Gabriela Mistral: poetisa da misericórdia e maternidade

Gabriela Mistral, nascida a 7 de Abril de 1889 e falecida a 10 de Janeiro de 1957, foi uma poetisa, educadora, diplomata e feminista chilena.

Em 1945 foi galardoada com o Prémio Nobel da Literatura, tendo sido no discurso de recepção aclamada como rainha da literatura ibero-americana.

Na data de aniversário da sua morte convidamos o leitor a desfrutar da sua poesia.

EMBALANDO

Balança o mar suas ondas
de praia em praia.
Ouvindo os mares amantes
meu filho embalo.

Balanço o vento na noite
longe, os trigais
Ouvindo os ventos amantes
meu filho embalo.

Balança Deus em silêncio
os seus mundos, aos milhares.
Sentindo-lhe a mão na sombra meu filho embalo.

RIQUEZA

Tenho a fortuna fiel
e a fortuna perdida.
Uma assim como rosa,
a outra assim como espinho.
Não me prejudicou
o roubo que sofri.
Tenho a fortuna fiel
e a fortuna perdida.
E estou rica de púrpura
e de melancolia.
Como é amada a rosa,
como é amante o espinho!
Tal num duplo contorno
frutas gémeas unidas,
tenho a fortuna fiel
e a fortuna perdida.

POETA

Na luz do universo
eu me confundi.
Era pura dança
de peixes benditos
Recreei-me com
todo o azougue vivo.
Quando deixo a luz
quedam peixes lívidos
e à luz frenética
volto enlouquecido.

Na rede que chamam
noite, fui ferido
em vínculos de Ursas
e luzeiros vivos.
Eu amava a arena
de lanças e ristes,
até que a urdidura
lhe reconheci:
rede que pescava
presas para o abismo.
(…)

Para saber mais consulte:

http://gabrielamistralfoundation.org/web/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriela_Mistral
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1945/mistral-facts.html

Se quiser conhecer melhor esta autora e a sua obra pode requisitar o livro "Poesias escolhidas" na Biblioteca Municipal de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!