Olhai a gravura que um prego sustém
Na escura parede da casa aldeã:
Menino tão lindo só Este, em Belém,
Ao colo da Rosa da Eterna Manhã.
Em torno se curvam os reis e os pastores:
Oferecem-Lhe humildes e ricos presentes!
Os anjos Lhe entoam celestes louvores!
Por coroa, um rebanho de estrelas cadentes!
Em tosca peanha de pinho, uma vela
Acende as cores mansas da ingénua gravura.
E a jarra de alegre faiança amarela
É festa de aromas de flores e verdura.
Diante da estampa sagrada, uma prece
Estreita as mãozitas há pouco em labor.
Jesus pequenino, olhai, que parece
Lançar-lhes a bênção da paz e do amor.
(São dadas as doze horas na torre do sino:
Os flocos de neve são flocos de lã.
Nasceu, num presépio, o filho Divino
Do ventre da Rosa da Eterna Manhã!)
António Manuel Couto Viana
in: Uma vez uma voz
Nota: O livro Uma vez uma voz de António Manuel Couto Viana está disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil!
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