Porque nunca o rio cansa.
- Porque está sempre a nascer,
Dia e noite, sem parança.
Perguntei ao teu saber
Porque brilham as estrelas.
- Porque o céu tem de acender
À noitinha as suas velas.
Perguntei ao teu saber
Porque a lua é tão redonda.
- Porque o Sol a fez encher
De tanta luz, que já bonda.
Perguntei ao teu saber
Porque choram tanto as fontes.
- Porque estão a padecer
Desgostos da Terra, aos montes.
Perguntei ao teu saber
Porque canta a cotovia.
- Porque alguém tinha de haver
Que desse ao dia um bom-dia.
Perguntei ao teu saber
Porque o amor é tão fugaz.
- Porque querer fazer sofrer,
E só assim se compraz.
Perguntei ao teu saber
Porque queima tanto o lume.
- Porque o amor o faz arder,
E mais ainda o ciúme.
Perguntei ao teu saber
Porque tanto ri a flor.
- Porque o fruto, antes de ser,
Já nos seduz pela cor.
Perguntei ao teu saber
Porque a morte veio ao mundo.
- Porque tudo o que é viver
Tem um fim bem lá no fundo.
Ao Pé do Rio inAntónio Cacho
Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas Públicas do Concelho de Arganil.
Leia, porque ler é um prazer!
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