terça-feira, 23 de julho de 2013

Claudio Magris, promotor de uma cultura europeia

O escritor italiano Claudio Magris venceu o primeiro Prémio Europeu Helena Vaz da Silva

De acordo com o júri presidido por Guilherme d’Oliveira Martins (presidente do Centro Nacional de Cultura) Magris é autor de "uma obra notável sobre a identidade europeia, como realidade diversa que se deve preservar enquanto património material e imaterial". 

Para Oliveira Martins, Claudio Magris, “é um escritor com uma noção de património que não se projecta apenas no passado como se estende ao presente. Tem uma escrita plural, tolerante e promotora de uma cultura europeia

O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva foi instituído pela Europa Nostra, em parceria com o Centro Nacional de Cultura e o Clube Português de imprensa, com o objectivo de distinguir anualmente um cidadão europeu que, ao longo da sua carreira, se tenha distinguido pela sua actividade de divulgação, defesa e promoção do património cultural europeu.

Autor de uma vasta obra dedicada ao ensaio, romance e relato de viagens, Claudio Magris nasceu em Trieste em 1939, e para além de escritor é professor de literatura alemã e tradutor. 

Para saber mais consulte:




Livros do autor disponíveis na rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil:

Ilações sobre um sabre. Lisboa : Difel, 1984. 100 p.

Trata-se pois, de uma narrativa cujo fio condutor se baseia na busca das motivações do ambíguo quotidiano e na simbiose equívoca dos enganados conscientes e inconscientes que existem em nós, nos nossos actos lúcidos e na nossa memória aberrante, que é como «aquelas testemunhas interrogadas pela polícia que já não sabem se reconhecem a fotografia porque já viram essa cara ou se reconhecem essa cara por já a terem visto nas fotografias mostradas pela polícia». E esses enganos constantes – de uns para os outros e de si para si mesmo, numa trama que se complica ainda mais com as traições da memória – constituem precisamente a essência e o fio condutor da vida. 
O ambíguo tornou-se assim o fio essencial da existência real e fantástica: a crónica diária vai-se desdobrando com os tons do folhetim, de que esperamos todos os dias um novo capítulo.
«Na desconexa e conflituosa multiplicidade da vida, o indivíduo apercebe-se de que é apenas uma precária e provisória cristalização desses conflitos e descobre que já não lhe é possível desejar não ter mais nada sobre que se possa debruçar com amor e nostalgia» (C. Magris, Ítaca e Oltre, Milão, 1882, p. 6).


Fonte: contracapa do livro

Danúbio. [S.l.] : (Sic) idea y creación, 2009. 376, [2] p.

Nos anos 80, Claudio Magris realizou uma viagem seguindo o rio Danúbio. Ao longo de um percurso que atravessa a Alemanha, a Áustria, a Hungria, as antigas Checoslováquia e Jugoslávia, a Roménia e a Bulgária, o autor alterna o relato de episódios significativos com descrições da paisagem física e cultural, até formar uma malha de ideias que aproxima esses países num espaço comum. Neste périplo misturam-se o ensaio, o romance, o diário e a literatura de viagens, e aparecem paisagens, paixões, encontros, reflexões... Uma “viagem sentimental” em que Magris explora o conceito da Mitteleuropa fundamental para a compreensão da cultura europeia"

Fonte: contracapa do livro

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