Nas palavras do autor “Acrescento”
é um conjunto de poemas, que remetem para a sua segunda infância. Estes poemas
constituem, nas palavras de Maria de Lourdes Martinho, um convite “a descobrir
o poeta eterno apaixonado, os seus sonhos, anseios e desilusões; conhecer entre
outros, familiares, amigos, o meio onde nasceu, o que o acolheu e o homem em
que se tornou.”
Gentes do Açor
São escarpas selvagens, fragas e montes,
Ribeiras de cristais, tocam sinfonias,
Sol e sombras, desenham os horizontes
Do paraíso, rico em melodias.
As chuvas lavam e alimentam fontes,
Regatos correm por levadas esguias,
Levam vida às courelas dos despontes,
Pra recriação de todos os dias.
Vidas sofridas nas serras das canseiras,
Cavam nas encostas, combros de ambição,
Pão em vida, sepulturas derradeiras,
As suas riquezas, são as regas do chão.
Preces divinas, no cimo das ladeiras,
Aliviam as penas, cumprem devoção,
São assim as gentes serranas das beiras,
Tangem o fado com dotes de emoção.
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