Porto: Asa, 1998
É sobejamente conhecida a preocupação de pais e professores pela falta de interesse e gosto que os jovens manifestam pela leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio pleno de humor, que se lê Como um Romance, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes no processo educativo e formativos, sempre cheio de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias.
Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis.
A profunda originalidade de Como um romance está na forma ao mesmo tempo muito divertida e muito séria com que o autor aborda a questão central de que dependem tanto o destino do livro como o destino da cultura e da educação.
Fonte: badana do livro
Excerto:“O miúdo está de acordo com Flaubert; ele, os colegas, estão todos de acordo: «O Flaubert tinha razão!» Trinta e cinco trabalhos unânimes: é preciso ler, é preciso ler para viver; aliás, a absoluta necessidade de ler é o que nos distingue do animal, do bárbaro, do ignorante, do sectário histérico, do ditador triunfante, do materialista bulímico. É preciso ler! É preciso ler!
- Para aprendermos.
- Para termos sucesso nos estudos.
- Para estarmos informados.
- Para sabermos de onde vimos.
- Para sabermos quem somos.
- Para conhecermos melhor os outros.
- Para sabermos para onde vamos.
- Para conservarmos a memória do passado.
- Para esclarecermos o nosso presente.
- Para aproveitarmos experiências anteriores
- Para não repetirmos os erros dos nossos antepassados.
- Para ganharmos tempo.
- Para nos evadirmos.
- Para darmos um sentido à vida.
- Para compreendermos os fundamentos da nossa civilização.
- Para mantermos viva a nossa curiosidade.
- Para nos distrairmos.
- Para estarmos informados.
- Para nos cultivarmos.
- Para comunicar.
- Para exercermos o nosso espírito crítico.”
Nota biográfica:
Daniel Pennac nasceu em Casablanca, em 1944, e é hoje considerado um dos mais importantes e populares autores da literatura francesa.
Os seus romances sobre a família Malaussène (Au Bonheur des Ogres, La Fée Carabine, La Petite Marchande de Prose, Monsieur Malaussène e Aux Fruits de la Passion) granjearam-lhe um enorme sucesso internacional, que conheceu também com Como Um Romance, um ensaio sobre a leitura que se transformou num livro de culto.
Mágoas da Escola obteve o Prémio Renaudot em 2007, depois de ter estado mais de 50 semanas nos tops de vendas franceses.
Em 2008, Daniel Pennac obteve, pelo conjunto da sua obra, o Prémio Metropolis Bleu.
Sem comentários:
Enviar um comentário
O seu comentário é bem vindo! Partilhe as suas ideias sobre livros e escritores, tente seduzir alguém para o prazer de ler!