugir de St. Petersburgo.
“Mark Twain viaja até ao universo infantil recriando as brincadeiras e as travessuras dos miúdos. Mas não se esquece de reencontrar, por outro lado, a beleza e a ingenuidade que só uma criança pode ter. E Tom Sawyer, tal como o seu amigo Huck Finn, encarnam na perfeição essa ingenuidade: tudo neles é puro e espontâneo. Dos sentimentos que transparecem das suas atitudes, sempre repletas de nobreza e humanidade, até às suas crenças e superstições, algumas delas simplesmente hilariantes, os dois miúdos transformam-se em seres humanos ideais: imperfeitos, mas com bom coração.
A preocupação de Twain em enaltecer o que há de bom e puro no ser humano, isto é, nas crianças que ainda conservam na sua essência a bondade e a generosidade como valores maiores, de forma espontânea, é notória ao longo da obra.”
Diego Armes dos Santos in Guia de leitura.
Colecção geração público. Público: Porto, cop. 2004
Mark Twain é o pseudónimo literário de Samuel Langhorne Clemens (1835-1910), popular autor americano e jornalista famoso pelo seu humor. Foi tipógrafo e piloto de barcos a vapor no Mississípi durante a guerra civil americana. Escreveu livros de viagens e celebrizou-se com as obras As Aventuras de Tom Sawyer e As Aventuras de Huckleberry Finn.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Verão, leitura e passeios!
Para tal nem sempre é preciso ir muito longe. Basta usar da imaginação! E já agora, porque não recorrer à literatura para estabelecer um belo e agradável itinerário de descoberta cultural e artística pelo concelho de Arganil?
Pesquisamos o nosso fundo local e propomos a leitura de três obras para a partir delas estabelecer percursos pelo nosso concelho:
Roteiro Cultural do Centro Histórico de Arganil

Escrito por Amândio Galvão, com ilustrações de Carlos Dias, este roteiro propõe um passeio cultural pelo centro histórico de Arganil. A partir da toponímia do centro da vila, os autores conseguiram evocar e resumidamente biografar figuras de referência no meio arganilense e revelar como, por quê e por quem surgiram certos monumentos e alguns edifícios mais relevantes.
Ruas de Coja: traçado e toponímia

Da autoria de Nuno Mata, esta obra, pretende relembrar “nomes e figuras que fizeram história na Princesa do Alva e que, por mérito próprio, se encontram eternizadas em placas toponímicas.”
Arganil
A obra

Estas e outras obras sobre o concelho estão à sua disposição na Biblioteca Municipal de Arganil. Poderá consultar o nosso catálogo do Fundo local através do nosso sítio: http://www.bib-arganil.org/
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Horas extraordinárias
Como a própria autora afirma no post inaugural, decidiu criar este blog por achar que “podia ser uma forma simpática e eficaz de estar com aqueles com quem tenho mais afinidades e que são – amigos ou não – os que gostam de ler.”
Este é um blog que recomendamos e que vale a pena visitar.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Hino escolar de Pombeiro
Autor: Visconde de Sanches de Frias
O cego no mar da vida
Boiando sem norte e luz,
É barco desgovernado,
Cujo rumo não seduz.
Aqui tomba, ali tropeça
Nos antros da escuridão.
Sem amparo nem arrimo
Cai de baldão em baldão.
Pois, assim como há no corpo
Cegueira que é grande mal,
Há no ser de muita gente
Doença intelectual!
Um cérebro que é fechado
Da leitura ao esplendor,
É o cérebro de um cego
Membro frio sem calor.
O ignorante, que à Escola
A juventude furtou,
É cego do entendimento
É batel que naufragou.
Viva pois o sol da vida,
Que se traduz na lição
- viva a luz da inteligência!
Viva o farol da instrução.
In: A Comarca de Arganil nº 616 de 23 de Janeiro de 1913
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Recordando Luís de Camões
Poema a Luís de Camões
Desde as fartas ribeiras do Mondego,
Lá deu seu fruto a planta abençoada
A que cantaste em peregrinos versos,
Esta lembrança doce,
Rosalía de Castro in Antologia Poética
Lisboa: Guimarães Editores, 1985
Clique para ler:
Poema a Luís de Camões de José Saramago
Camões de Miguel Torga
terça-feira, 8 de junho de 2010
Eu sou a Charlotte Simmons de Tom Wolfe

Charlotte Simmons é uma jovem com futuro promissor, oriunda de uma pequena cidade da Carolina do Norte, onde se destacou pelo seu excelente aproveitamento escolar e por ser a primeira rapariga a conseguir uma bolsa de estudo para a conceituada Universidade de Dupont.
Depois das férias de Verão, Charlotte parte cheia de esperança para a Universidade, esperando, como a sua professora Miss Pennington havia antecipado, encontrar um mundo intelectual e culturalmente estimulante. Mas logo no primeiro dia é confrontada com um ambiente muito diferente do que aquele com que tinha sonhado: os estudantes organizavam-se em grupos, as festas a altas horas, abundantemente regadas com álcool, e as aventuras amorosas eram uma constante. O estudo parecia algo que para a maioria dos estudantes ficava em segundo plano.
Desde o dia da sua chegada àquele novo mundo Charlotte trava uma dura batalha para se conseguir integrar e combater a solidão com que é confrontada, mantendo a sua própria identidade.
Charlotte tenta manter-se fiel a si mesma e aos seus princípios, mas acaba por se deixar envolver com um rapaz de uma fraternidade dita “cool” e só tarde demais se apercebe que os seus sentimentos não são correspondidos. Para Hoyt ela não passara de uma aventura de uma noite só. Obcecada pela fracassada relação, Charlotte descura os estudos e entra numa depressão, sentindo cada vez mais o peso da solidão. Felizmente pode contar com a ajuda de Adam, um estudante finalista pertencente a um grupo de intelectuais combatentes do sistema corrupto e de injustiças que reinavam no meio universitário, e aos poucos Charlotte conseguiu reerguer-se do desespero em que tinha mergulhado.
Eu sou a Charlotte Simmons é uma obra densa, que se centra numa realidade tipicamente americana. Através de um conjunto de personagens que ao longo da obra se vão tornando cada vez mais reais, o autor Tom Wolfe, faz um retrato muito realista da vida nas universidades, desenhando com precisão a frivolidade da juventude da actual sociedade americana.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Livro do Mês: Concerto no fim da viagem
No dia 10 de Abril de 1912, o Titanic, o maior navio de passageiros de todos os tempos, inicia a sua viagem inaugural, partindo da Inglaterra com destino a Nova York. A bordo, mais de 1500 pessoas. Cinco dias depois embate num icebergue e afunda em alto-mar. Nenhum sobrevivente.
A narrativa de Erik Fosnes Hansen é um mosaico da Europa ainda intocada pelas guerras mundiais. Banqueiros e industriais gozam o luxo da primeira classe e emigrantes aglomerados no fundo do navio sonham esperançosamente com o Novo Mundo enquanto a orquestra toca valsas - até ao último minuto. Os sonhos são muitos nesse pequeno mundo flutuante, mas o destino é um só.
A história do Titanic é a história de uma ilusão. A esse pano de fundo autêntico, o autor acrescenta a narração da vida de personagens fictícias: os músicos. Vindos de lugares diferentes da Europa anterior à guerra, tais como Londres, Paris ou Viena, os músicos deleitam os passageiros da primeira classe e vão tocando o seu reportório para minorar os efeitos do pânico, até que o navio é engolido pelas águas geladas.
“Tocou três vezes o apito a vapor, três fortes sons triplos que ecoaram para terra.
Tinham largado as amarras e recolhidos os cabos de reboque. Três pequenos rebocadores, fortes como gigantes, começaram devagar a puxar o navio para o canal de navegação.
Partida. Na ponte estava o piloto, juntamente com o capitão. A multidão junto ao edifício do terminal acenava e todos os conveses estavam escurecidos por pessoas que acenavam com cachecóis e lenços, e que gritavam e vibravam o tempo todo."
O Autor:
Erik Fosnes é membro da Academia Norueguesa de Linguagem e Literatura e foi galardoado com o prémio de Literatura da Sociedade Riksmål em 1990.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Manual de Ferramentas da Web 2.0 para Professores – uma interessante ferramenta
A Web começou por ser sobretudo texto com hiperligações, a que se vieram a associar imagens, som e mais tarde vídeo. (…) Com a Web democratizou-se a publicação online e o acesso à informação. Com o aparecimento das funcionalidades da Web 2.0, conceito proposto por Tim O’Reilly e o MediaLive International, a facilidade de publicação online e a facilidade de interacção entre os cibernautas torna-se uma realidade.
A Web passa a ser encarada como uma plataforma, na qual tudo está facilmente acessível e em que publicar online deixa de exigir a criação de páginas Web e de saber alojá-las num servidor. A facilidade em publicar conteúdos e em comentar os “posts” fez com que as redes sociais se desenvolvessem online. Postar e comentar passaram a ser duas realidades complementares, que muito têm contribuído para desenvolver o espírito crítico e para aumentar o nível de interacção social online. O Hi5, o MySpace, o Linkedin, o Facebook, o Ning, entre outros, facilitam e, de certo modo, estimulam o processo de interacção social e de aprendizagem. Escrever online é estimulante para os professores e para os alunos. (…)
Neste momento, os agentes educativos podem, com toda a facilidade, escrever online no blogue, gravar um assunto no podcast ou disponibilizar um filme no YouTube. O ambiente de trabalho deixa de estar no computador pessoal do professor e passa a estar online, sempre acessível, a partir de qualquer lugar do planeta com acesso à Internet.”
Esta publicação do Ministério da Educação, organizada por Ana Amélia A. Carvalho, é constituída por nove capítulos, e em cada capítulo é feita a contextualização de cada ferramenta, apresentando o seu modo de funcionamento e como pode ser aplicado nas práticas educativas.
1º - Blogue, YouTube, 1. Flickr e Delicious
2º - Podcast e utilização do software Audacity
3º - Dandelife, Wiki e Goowy
4º - Ferramentas Google: Page Creator, Docs e Calendar
5º - PopFly – como editor de mashups
6º - A Web 2.0 e as Tecnologias Móveis
7º - Ambientes Virtuais e Second Life
8º - Do Movie Maker ao YouTube
9º - Mapas Conceptuais Online
Professores e demais educadores não se podem alhear do desenvolvimento tecnológico. No século XXI estas novas ferramentas e funcionalidades da web 2.0 devem fazer parte integrante do processo educativo. Consulte esta obra disponível on-line e aprenda a usar a web 2.0!
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Educação, Literacia e Cidadania
Uma das condições ao exercício de uma cidadania plena é a literacia. Literacia e educação estão indissociavelmente interligadas. Até há uns anos atrás o conceito de literacia resumia-se à capacidade do indivíduo saber ler, escrever e efectuar cálculos básicos. Hoje, face ao rápido desenvolvimento tecnológico, o conceito é necessariamente muito mais abrangente e começa-se a falar de literacia informativa, literacia mediática ou multimédia, para referir a capacidade de fazer face aos desafios colocados pela sociedade da informação e do conhecimento. Estas novas vertentes da literacia são fundamentais para evitar novas formas de exclusão e também ferramentas imprescindíveis para desempenhar um papel activo na sociedade democrática.
A cidadania e a formação dos cidadãos passam, cada vez mais, pela capacidade de criar pontes entre universos como o da escola e o dos média e, hoje, o das redes globais de comunicação.
Mas assim como é fundamental que a escola assuma o seu papel insubstituível de espaço de interrogação da vida e do mundo e de construção de sentido, não é menos fundamental que os decisores e agentes políticos, económicos e empresariais participem na reflexão sobre a cidadania e o futuro das nossas sociedades na sociedade da informação e do conhecimento.
Todos juntos temos a missão de promover uma atitude ética que se manifeste no saber-fazer-pensar-dizer-ser, orientada por princípios cívicos, em que a igualdade, democracia, solidariedade, liberdade e cooperação sejam reais.
Se este tema lhe despertou a atenção, sugerimos que requisite na biblioteca municipal:
COMISSAO INTERNACIONAL SOBRE EDUCACAO PARA O SECULO XXI - Educação : um tesouro a descobrir. 2ª ed. Porto : Asa, 1996. 256 p. ISBN 972-41-1775-8
A literacia em Portugal : resultado de uma pesquisa extensiva e monográfica. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço de Educação, 1996. XIII, 429 [2] p.. ISBN 972-31-0713-9
MARQUES, Viriato Soromenho - A Era da Cidadania. Mem Martins : Europa-América, 1996. 205 p.. ISBN 972-1-04076-2
Educação para a Cidadania. Lisboa : Plátano, D.L.1999. 342 p.. ISBN 972-621-997-3
Ou consulte na Internet:
CORREIA, João Carlos. Cidadania, Comunicação e Literacia Mediática [Em linha]. [Consult. 17-05-10]. Disponível em: https://bocc.ufp.pt/pag/correia-joao-carlos-Media-Publico-Literacia.pdf
FREITAS, Judite A. Gonçalves de; REGEDOR, António Borges. Bibliotecas Públicas e Cidadania Activa [Em linha]. [Consult. 17-05-10]. Disponível em WWW:
Grilo, Eduardo Marçal (2008). Prefácio ao Fórum Educação para a Cidadania 2008. [Em linha]. [Consult. 17-05-10].
MACEDO, Lurdes (2005). Educação e Literacia Para os Media na Promoção da Cidadania [Em linha] in LIVRO DE ACTAS 4º Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, 4º SOPCOM, Aveiro, Comissão Editorial da Universidade de Aveiro.[Consult. 17-05-10]. Disponível em WWW: http://bocc.ubi.pt/pag/macedo-lurdes-esducacao-literacia-para-media-promocaocidadania.pdf
terça-feira, 11 de maio de 2010
Da escola sem sentido à escola dos sentidos

tal como nós a compreendemos,
com estrados, bancos, carteiras:
será talvez um teatro, uma biblioteca,
um museu, uma conversa.”
Leão Tolstoi
António Torrado fala também na proximidade que deve existir entre professor e aluno, tanto quanto possível o professor deve deixar se impregnar pela juventude, ser “testemunha e intérprete da mudança”, só assim será capaz de ensinar com sucesso e compreender as mudanças que se operam ao longo das gerações.
Este livro não nos oferece fórmulas de acção, mas despoleta a reflexão sobre um sistema educativo e uma sociedade que teimam em aniquilar gradualmente os sentidos do processo de aprendizagem.
Leia porque ler é um prazer!
terça-feira, 4 de maio de 2010
Livro do mês: Prazer, rotas e vidas

Em 2007, a bordo do navio de cruzeiros “Splendour of the Seas”, numa viagem de Portugal ao Brasil, cinco mulheres a viajarem sozinhas partilham diariamente refeições, reflexões e ideias. Apesar das idades, vivências e profissões diferenciadas, acabam por se tornar amigas no convívio diário. Nas horas de lazer que a viagem proporciona, abordam os mais diversos temas, desde o sagrado ao profano; falam das suas experiências de vida, da droga, do prazer, da educação, da família, das suas emoções e saberes. Algumas destas amigas reencontraram-se em 2009 no Transiberiano. Na descoberta de culturas e lugares, partilham novos conhecimentos e amizades e alargam horizontes.
“Êxitos e fracassos são a medida da nossa capacidade de querer ser feliz, de amar e transcender-se no sentido do mais e do melhor.
Este livro, o 11º da autoria de Otilina Silva, agora editado pela Colibri, é um desafio à aventura da conquista do prazer, é um hino à amizade e à força que nos impele a construi-la sob pena de chegarmos ao fim da jornada sem termos existido, sido úteis ou ter deixado algum rasto.”
Fonte: http://www.edi-colibri.pt/Detalhes.aspx?ItemID=1301
“Há pessoas para quem guardar a sua intimidade se transforma num fardo. Elas necessitam transmitir aos outros o que sentem, o que fazem, como vivem. Outras, porém, fazem exactamente o contrário, guardam tudo no seu íntimo. Armazenam os bons e os maus momentos e fazem dos pequenos problemas autênticos dramas de tortura constante.
Repare, nós éramos, até há bem pouco tempo, completamente desconhecidas mas resolvemos desnudar as nossas vidas e a nossa intimidade, embora saibamos que guardar um segredo é assumir um compromisso. O silêncio que nos é pedido implica a intimidade de outra pessoa e, se acaso o revelamos, está implícita uma traição. Quando alguém nos rouba algo, há sempre uma hipótese, mesmo remota, de que o que perdemos nos venha a ser restituído, mas um segredo que deixa de o ser, não tem volta. A hipótese de devolução é completamente impossível. A partilha de um segredo implica cumplicidade, é uma partilha que poderá não durar sempre.”
A autora:
Otilina Silva nasceu em 1933 no concelho de Ansião. Viveu em S. Tomé durante cerca de 25 anos e regressou a Portugal, em 1975, após a independência do arquipélago.
Em 1979 ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, licenciando-se em Filosofia.
Colabora no jornal “Alvaiazerense” e nos cadernos culturais de “Telheiras”. Publicou o seu primeiro romance, “Ser feliz ao entardecer” em 1993.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Os livros em Abril

sexta-feira, 23 de abril de 2010
Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor
Excerto da Mensagem da directora geral da Unesco, Irina Bokova
“Este ano, a décima quinta edição do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, celebra-se no âmbito do ano Internacional para a Reaproximação de Culturas. O dia 23 de Abril dar-nos-á a oportunidade de determinar o papel atribuído ao livro num mundo em constante mudança. Os responsáveis políticos, os editores, os educadores e a sociedade civil em conjunto devem interrogar-se sobre quais as melhores formas de promover o livro, instrumento insubstituível do conhecimento.
O livro fornece-nos o conhecimento dos outros e das suas ideias, e nessa medida, permite uma melhor compreensão do universo. (…)
Os livros são simultaneamente obras de arte e ciência, e transmissores de ideias. Encarnam de modo magnífico a diversidade criadora. Conduzem ao conhecimento universal e participam no diálogo entre culturas. São instrumentos de paz. (…) ”
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Dia Mundial da Propriedade Intelectual (2010)

Este ano, a data será comemorada sob o tema: Inovação – ligar o mundo.
Como pode ler-se na mensagem do Director Geral da OMPI, Francis Curry “há relativamente poucas décadas, o mundo era vasto e, em grande parte, desconhecido para a maioria das pessoas. Viajar era dispendioso e moroso. O conhecimento era registado em papel e a sua divulgação era difícil. O serviço telefónico era, em muitos locais, inexistente. Fora das grandes cidades, o acesso à cultura estrangeira e às artes era limitado.
A rápida inovação e a sua adopção global transformaram a nossa perspectiva. Actualmente estamos ligados – física, intelectual, social e culturalmente – de formas que eram impossíveis de imaginar."
Leia a mensagem na íntegra em:
http://www.wipo.int/ip-outreach/en/ipday/2010/dg_message.html (em inglês)
http://www.spautores.pt/page.aspx?contentId=1561&idMasterCat=39 (em Português)
quarta-feira, 14 de abril de 2010
A doçura da chuva de Deborah Smith

A Doçura da chuva, tal como o título deixa antever é um romance doce, que pela sua intensidade envolve o leitor numa leitura capaz de embriagar e contaminar os sentidos.
Kara Whittenbrook, herdeira de uma grande fortuna, após a morte dos seus pais num acidente de aviação procura encontrar um sentido para a sua vida e descobre que, afinal, fora adoptada enquanto bebé.
Resolve então ir à procura das suas raízes, escondendo-se atrás de uma falsa identidade, e parte em direcção à Florida, onde encontra os pais biológicos que residem e trabalham no rancho Thocco, propriedade de Ben Thocco.
Lily e Mac, são ambos portadores de deficiências, bem como a maior parte dos trabalhadores do Rancho, o que a princípio constituiu um choque para Kara, porém, após um breve período de convivência ela ultrapassou esse sentimento e soube reconhecer que, apesar das suas diferenças, Lily e Mac eram pessoas tão válidas como quaisquer outras.
Em pouco tempo Kara deixa-se envolver por um universo completamente novo, e tem de decidir se revela a Lily e Mac que é sua filha e se conta a verdade sobre a sua identidade a Ben.
A Doçura da chuva é um romance profundo que nos faz reflectir sobre algumas das mais importantes questões da vida e que nos mostra que o amor e a amizade são fulcrais para nos ajudar a ultrapassar qualquer obstáculo!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Nas asas de um anjo de Miguel Ávila
Pela primeira vez na vida, Tiago está para ser pai. Na sala de partos, enquanto aguarda o nascimento do filho, entrega-se às recordações e transporta-nos consigo até à sua infância e também ao Verão de 1977, altura em que tinha quinze anos.
Numa linguagem fluente e cuidada e num ritmo agradável, Tiago, a personagem principal deste romance, vai-nos relatando alguns dos acontecimentos que mais influência tiveram na sua vida, tais como: a morte acidental do irmão mais velho, a paixão avassaladora e quase irracional por uma rapariga mais velha e o afastamento do pai, acontecimentos que causaram dor, tristeza, alegria, mas que sobretudo o fizeram crescer.
Nas asas de um anjo é um romance simples mas que nos envolve da primeira à última página, levando-nos a reflectir sobre a nossa própria vida, sobre a importância dos afectos, a capacidade de saber perdoar e sobre a impossibilidade de controlar o destino.
Leia porque ler é um prazer!
segunda-feira, 5 de abril de 2010
A dependência da Internet
Este uso excessivo tem como sintomas: preocupação com a Internet; necessidade de gastar cada vez mais tempo on-line para conseguir satisfação; incapacidade de controlar, reduzir ou parar a utilização da Internet; ligar-se para fugir a problemas ou para aliviar um estado de ansiedade, tal como depressão ou mal-estar; arriscar a perda de uma relação significativa quer seja pessoal, profissional ou educacional; mentir às pessoas com quem se convive sobre o tempo que se está ligado; etc.
É difícil definir com exactidão quais as causas desta dependência. Alguns estudos consideram que é a própria natureza da Internet que a torna propensa à dependência, outros defendem que não é a Internet por si só que causa dependência, mas sim as aplicações com características interactivas. Certamente não se poderá atribuir o desenvolvimento da dependência a uma característica por si só. O impacto comportamental da Internet será provavelmente causado pela conjugação de várias características da mesma, tais como: a facilidade de acesso; a diversidade de conteúdos; o baixo custo; a estimulação visual; a autonomia; o anonimato e a interactividade, aliadas à própria personalidade do utilizador.
Não se pretende com este texto desincentivar o uso da Internet, apenas recomendar o uso moderado e consciente, da mesma. A Internet é um instrumento de trabalho e de lazer que se tornou indispensável nos nossos dias. Importa no entanto compreender que esta ferramenta deve ser utilizada de modo a que o seu uso não afecte de forma negativa a nossa vida nas suas várias vertentes. A chave para evitar a dependência é essencialmente o uso moderado.
Se pretende saber mais sobre esta temática consulte:
Dependência da Internet – trabalho realizado por alunas do 4º ano do Mestrado Integrado em Psicologia, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Lisboa disponível em: http://dependencia-internet.tripod.com/avaliacao.html, acedido a 30.03.2010
Baptista, T. M. (s/d). Navega, mas não te demores: Algumas consequências psicológicas do consumo da Internet. Disponível em:
http://www.centroatl.pt/titulos/futuro/imagens/futuro_telmo_oferta.pdf. , acedido a 30.03.2010
Internet addiction disorder in Encyclopedia of Mental Disorders disponível em: http://www.minddisorders.com/Flu-Inv/Internet-addiction-disorder.html, acedido a 30.03.2010
Greenfield, David N. Virtual addiction: sometimes new technology can create new problems disponível em: http://www.virtual-addiction.com/pdf/nature_internet_addiction.pdf, acedido a 30.03.2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
Livro do mês: Os três casamentos de Camilla S.
Os três casamentos de Camilla S. é a autobiografia de uma velha senhora que aos noventa anos decide contar a sua vida, incluindo o que ela possa ter de inconfessável.
“Não sei se conseguirei acabar de contar a minha vida, se é que ela já não se contou a si própria. Mas pelo menos gostaria de falar dos meus três casamentos porque eles pautam a vivência de três mulheres diferentes que são todas eu. Poderia considerar três ciclos que se interligam e se separam, se sobrepõem e se distinguem, que entre si se criticam, se julgam e se perdoam: o ciclo do sonho, o ciclo do corpo e o ciclo do coração”.
O romance com uma estrutura de diário tem início a 4 de Janeiro de 1902, dia de viragem na vida de Camilla: aos doze anos, o seu primeiro casamento é anunciado.
“Atraiçoei o Emídio em pensamentos e ele morreu. Arrastei o André para a prisão e sabe Deus que desgraças o esperam. Destrocei a vida do Salomão pela minha fraca cabeça, o meu egoísmo, a minha incapacidade de me controlar. Não sei como penitenciar-me de tudo isto e os meus pecados ainda não acabaram. Agora sinto que abandonei o Carlos Eduardo, cada vez o acho mais distante, embora venha ver-me duas ou três vezes por ano. Fui uma má mãe, uma má esposa, e uma má mulher. Porque é que não percebemos que erramos quando estamos a errar e só mais tarde o remorso nos cai em cima com uma força esmagadora e nos amargura o resto da existência? A paixão não explica nem desculpa tudo. Quis tanto ser eu, ter uma vida própria, correr os meus próprios riscos, quis transgredir, conhecer os meus limites e, se por um lado posso dizer que vivi, por outro direi que morri mil vezes.”
Rosa Lobato de Faria nasceu em Lisboa em Abril de 1932. Poetisa e romancista, o essencial da sua poesia está reunido no volume Poemas Escolhidos e Dispersos, de 1997. O seu primeiro romance, O Pranto de Lúcifer, veio a público em 1995. Seguiram-se-lhe Os Pássaros de Seda (1996), Os Três Casamentos de Camilla S. (1997), Romance de Cordélia (1998), O Prenúncio das Águas (1999), A Trança de Inês (2001), O Sétimo Véu (2003), Os Linhos da Avó (2004), A Flor do Sal (2005), A Alma Trocada (2007), A Estrela de Gonçalo Enes (2007) e As Esquinas do Tempo (2008).
É também autora de diversos livros infantis e conhecida do grande público como actriz de televisão e cinema.
Faleceu a 2 de Fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
A riqueza da linguagem poética
A poesia é uma das aplicações mais vivas da linguagem, e quem melhor para entender este jogo de palavras de que as crianças? Obviamente nem todas as crianças se deixam cativar de imediato pela poesia ou pela literatura, porém por vezes a única coisa necessária para o conseguir é encontrar o poema, a rima ou o livro certo para despertar o seu interesse. Aprender poesia tem um importante papel nas nossas vidas, não só aprendemos a ler com os nossos olhos e ouvidos, mas também nos tornamos capazes de usar a nossa imaginação para extrair ou colocar em palavras sentimentos e emoções. A linguagem poética é uma das mais interessantes, porque mexe com o nosso sentimento, a nossa sensibilidade.
O contacto da criança com a poesia proporcionado pela família deve ser prolongado e aprofundado pela escola. A escola tem o papel de ajudar a formar a criança, não apenas a nível da razão, mas também a nível da emoção e a poesia é um instrumento privilegiado para proporcionar aos jovens o contacto com a beleza das palavras, os seus significados e as suas formas. O texto poético é um espaço de grande riqueza e amplitude, capaz de permitir a libertação do imaginário e do sonho das pessoas, é também um meio privilegiado para despertar o amor pela língua materna. A rima, o ritmo e a sonoridade, permitem uma descoberta progressiva das potencialidades da linguagem.
No entanto e parafraseando José António Franco em A poesia como estratégia “não basta incluir nas planificações diversos tipos de texto poético. Não basta deixar que as aulas se arrastem na leitura e interpretação de textos com os quais não foi promovida qualquer tipo de familiaridade. São necessárias a competência científica e a capacidade pedagógica para que a sua abordagem resulte, realmente, numa verdadeira educação da sensibilidade e do gosto, no desenvolvimento do espírito crítico e da criatividade, na aquisição de uma desejável mestria comunicativa construída, inevitavelmente, a partir do domínio dos mecanismos da língua materna e do prazer e realização pessoais que uma comunicação autónoma e competente pode provocar.”
quinta-feira, 11 de março de 2010
O fim de Philip Banter
O fim de Philip Banter é um romance psicológico que decorre nos finais dos anos 30, princípios dos anos 40. É a história de um drama surreal em que a personagem principal é Philip Banter. Este encontra-se bastante perturbado com o colapso eminente do seu casamento, e essa perturbação aumenta quando encontra na sua secretária de trabalho uma “confissão”, aparentemente escrita por ele mesmo, que prevê acontecimentos e atitudes que ainda não tiveram lugar.
Excerto:
“Era possível, que na noite anterior, bêbado como estava, tivesse decidido ir ao escritório e escrito a «Confissão». Depois, devia ter ido para casa, para a cama e ter-se esquecido. A única falha deste raciocínio – se é que havia falha – residia na sequência temporal. Como poderia prever que conheceria e se atiraria a uma mulher que ele nunca vira? E contudo, quem se não ele estaria melhor documentado para fazer tal previsão?”
segunda-feira, 8 de março de 2010
A aprendizagem da língua portuguesa
O desempenho das nossas crianças depende da nossa actuação pedagógica e o nosso objectivo é que elas atinjam o sucesso. E para que elas atinjam o sucesso devemos estar permanentemente actualizados e não ignorarmos os estudos realizados a nível do ensino da língua e das suas implicações educativas.
A leitura liberta e abre as portas do conhecimento. E o conhecimento, na sociedade actual, é a porta para a qualidade de vida, para a saúde e para a prosperidade. Por isso temos de estar mais atentos à especificidade dos obstáculos conceptuais colocados às crianças na aprendizagem da leitura. Temos que nos consciencializar de que temos que adquirir uma nova postura educativa. Temos ainda de organizar e promover actividades pedagógicas de modo a dotar os alunos das ferramentas necessárias para o domínio pleno da leitura e da escrita.
Assim sendo, a finalidade primordial da minha actividade educativa é procurar fazer com que os meus alunos, lendo, ouvindo, falando, recontando, pesquisando, escrevendo, desenhando, divulgando…, desenvolvam o gosto pela leitura e pela escrita e se tornem leitores activos e escreventes competentes, dotados de meios que lhes permitam adaptar-se a variadas situações e lhes possibilitem a educação permanente e liberdade intelectual, por forma a exercerem em pleno a cidadania e a participarem activamente na sociedade.
Professora bibliotecária
quarta-feira, 3 de março de 2010
Livro do mês: A cidade dos anjos caídos
Esta história baseada em factos e personagens reais tem início a 20 de Janeiro de 1996, quando um grande incêndio destruiu o histórico teatro La Fenice.
John Berendt chega a Veneza 3 dias depois do incêndio, fora da época alta, nas poucas semanas em que a cidade pertence de facto aos venezianos e transforma-se numa espécie de detective, descobrindo que por trás das histórias de alguns dos excêntricos habitantes da cidade pode estar a resposta para o mistério sobre o fogo, que afinal pode ter tido origem criminosa.
“Talvez se tenha chegado a um ponto em que não se podem fazer muitas observações novas sobre Veneza, mas pessoas nunca se esgotam; há sempre novas pessoas, novos personagens, novas histórias. Eu sabia que iria conseguir um olhar novo sobre Veneza”. (John Berendt)
“Alguns dias após a minha chegada, comecei a ponderar a hipótese de prolongar a minha estadia e ficar a viver em Veneza durante uns tempos. Aos dezasseis anos, tinha aprendido umas noções básicas de italiano durante o Verão que passara em casa de uma família italiana de Turim, integrado num programa de intercâmbio escolar, e ainda me lembrava de algumas coisas. Não tinha dificuldade em ler o jornal, entendia razoavelmente o italiano falado e sabia o bastante para me fazer entender.
Decidi viver num apartamento e não num hotel. Passearia pela cidade acompanhado de um bloco de notas e, ocasionalmente, de um pequeno gravador. Não teria nenhum programa rígido a cumprir, mas daria mais atenção às pessoas que viviam em Veneza do que aos onze milhões de turistas que a calcorreavam, ano após ano.”
O escritor John Berendt nasceu na cidade de Syracusa, estado de Nova Iorque, no ano de 1939 e aí passou a sua juventude. Filho de escritores, o jovem foi um brilhante aluno tendo conseguido uma bolsa de estudo para Harvard onde estudou Literatura Inglesa. No ano de 1961 mudou-se para Nova Iorque onde começou a sua carreira como editor e jornalista. É autor dos livros de não-ficção Meia-noite no jardim do bem e do mal e A cidade dos anjos caídos.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
A escrita
Escrever bem, é um processo de comunicação dos mais complexos, pois não só exige competências no falar, mas também competências de uma boa organização de ideias que as tornem compreensivas, para quem as ler. Escrever, exige uma planificação daquilo que se pretende transmitir e não só o uso de um código escrito; a seguir ao domínio das capacidades de uma recodificação (escrever o que se ouve), é preciso ter a capacidade de escrever (transmitir o pensamento).
“Para dominar a linguagem escrita é necessário um verdadeiro processo de aprendizagem, em larga medida dependente do meio e de experiências mais ou menos formais destinadas a facultar essa aprendizagem.” (Castro, e Gomes, 2000).
A aquisição da leitura e da escrita deve ocorrer num ambiente onde não haja medos nem receios, tendo em conta o seu ritmo de aprendizagem e o seu desenvolvimento. A criança deve estar envolvida em experiências significativas para que esta aprendizagem se efectue com êxito. Para que isso aconteça o professor deve dar a possibilidade à criança de compreender a linguagem escrita como um instrumento de comunicação e um objecto de conhecimento. É um objecto que pode ser transformado, alterado, ou recriado através de trocas sociais. Assim sendo, a escrita deixa de ser uma habilidade motora para se tornar uma forma nova e complexa de linguagem.
Os contributos que a Psicologia e a Linguística têm trazido à actividade docente são muito valiosos, pelo que se torna vantajoso que todo o professor possa dispor dessa informação, pois ela permite-lhe tomar consciência dos diferentes processos de aprendizagem que ocorrem durante as fases de desenvolvimento da criança, assim como das diversas funções da linguagem e do modo como funciona a língua que todos falamos.
Só dominando os instrumentos que permitem conhecer melhor o aluno, apreender as diferentes realidades vividas pelas crianças, estando atento às suas dificuldades, o professor se encontra melhor preparado para exercer a sua acção pedagógica e conseguir que os educandos tenham sucesso.
Um professor atento e bem informado sabe que a escola pode fazer muito pelas crianças carenciadas inclusive, de afecto e de estímulo intelectual. Assim, deverá descobrir os métodos de ensino e estratégias diversificadas que melhor proporcionem aos alunos o domínio da língua falada e escrita, que correspondam ao interesse do aluno e tenham significado para ele. O aluno encontrará assim, o incentivo para o seu crescimento e um desafio, ou convite ao prazer, de descobrir e aperfeiçoar a sua própria aprendizagem.
Professora bibliotecária