As Frias Madrugadas, obra poética de Fernando Namora, inclui os versos publicados em: Relevos (1938), Mar de Sargaços (1939) e Terra (1941)
Em As Frias Madrugadas “cristalizam-se algumas metáforas centrais do Neo-Realismo, obra de reviravolta de um lirismo que se vai transformando em épica, a qual, em 1941, era, metonimicamente, a da luta contra o Fascismo eterno explorador do trabalhador português, combate que não terminou ainda nesta «fria madrugadas» de 1977, em que o Sol parece só ter rompido, como sempre, para os cobradores de «juros» que enchiam de fantasmas o Sonho cada vez mais sobressaltado de António e Cassilda.”
Excerto do prefácio de Alexandre Pinheiro Torres
Poema da utopia
A noite caiu sem manchas e sem culpa.
Os homens largaram as máscaras de bons actores.
Findou o espectáculo. Tudo o mais é arrebalde.
No alto, a utópica Lua vela comigo
e sonha coalhar de branco as sombras do mundo.
Um palhaço, a seu lado, sopra no ventre dos búzios.
Noite! se o espectáculo findou
deixa-nos também dormir.
Fernando Namora
Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil.
Leia, porque ler é um prazer!
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