Porto: Porto Editora, 2016 |
Como em todos os romances de Richard Zimler, o mal volta a ser uma presença dominante em "A Sentinela". O rosto desse mal é, desta vez, o abuso sexual de menores, que o autor aborda sem paliativos A Sentinela, de Richard Zimler, é a história de um crime em que nada é o que parece e também o retrato de um Portugal cujas elites políticas e económicas são mesmo o que parecem ser. Mas também não seria falso afirmar-se que os temas do novo romance são os de sempre na já extensa obra ficcional deste americano radicado no Porto: os problemas de identidade, as vítimas de violências várias, a escalpelização minuciosa das relações humanas. A Sentinela não será, portanto, exactamente um policial, ainda que tenha como protagonista um inspector da Judiciária e relate a investigação de um homicídio. (Luís Miguel Queirós in Público)
Até que ponto um único assassinato pode iluminar a crise moral em que se encontra o país?
6 de julho de 2012. Henrique Monroe, inspetor-chefe da Polícia Judiciária, é chamado a um luxuoso palacete de Lisboa para investigar o homicídio de Pedro Coutinho, um abastado construtor civil. Depois de interrogar a filha da vítima, Monroe começa a acreditar que Coutinho foi assassinado ao tentar defender a perturbada adolescente do violento assédio sexual de algum amigo da família. Ao mesmo tempo, uma pen que o inspetor descobre escondida na biblioteca da casa contém alguns ficheiros com indícios de que a vítima poderá também ter sido silenciada por um dos políticos implicados na rede de corrupção que o industrial montara para conseguir os seus contratos.
Tendo como pano de fundo o Portugal contemporâneo, um país traído por uma elite política corrupta, que sofre sob o peso dos seus próprios erros históricos, Richard Zimler criou um intrigante policial psicológico, com uma figura central que se debate com os seus demónios pessoais ao mesmo tempo que tenta deslindar um caso que irá abalar para sempre os muros da sua própria identidade.
Fonte: contracapa do livro
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