Como eram cheios os dias de tudo!
As fontes erguiam sorrisos no ar
E a neve caía para nossa surpresa.
Minhas mãos seguras tinham sempre as tuas
Com tal mocidade, com tal alegria,
Que nunca se viu as folhas caírem.
Nossos pés descalços corriam na terra
E o verde que há no ar das florestas
Fazia chorar os olhos erguidos
De sombra, de cantos, de mil vibrações,
Naturais, entregues, sem outro destino.
Nos brancos carreiros, onde era o lugar,
Entre as leves folhas ali colocadas,
Cantavam os grilos de todas as luas
Sua breve nota da grande canção.
Passavam nos passos da nossa corrida
Todas as perfeitas, virginais gazelas,
Bichos nunca vistos saindo do lago…
Estalavam puros os risos das plantas,
Dormiam baixinho descobertas corças
E os peixes corriam à orla do mar
E nadavam no peito das nossas pegadas.
Parados enfim e sentados no chão,
Comíamos frutos tendo toda a alma
Nas cores e nos cheiros, novas descobertas.
E pegando na mão que tu me entregavas,
Tão sério e sereno como água e rio,
Meus dedos corriam pela tua pele
E tudo era cheio de todas as coisas.
Cada novo gesto era agradecer,
E em longos minutos a tarde caía.
As fontes erguiam sorrisos no ar
E a neve caía para nossa surpresa.
Minhas mãos seguras tinham sempre as tuas
Com tal mocidade, com tal alegria,
Que nunca se viu as folhas caírem.
Nossos pés descalços corriam na terra
E o verde que há no ar das florestas
Fazia chorar os olhos erguidos
De sombra, de cantos, de mil vibrações,
Naturais, entregues, sem outro destino.
Nos brancos carreiros, onde era o lugar,
Entre as leves folhas ali colocadas,
Cantavam os grilos de todas as luas
Sua breve nota da grande canção.
Passavam nos passos da nossa corrida
Todas as perfeitas, virginais gazelas,
Bichos nunca vistos saindo do lago…
Estalavam puros os risos das plantas,
Dormiam baixinho descobertas corças
E os peixes corriam à orla do mar
E nadavam no peito das nossas pegadas.
Parados enfim e sentados no chão,
Comíamos frutos tendo toda a alma
Nas cores e nos cheiros, novas descobertas.
E pegando na mão que tu me entregavas,
Tão sério e sereno como água e rio,
Meus dedos corriam pela tua pele
E tudo era cheio de todas as coisas.
Cada novo gesto era agradecer,
E em longos minutos a tarde caía.
Pedro Tamen in Tábua das matérias
Lisboa: Círculo de Leitores, 1995
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