TEIA
Quando o inverno se debruça do céu
para nos espreitar, seguro-me aos fios
de aranha
das nuvens, inchadas e escuras,
correndo para o ninho
do horizonte.
Gosto desses insectos de água;
e agarro-lhe as patas quando, a
meio do monte, encontro os primeiros
flocos
de névoa, brancos e aéreos, presos
nas garras de um pinheiro.
Vejo-os correrem-me nos braços
com a hesitação de um animal
perdido;
e entram-me pelos olhos, numa
decisão de relâmpago, dando-me
a visão da noite.
Nuno Júdice inMeditação sobre ruínas
Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas Públicas do Concelho de Arganil.
Leia, porque ler é um prazer!
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