quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Novidade na Biblioteca: Quem me dera cá o tempo

"Fiel à herança da memória antiga, recebida ainda na juventude, e aos valores e tradições que instituíam as nossas comunidades rurais, Jorge Lage teve a inteligência de quanto era importante a preservação desse espólio antigo e quase perdido da nossa civilização" - Telmo Verdelho, in prefácio

Chegou recentemente à Biblioteca mais um livro da autoria de Jorge Joaquim Lage sobre a castanha e o castanheiro. Desde o final do século XX Jorge Lage tem-se dedicado ao seu estudo e este é o quinto livro da sua responsabilidade sobre esta temática.

Na nota introdutória de "Quem me dera cá o tempo" pode ler-se que com esta Antologia o autor pretende encerrar este trabalho, "reunindo escritores ligados ao país castanícola e de diferentes níveis sociais. Foi pedido aos mais de 80 autores um texto curto e inédito, sobre o tema da castanha/ castanheiro, que elevasse quem o escreveu e enriquecesse os que o lerem".

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Sugestão de Leitura: o fantasma de Hitler de Norman Mailer

"O fantasma de Hitler é uma investigação eletrizante sobre a natureza do mal. [...] Este inesquecível romance de um mestre da prosa reforça a crença de que nos enganamos ao atribuir a culpa de crimes hediondos a um único indivíduo, mesmo que seja o diabo. Somos todos culpados." - Beryl Bainbridge, The Guardian

O fantasma de Hitler, no original "The castle in the forest", foi o último romance publicado por Norman Mailer (1923-2007), escritor americano, duas vezes galardoado com o Prémio Pullitzer.

Norman Mailer conhecido pela sua "escrita descritiva, incisiva e marcadamente cáustica, criticou todos os quadrantes da sociedade e a sua moralidade. Desde o governo norte-americano, até ao movimento feminista, todos foram atacados pela violência da sua pena e embora nos derradeiros momentos da vida tenha reconhecido alguns "exageros", defendeu sempre o direito a dizer o que pensava."

Em O Fantasma de Hitler o narrador é um SS misterioso que sabe segredos extraordinários, e que nos revela o jovem Adolf desde a infância, aproveitando, ao mesmo tempo, para nos esclarecer sobre a mãe, o pai, os irmãos. Toda aquela invulgar família.

E é através de uma galeria de personagens inesquecíveis que observamos como nunca antes, a luta entre o bem e o mal.

Qual é a hipótese que Norman Mailer formula, central a esta história? É surpreendente. Talvez tenha esperado uma vida inteira para a escrever.

Fonte: Contracapa do livro

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Tempo para a poesia LXV

Poemas ditos por Aurelino Costa e musicados por Victorino D'Almeida

Vasco da Gama

Somo nós que fazemos o destino.
Chegar à Índia ou não
É um íntimo desígnio da vontade.
Os fados a favor
E a desfavor,
São argumentos da posteridade.

O próprio génio pode estar ausente
Da façanha.
Basta que nos momentos de terror,
Persistente,
O ânimo enfrente
A fúria de qualquer Adamastor.

O renome é o salário do triunfo.
O que é preciso, pois, é triunfar.
Nunca meia viagem consentida!
Nunca meia medida
Do vinho que nos há-de embriagar!

Não passarão

Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.

Só mesmo se a raiz bebesse o lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
Que na tua tragédia se redime.

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!

Miguel Torga - Poemas Ibéricos, 1965

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Dia Mundial da Filosofia - 19 de Novembro de 2020

Em 2002 a UNESCO instituiu o Dia Mundial da Filosofia, como resultado da necessidade da humanidade refletir sobre os acontecimentos atuais, fomentando-se o pensamento crítico, criativo e independente, contribuindo assim para a promoção da tolerância e da paz. Desde então este dia é celebrado em todo o mundo na terceira quinta-feira do mês de novembro, que este ano terá lugar a 19 de novembro.

A edição de 2020 pretende convidar o mundo inteiro a refletir sobre o significado da atual pandemia, sublinhando a necessidade, mais do que nunca, de recorrer à reflexão filosófica para enfrentar as múltiplas crises que vivemos. A crise da saúde questiona múltiplos aspetos das nossas sociedades. Neste contexto, a filosofia ajuda-nos a percorrer a distância necessária para melhor avançar, ao estimular a reflexão.

Gosta de Filosofia, de refletir, questionar, pensar?
Siga os links e encontre diversas propostas para assinalar este dia:
Para quem gosta de ler, na Rede de Bibliotecas de Arganil existe um vasto conjunto de livros sobre Filosofia. Siga o link, consulte o nosso catálogo e requisite!

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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Revista digital Entreler

O Plano Nacional de Leitura 2027 iniciou a publicação de uma revista digital - a ENTRELER

Trata-se de uma revista digital de acesso livre e gratuito, com periodicidade anual, que tem como objetivo divulgar estudos e reflexões sobre a leitura, a escrita e a literacia, em todas as faixas etárias e nas suas múltiplas dimensões e contextos, bem como projetos e atividades de promoção da leitura e formação de leitores. 

A ENTRELER dirige-se a mediadores, docentes, formadores, investigadores, bibliotecários, técnicos e a todos os que partilham o interesse pela leitura, pela escrita e pelas literacias. (PNL2027)

O nº 0 da revista já está disponível e merece leitura atenta. Apresenta um conjunto variado de artigos, abordando temas da leitura infantil e juvenil, da literacia mediática e digital, da investigação e da prática da leitura partilhada, bem como uma entrevista de Carlos Fiolhais a Alberto Manguel.

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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Artur Portela Filho

Artur Portela Filho, jornalista, escritor e tradutor, faleceu a 10.11.2020.

Nascido a 30 de Setembro de 1937, Artur Portela Filho, formou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi redactor do Diário de Lisboa ​nas décadas de 50 e 60, e fundou e dirigiu o Jornal Novo, entre 1975 e 1977. Fundou também a revista Opção, durante a década de 70, e colaborou com outros jornais como o República, A Capital ou o Jornal do Fundão​. Mais recentemente colaborou com o jornal i.

Enquanto escritor dedicou-se à ficção em prosa, teatro, contos e crónicas, tendo ao longo da sua vida publicado mais de 20 livros.




Aproveitamos para destacar um excerto do texto "A ameaça dos livros" de Setembro de 1966, publicado no 1º volume da obra "A funda"

Porquê ler este livro e não outro?
Porquê ler Namora e não Pratolini? Porquê ler Cesariny e não Breton? Porquê ler Margarido e não Robbe-Grillet?
A solução parece fácil. É lê-los a todos. E, depois, recusá-los, ou aceitá-los. Só que - há muitos livros e pouco tempo para ler.
E se ler é essencial, se ler os livros-chave é indispensável, - a escolha pode, ser muitas vezes é, dramática.
O livro é elemento-base da cultura. A cultura estrutura e dinamiza o indivíduo. Logo, a escolha de um livro, de um autor, pode estabelecer a trajectória desse indivíduo, marcar-lhe o carácter, pautar-lhe o comportamento, Somos, também, os livros que lemos. (...)

Aceda ao catálogo da Rede de Bibliotecas de Concelho de Arganil para saber que livros temos para si deste autor.

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No dia Dia de S. Martinho, há fogueiras, castanhas e vinho...

Corria o ano de 337, no século IV, e um outono duro e frio assolava a Europa. Reza a lenda que um cavaleiro gaulês, chamado Martinho, tentava regressar a casa quando encontrou a meio do caminho, durante uma tempestade, um mendigo que lhe pediu uma esmola. O cavaleiro, que não tinha mais nada consigo, retirou das costas o manto que o aquecia, cortou-o ao meio com a espada, e deu-o ao mendigo. Nesse momento, a tempestade desapareceu e um sol radioso começou a brilhar. O milagre ficou conhecido como "o verão de São Martinho". (…) 

Foi a 11 de novembro que São Martinho foi sepultado na cidade francesa de Tours, a sua terra natal, e é por esse motivo que a data foi a escolhida para celebrar o Dia de São Martinho. Em Portugal este dia é por tradição consagrado à abertura nas adegas do vinho novo e da água-pé e associado ainda ao ritual dos magustos que se realizam de Norte a Sul do país, reunindo à volta de fogueiras, os apreciadores das castanhas e dos vinhos.

Aproveitamos a data para apresentar algumas sugestões de leitura relacionadas com a Tradição de S. Martinho em Portugal e os magustos:





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terça-feira, 10 de novembro de 2020

Costura-mania de Joana Nobre Garcia

GARCIA, Joana Nobre - Costura-mania
Lisboa: A Esfera dos Livros, 2017


Hoje apresentamos um livro que apresenta 105 projectos manuais para fazer em casa. Desde molduras a mochilas, aventais a almofadas, várias são as propostas para quem gosta de dedicar o seu tempo livre a fazer trabalhos manuais.

Pintar, bordar e coser sempre fizeram parte da vida de Joana Nobre Garcia. Com as avós aprendeu a bordar e a fazer as roupas das suas bonecas, na escola foi incentivada a fazer objectos para vender nas festas e, com o nascimento dos filhos, fez questão de bordar as fraldas, os lençóis, os sacos e muitos outros mimos especiais. Mãe de dois filhos, economista, e com um dia-a-dia preenchido, a autora encontra sempre tempo para sozinha ou em conjunto com os filhos criar objectos especiais e únicos para a sua casa ou para oferecer como presente. Joana Nobre Garcia não aceita desculpas como «não tenho jeito nenhum para isso», «não tenho tempo», «isso dá muito trabalho», «não percebo nada de costura». Com a ajuda de Joana Nobre Garcia vai aprender todos os truques e técnicas de costura, pintura e colagem essenciais para pôr em prática estes 105 projectos manuais que pode fazer em casa.

Fonte: contracapa do livro

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Sugestão de leitura: 1793 de Niklas Natt och Dag

Dag, Nicklas Natt och - 1793
Lisboa: Suma de Letras, 2019

1793, Estocolmo. Quatro anos após a tomada da Bastilha e mais de um ano depois da morte de Gustavo III da Suécia, as guerras estrangeiras esvaziaram os tesouros e a nação é governada com mão de ferro pelo senhor do reino. Na esteira do falecimento do velho rei, a confiança transformou-se num bem escasso. A paranoia e as conspirações sussurradas abundam em todos os cantos. Uma promessa de violência estala no ar enquanto os cidadãos comuns se sentem cada vez mais vulneráveis aos caprichos dos que estão no poder.

Quando Mickel Cardell, um ex-soldado aleijado e ex-guarda nocturno, encontra um corpo mutilado flutuando no lago malcheiroso da cidade, sente-se compelido a dar um enterro condigno ao homem não identificado. Para Cecil Winge, um brilhante advogado que é também detective consultor na Polícia de Estocolmo, um corpo sem braços, pernas ou olhos é um enigma formidável e uma última oportunidade de acertar as coisas antes de perder a sua batalha com a morte. Juntos, Winge e Cardell vasculham Estocolmo para descobrir a identidade do corpo, encontrando o lado sórdido da elite da cidade.

1793 é o romance de estreia de Nicklas Natt och Dag. Com este livro o escritor retrata a capacidade de se ser cruel em nome da sobrevivência ou da ganância - mas também a capacidade para o amor, a amizade e o desejo de um mundo melhor.

Leia aqui as primeiras páginas. Gostou?

Requisite na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Tempo para a poesia LXIV

 

Vai haver um tempo

Vai haver um tempo com certeza
Em que todas as recordações serão rainhas
Em que todos os momentos de beleza
Serão feitos de lembranças minhas.

Vai haver um tempo com certeza
Onde os outros tempos serão tudo
Onde restarei eu e a natureza
O céu, o monte, a erva, o cão e o burro.

Vai haver um tempo com certeza
Em que o tempo será mais pastor
E sentar-nos-emos junto à correnteza
Calmamente aguardando o pôr-do-sol.

            In: T/ser de A. M. Guerreiro


Eterno instante 

Se vos dissesse o quanto
O quanto indizível
Tomaria o espanto
O espaço-tempo impossível.

O perfeito que é
O todo que clamas
Só permite fé
Na chama que emanas.

            In: Sol(o) de A. M. Guerreiro

Livros disponíveis para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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