quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Tempo para a Poesia: "e ninguém me conhecia"

Fronteira

Numa banda a Espanha morta.
Noutra, Portugal sombrio.
E entre ambas galopa um rio
Que não pára à minha porta.
E grito e grito: Acudi-me!
Topei dor. Busquei prazer.
E sinto que vou morrer
Em plena pátria do crime.
As trevas dançam. Mas canta
Certa voz. Voz de mulher?
Mordem a minha garganta
Apelos que ninguém quer.
Por mor de aprender o Vira
Fui traído… Mas, por fim,
Disseram que era a mentira
Que, então, chamava por mim.
Onde é que estás, Artemisa,
Leandro, Patego e tu,
Corpo intacto, intacto e nu,
Correndo na praia lisa?
Nada haverá que me acoite?
Meu amor! Meu inimigo!
E aceito das mãos da noite
A memória por castigo …

E ninguém me conhecia in
Pedro Homem de Mello

 Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas Públicas do Concelho de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

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