quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Agustina Bessa-Luís: nome maior da ficção portuguesa contemporânea

Agustina Bessa-Luís comemorou no passado dia 15 de Outubro o seu 90º aniversário. Autora de uma vasta obra, publicou o seu primeiro livro, Mundo Fechado, em 1948. Sibila, uma das suas obras mais famosas, publicada em 1954, representa um importante marco na história da ficção portuguesa, na medida em que rasga com a hegemonia do neo-realismo que durante 15 anos imperou na ficção portuguesa. Sibila, obteve um êxito considerável, tendo sido objecto de sucessivas edições e vários prémios, como o Prémio Delfim Guimarães (1953) e o Prémio Eça de Queirós (1954), que a consagra como nome cimeiro da novelística contemporânea.

Nascida a 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã – Amarante, Agustina Bessa-Luís passou a sua infância no Douro. Lugar a que regressou regularmente durante a adolescência e que marcou permanentemente o seu imaginário romanesco.

A partir de 1950 fixou residência no Porto, onde publica o seu primeiro romance, os Super-Homens.

Embora sempre ligada à produção literária, exerceu o cargo de Diretora do jornal O Primeiro de Janeiro e depois de Diretora do Teatro Nacional D. Maria II. Pertenceu à Academia de Ciências de Lisboa, Classe das Letras, tornou-se membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres de Paris e da Academia Brasileira de Letras.

Autora de uma vasta obra que inclui, para além dos romances, biografias romanceadas, contos, crónicas de viagem e literatura infantil, foi distinguida com os mais importantes prémios literários nacionais: Prémio Nacional de Novelística, em 1967; Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, em 1966 e em 1977, Prémio PEN Clube e D. Dinis, em 1980, Grande Prémio do Romance e da Novela da Associação Portuguesa de Escritores, em 1984 e Prémio Cidade do Porto. Foi ainda distinguida com os prémios Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista, e o Prémio Camões 2004.

“Agustina é, depois de Fernando Pessoa, o segundo milagre do século XX português e será reconhecida quando, com a distância, se puder medir toda a sua estatura, como a contribuição mais original da prosa portuguesa para a literatura mundial, ao lado do brasileiro Guimarães Rosa.”
António José Saraiva in Iniciação à Literatura Portuguesa (Gradiva, 1994).
“Ler Agustina é mergulhar num mundo de virtuosismo entre pensamento e ficção, destrinça entre instinto e alma, discurso cujos contornos podem assentar no histórico ou no jornalístico, mas o nuclear sempre se constrói rente ao humano individual, no que ele tem de insondável e nele se constitui como fonte de surpresa. A surpresa que Agustina faz falar através da análise da ambivalência humana, onde se jogam as oposições que formam o universo da interioridade. O mesmo é dizer que imaginar a literatura do século XX sem a obra de Agustina, seria amputá-la da sua fatia mais densamente dramática.”
Lídia Jorge in Revista Ler (Janeiro 2009)
Obras de Agustina Bessa-Luís disponíveis para empréstimo na rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil:
 
A memória de giz
A brusca
A memória de giz
A monja de Lisboa
A Sibila
A vida e a obra de Florbela Espanca
Adivinhas de Pedro e Inês
Agustina por Agustina
As fúrias : romance
As pessoas felizes
As terras do risco : romance
Camilo : génio e figura
Canção diante de uma porta fechada : romance
Contos Amarantinos
Contos impopulares
Conversações com Dmitri e outras fantasias
Crónica do Cruzado OSB.
Dentes de rato
Embarque em Brindisi
Eugénia e Silvina
Fanny Owen
génio e figura
Memórias Laurentinas : romance
O Dourado
O manto
O mistério da légua da Póvoa
O mosteiro : romance
O Principio da Incerteza : Jóia de Família
Os meninos de ouro : romance
Os quatro rios
Santo António
Um cão que sonha : romance
Vale Abraão : romance
Vento, areia e amoras bravas

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