segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que seremos no Futuro?

Há dias detive-me a olhar para as estantes da sala de adultos da minha biblioteca e lembrei-me do texto de Karen M. Drabenstott e Celeste M. Burman “Revisão analítica da Biblioteca do Futuro”. O texto está já um pouco apanhado pelo tempo perspectivando no futuro mudanças que são já presente. Mas não deixa de ter interesse e a verdade é que me fez olhar as estantes com outros olhos. Sem dramatismo, é verdade, mas dei comigo a pensar, que vivemos uma época de grandes mudanças tecnológicas. O saber encerrado em todos aqueles livros, que ocupam alguns, muitos, metros de estantes, poderia estar reunido numa grande base de dados que ocuparia um espaço real mínimo. Disponível on-line estaria acessível a todos os interessados sem problemas de horário ou de acessibilidades.

Seremos as mesmas pessoas nesta biblioteca do futuro que é já presente? Faremos a mesma leitura dos textos? Ou o facto de acedermos a eles obrigatoriamente, num ambiente imerso em novas tecnologias da comunicação vai mudar a imagem cerebral que hoje construímos, ao ler em formato papel?

Poderemos pensar, afinal qual é a mudança? Neste momento já utilizo essas tecnologias, já acedo a bibliotecas digitais e ainda faço as mesmas leituras! Farei? Olhando para trás será que sou a mesma pessoa ou eu própria estou a mudar?

O contacto com as novas tecnologias pode levar-me a construir novos modelos de pensamento. Representações que antes não existiam e que passam a fazer parte do quotidiano.

Mudanças lentas, das quais não temos uma consciência muito nítida, mas que vão construindo um caminho novo que as gerações vindouras vão percorrer conhecendo-o cada vez melhor e por esse motivo tendo-o já como seu.

Entretanto o fácil acesso à informação banaliza-a, toda ela parece importante. Olhando melhor verificamos que se repete, é superficial, em muitos casos enganosa e isso representa um perigo para todos aqueles que não desenvolveram um espírito crítico e têm dificuldade em discernir entre, o que é importante e o que não acrescenta nada à sua biblioteca interior levando-os a naufragar num mar de informação que os pode aniquilar como seres pensantes transformando-os em meros receptores de informação.

Por este motivo há uma necessidade cada vez maior de saber seleccionar a informação procurando a que verdadeiramente interessa.

As grelhas de avaliação de páginas web podem ser uma boa ajuda e a sua divulgação e utilização deve passar a fazer parte do serviço de referência de qualquer biblioteca pública ou escolar.
Margarida Fróis

1 comentário:

  1. Saudações Dra.Margarida e parabéns pelo blog.
    O livro corporiza, dimensiona um texto, aproxima-o do leitor.Nada mais tem esse poder fantástico.

    Helena Figueiredo

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