«A posição de James Joyce no
panorama da ficção contemporânea é, tal como a de Marcel Proust, de iniciador
de caminhos, ao mesmo tempo que lhe cabe a responsabilidade de liquidatário do
sentido tradicional do romance europeu. Se Retrato do Artista Quando Jovem é
apenas o trânsito para a desmesura do Ulisses e também o trânsito necessário
para Finnegans Wake, a verdade é que representa um dos volantes do tríptico
fundamental da obra de Joyce.
A história de um jovem irlandês,
educado pelos jesuítas, aparece aqui em todos os seus múltiplos módulos.
Inteligente, brilhante, os jesuítas tentam conduzi-lo para os seus quadros, mas
o jovem Estêvão Dedalus resiste ao apelo, cortando violentamente com a sua
juventude para vir a encontrar-se perante a necessidade do exílio como única
possibilidade de afirmação total e livre.
Esta palavra liberdade, tantas
vezes repetida pelo jovem Estêvão Dedalus, apela para uma outra fundamental no
percurso do jovem romancista: o exílio. É este binómio a chave de algumas
posições míticas do tríptico constituído por Retrato do Artista Quando Jovem,
Ulisses e Finnegans Wake.»
Alfredo Margarido
(tradutor e prefaciador)
James Joyce nasceu a 2 de
fevereiro de 1882, em Dublin, e é considerado um dos romancistas mais originais
do nosso tempo. O seu primeiro livro em prosa, Gente de Dublin, foi publicado
em 1914. A sua originalidade revelou-se em Retrato do artista quando jovem, publicado em 1916 e definiu-se por
completo em 1922 com Ulysses. Em 1939 publicou Finnegans Wake. Faleceu em 1941.
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