13 gotas ao deitar de Alice Vieira, Catarina Fonseca, Leonor Xavier, Luísa Beltrão, Rita Ferro e Rosa Lobato de Faria
Alfragide: Oficina do Livro, 2009
13 gotas ao deitar é um romance nascido da imaginação e colaboração de seis autoras portuguesas. Como afirma Alice Vieira, no prefácio, a elaboração deste romance “não foi um trabalho fácil: somos todas de escritas muito diversas; nem sempre aceitávamos bem que a parceira que nos continuava a história não pegasse nos fios que tínhamos deixado mesmo, mesmo, prontinhos para isso; refilávamos quando uma de nós queria que tudo tivesse explicação lógica, ou quando outra deixava a imaginação subir de tal maneira que quase lhe perdíamos o rasto…”
As autoras escolhidas para esta loucura colectiva por afinidades literárias e afectivas, conseguiram no final apresentar um romance alucinante e divertido, onde sem dúvida a imaginação imperou.
Uma mulher que assume várias personalidades, um segredo que envolve três gémeos e o assassínio estranho de três homens, são o condimento deste enredo que nos surpreende a cada página!
Um livro diferente, que sem dúvida vale a pena ler!
Excerto:
“- Maria Marina Silveira Figueiroa – disse o agente e olhou para um maço de folhas de papel que tinha em cima da mesa, repetiu o meu nome e continuou a ler o dia em que nasci, o bilhete de identidade, o meu número de contribuinte, o estado civil, a filiação, a morada, os telefones. Se sabem tudo de mim, o que será que sabem que eu ainda não saiba?, ainda pensei, enquanto lhe ouvia a respiração grossa e as duas vezes que tossiu, antes de tirar do bolso um lenço aos quadrados, com que limpou a boca e o nariz. Respirou fundo, ainda, a tomar balanço para me olhar a direito e continuar:
«Serve o presente interrogatório de adenda e esclarecimento para o processo em que a Senhora Maria Marina Silveira Figueiroa é suspeita de envolvimento em homicídio culposo, configurado como crime hediondo, juridicamente incluído entre aqueles que merecem considerações agravadas com alta reprovação por parte do legislador. O crime foi praticado com violência, sordidez, crueldade extrema, de acordo com o registo de ocorrênciua anexo à documentação.
Outra pausa. Outro olhar. E eu a soltar-me em soluços:
- Mas que desgraça é essa? Não pode ser!!.”
Leia, porque ler é um prazer!
Nota: este livro encontra-se disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal
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