segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Novidade na Biblioteca: Os vivos e os outros

Agualusa, José Eduardo - Os vivos e os outros
Lisboa: Quetzal, 2020

Depois de os conhecermos intimamente, os lugares passam a ser outros”. Esta é uma das primeiras frases que encontramos em “Os Vivos e os Outros”, o mais recente romance de José Eduardo Agualusa, uma história de (des)encantar rumo a um fim do mundo que grita por um recomeço num lugar cercado por água, numa catástrofe anunciada no final de uma primeira parte que mais parece um prólogo cénico: “É assim que tudo começa: a noite rasgando-se num enorme clarão, e a ilha separando-se do mundo. Um tempo terminando, um outro começando. Naquela altura ninguém se apercebeu disso”. (Pedro Miguel Silva in Mil Folhas)

Para onde vamos depois do fim? Talvez para uma pequena ilha, pois, como diz uma das personagens deste romance, «depois que o mundo acabar, recomeçará nas ilhas». Daniel Benchimol, personagem de A Sociedade dos Sonhadores Involuntários e Teoria Geral do Esquecimento, regressa logo na primeira página do novo livro de Agualusa. O cenário é o da beleza única e mágica da Ilha de Moçambique - onde decorre um festival literário que reúne três dezenas de escritores africanos que, na sequência de uma violentíssima tempestade no continente (e de um evento muito mais trágico, que só depois se revelará), permanecerão totalmente isolados durante sete dias.

Mas a história leva-nos mais longe: a uma série de estranhos e misteriosos acontecimentos, que colocam em causa a fronteira entre realidade e ficção, passado e futuro, a vida e a morte, e inquietam os escritores e a população local.

José Eduardo Agualusa nunca foi tão longe no lirismo da sua prosa - nem, ao mesmo tempo, no desenho de personagens tão reais que parecem inventadas.

Fonte: contracapa do livro


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