Esta é a história de Anna Blume e da sua jornada em busca do irmão desaparecido numa cidade sem nome. Mas tal como a cidade, a sua tarefa está condenada. A cidade transformou-se num campo de batalha onde imperam a miséria, violência e a selvajaria. Todos procuram algo ou alguém que desapareceu. Todos lutam para suprir a fome: no sentido literal, uma vez que os alimentos são escassos; e fome também no sentido abstracto, pois os últimos resquícios de humanidade impelem os cidadãos a procurar o amor e a partilha de linguagem e significado.
Através da solidão de Anna, Paul Auster conduz-nos a um mundo indeterminado e devastado no qual o eu desaparece entre os horrores a que o lento apagar da moral humana conduz. Não se trata apenas de um mundo imaginário e futurista - mas de um mundo que reflecte o nosso e, ao fazê-lo, lida com algumas das nossas mais sombrias heranças. Nesta visão apocalíptica de uma cidade despojada da sua humanidade, pulsa um inesquecível romance sobre a condição humana.
Fonte: contracapa do livro
Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.
"Quando caminhamos pelas ruas, prosseguiu ela, há uma coisa que temos de ter sempre bem presente: dar apenas um passo de cada vez. Caso contrário, a queda é inevitável. Os nossos olhos têm de estar constantemente abertos, apontados para cima, apontados para baixo, apontados para a frente, apontados para trás, atentos ao eventual aparecimento de outros corpos, sempre de sobreaviso contra o imprevisível. Chocar com alguém pode ser fatal. Quando duas pessoas chocam, desatam logo ao murro uma à outra. Ou então caem redondas no chão e não fazem nenhum esforço para se levantarem. Mais tarde ou mais cedo, surge um momento em que uma pessoa já não faz nenhum esforço para se levantar. É a dor imensa dos corpos, compreendes e para isso não há cura. E, aqui, o sofrimentos dos corpos é mais atroz do que em qualquer outro lugar."
Leia, porque ler é um prazer!
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