sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Boas festas!

Gravura de Natal

Gravura de Natal

Olhai a gravura que um prego sustém
Na escura parede da casa aldeã:
Menino tão lindo só Este, em Belém,
Ao colo da Rosa da Eterna Manhã.

Em torno se curvam os reis e os pastores:
Oferecem-Lhe humildes e ricos presentes!
Os anjos Lhe entoam celestes louvores!
Por coroa, um rebanho de estrelas cadentes!

Em tosca peanha de pinho, uma vela
Acende as cores mansas da ingénua gravura.
E a jarra de alegre faiança amarela
É festa de aromas de flores e verdura.

Diante da estampa sagrada, uma prece
Estreita as mãozitas há pouco em labor.
Jesus pequenino, olhai, que parece
Lançar-lhes a bênção da paz e do amor.

(São dadas as doze horas na torre do sino:
Os flocos de neve são flocos de lã.
Nasceu, num presépio, o filho Divino
Do ventre da Rosa da Eterna Manhã!)

António Manuel Couto Viana
in: Uma vez uma voz
 
Nota: O livro Uma vez uma voz de António Manuel Couto Viana está disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Inverno

Inverno

A neve cai. As aves emudecem.
Um vento glacial rasa a campina.
Tua mão branca e perfumada e fina
Traz-me as rosas que ao vento se estremecem.

A chuva canta. Os anjos desfalecem.
Junto da praia o mar geme em surdina.
Na tua voz vibrante e cristalina
As notas de alegria empalidecem.

A lenha no fogão crepita e arde
E um galgo branco, neste fim de tarde,
Vai sonolento e enrosca-se a teus pés…

Olho os teus olhos fundos e entristeço.
Eu sou o Inverno, Amor, e não mereço
A Primavera linda que tu és!

Américo Durão
In: Poesias Completas

O livro Poesias Completas de Américo Durão está disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Natal está quase aí...

Natal

Um anjo imaginado,
Um anjo dialéctico, actual,
Ergueu a mão e disse: - É noite de Natal,
Paz à imaginação!
E todo o ritual
Que antecede o milagre habitual
Perdeu a exaltação.

Em vez de excelsos hinos de confiança
No mistério divino,
E de mirra, e de incenso e oiro
Derramados
No presépio vazio,
Duas perguntas brancas, regeladas
Como a neve que cai,
E breves como o vento
Que entra por uma fresta, quezilento,
Redemoinha e sai:

À volta da lareira
Quantas almas se aquecem
Fraternamente?
Quantas desejam que o Menino venha
Ouvir humanamente
O lancinante crepitar da lenha?

Miguel Torga
S. Martinho de Anta, 24 de Dezembro de 1962
In: Poesia Completa

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Attachment de Isabel Fonseca

Attachment é o primeiro romance da autoria de Isabel Fonseca nascida em Nova Iorque e a residir no Reino Unido.

Este livro é uma novela que retrata de forma intimista o envelhecer, a vida de casal e dos filhos e de como mesmo após um casamento de 23 anos marido e mulher continuam a ser um mistério um para o outro.

Jean Hubbard é uma americana de 45 anos, colunista independente, casada com Mark, executivo de sucesso na área da publicidade. Depois de mais de 20 anos em comum Jean e Mark mudam-se para St. Jacques, uma ilha perto das Maurícias, deixando a sua filha Victoria a tomar conta da casa em Londres.

O abalo na vida conjugal acontece quando Jean descobre um e-mail dirigido ao marido, que aparenta ser de uma amante. Em vez de confrontar o marido, Jean inicia uma troca de mensagens com Giovana, fazendo-se passar por Mark.

Este é o início de uma profunda reflexão sobre a vida de Jean, que se vai cruzando com as histórias da sua filha, marido, pai e irmã e nos mostra a vida como ela de facto é, e não como deveria ser.

Entrar na história requer no entanto algum esforço do leitor, é necessário insistir para conseguir captar o enredo. Uma vez ultrapassada esta fase, e apesar de algumas lacunas na tradução e revisão do livro, a leitura envolve-nos de forma provocativa e faz nos reflectir sobre questões muito importantes: Até que ponto conhecemos aqueles que amamos? Até que ponto nos conhecemos a nós próprios?

Leia, porque ler é um prazer!

Obs.: Este livro está disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Marion Zimmer Bradley

Marion Zimmer Bradley nasceu a 3 de Junho de 1930 e faleceu a 25 de Setembro de 1999 vítima de ataque cardíaco.

Começou a escrever ficção científica, ainda durante a adolescência, sobretudo para revistas tais como a Vortex Science Fiction. Começou a ganhar reconhecimento a partir de 1958 quando publicou o primeiro romance da série Darkover.

Em 1964 obteve o seu diploma em Artes pela Universidade de Hardin-Simmons, em Abilene, no estado do Texas, fazendo depois estudos de pós-graduação na Universidade da Califórnia, em Berkeley, de 1965 a 1967.

A sua “obra-prima” foi provavelmente As brumas de Avalon publicado em 1983, uma novela feita a partir do ponto de vista das mulheres que recria a lenda do Rei Artur e dos Cavaleiros do Távola Redonda.

Marion Zimmer Bradley recebeu em 2000 o prémio World Fantasy pela totalidade da sua obra. Foi também nomeada para o Prémio Hugo (prémio para ficção científica) com os livros “Sword of Aldones” e “The Forbidden Tower”

Visite a biblioteca Municipal de Arganil e requisite um dos seguintes títulos desta autora que temos disponíveis para si:

 A casa da floresta

 Salto mortal

 As brumas de Avalon

 A Fonte da Possessão: O Poder Supremo

 A Fonte da Possessão: As Forças do Oculto

 A Senhora de Avalon

 Tambores na noite

 As mulheres da casa do Tigre

 A queda da Atlântida

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um blog a visitar e a acompanhar: biblioactiva.ler

http://www.biblioactivaler.blogspot.com/: "Este Blogue é da responsabilidade da Sala Infantil e Juvenil da Biblioteca Municipal Miguel Torga com a participação das crianças e jovens que frequentam habitualmente as Bibliotecas Públicas e Escolares do concelho de Arganil. Partilhamos leituras, promovemos livros, divulgamos actividades, projectos e acções. Um espaço onde podemos dar asas à imaginação e criatividade… Participa!"

Livro do mês: Fúria divina de José Rodrigues de Santos

Fúria Divina é o sétimo romance da autoria de José Rodrigues dos Santos onde história e ficção se misturam em duas histórias paralelas. Temos a história do professor Tomás de Noronha, historiador, professor universitário e criptanalista que é “convidado” pela NEST, uma unidade operacional da CIA criada para localizar, identificar e eliminar material nuclear, a decifrar uma estranha mensagem secreta da Al-Qaeda.
E em paralelo acompanhamos a história de Ahmed, um menino egípcio, que ao longo da vida vai descobrindo os ensinamentos de Alá. Começa por ser instruído pelo mullah Saad, que lhe transmite o carácter pacífico e benévolo do Islão, e mais tarde na madrassa é ensinado por um novo professor que interpreta as palavras do Alcorão à letra.
Como o próprio autor afirma para escrever este romance partiu de duas premissas centrais: “e se a Al-Qaeda tem a bomba atómica? E se o Islão dos fundamentalistas é o verdadeiro Islão?” José Rodrigues dos Santos ao longo das quase 600 páginas deste livro dá-nos uma perspectiva concreta sobre a ameaça nuclear, bem como uma perspectiva realista sobre o que é o fundamentalismo Islão.
Uma história que nos prende e sobretudo nos enriquece com muita informação. Como se pode ler na própria obra “todas as referências técnicas e históricas e todas as citações religiosas incluídas neste romance são verdadeiras”. Há ainda a particularidade do romance ter sido “revisto por um dos primeiros operacionais da Al-qaeda.”

Excerto:

“(…) “Mas também é verdade que a maior parte das guerras são provocadas pelas religiões! Quantas matanças não se fizeram em nome de Cristo?”
“Ordenadas por Cristo?”
“Não, claro que não. Mas em nome dele…”
“Não confunda as coisas”, rectificou Tomás. “Quando um cristão faz a guerra, é importante que perceba que ele está a desobedecer a Cristo. Não foi Jesus que disse que, quando nos batem numa face, devemos dar a outra? Ao recusar-se a dar a outra face e ao optar pela guerra, o cristão está a desobedecer ao seu Profeta, ou não está?”
“Claro que sim.”
“Pois essa é uma importante diferença entre o cristianismo e o islão. É que, no islão, quando um muçulmano faz a guerra e mata gente pode estar simplesmente a obedecer ao Profeta. Não se esqueça de que Maomé era um chefe militar! No islão pode acontecer que o muçulmano que se recuse a fazer a guerra seja precisamente aquele que desobedece ao seu Profeta!”
(…)
“Registe isto que eu lhe vou dizer”, acrescentou o historiador, quase a soletras as palavras. “A maior parte do Alcorão é constituída por versículos relacionados com a guerra.”
O rosto da americana manteve desenhada a incredulidade.
“Isso não pode ser!”, exclamou. “Sempre ouvi dizer que o islão é totalmente pacífico e tolerante.”
“E é, se formos todos muçulmanos. O islão impõe regras de paz e concórdia entre os crentes. O problema é se não formos muçulmanos. Está escrito no Alcorão, creio que no capítulo 48: «Muhammed é o Enviado de Deus. Os que estão com ele são duros com os incrédulos, compassivos entre si.»”

Nota biográfica sobre o autor:

José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964 em Moçambique. Doutorado em Ciências da Comunicação, dá aulas na Universidade de Lisboa, é jornalista da RTP e é escritor.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

União Europeia - Comunicação/ Formação

O Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD), enquanto Organismo Intermediário da Comissão Europeia, gere Planos de Comunicação, anuais, sobre os temas mais relevantes da União Europeia. Neste contexto, contratualiza com entidades terceiras – Universidades, Empresas, Associações, etc. - a realização de diferentes tipologias de ação, nomeadamente atividades educativas, produtos pedagógicos, ações de formação, eventos para o público em geral, etc., com o objetivo de contribuir para comunicar a União Europeia aos cidadãos.

 
O Plano de Comunicação de 2011 aborda as seguintes temáticas:

 
  • A Nova Estratégia Europa 2020
  • União Europeia dos Cidadãos
  • O Desafio da Recuperação Económica e Financeira
  • Comunicar a UE em parceria com os Cidadãos

Para obter mais informação consulte o plano de formação ou visite o sítio Web do Centro de Informação Europeia Jacques Delors

 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fado: património imaterial da humanidade

O Fado foi considerado pela organização UNESCO Património Imaterial da Humanidade. A candidatura foi aprovada ontem durante o VI Comité Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

O Fado foi distinguido enquanto tradição e expressão da identidade da cultura de um país.

De acordo com Rui Vieira Nery, autor da obra Para uma história do fado "O fado é a mais nacional de todas as canções, faz-se a si próprio, está em constante recriação e não é uma obra acabada."

Visite a Biblioteca Municipal de Arganil e consulte ou requisite uma das seguintes obras sobre esta temática:

TINHORAO, José Ramos - Fado : dança do Brasil, cantar de Lisboa : fim de um mito. Lisboa : Caminho, imp.1994. ISBN 972-21-0923-5

NERY, Rui Vieira - Uma história do fado. [S.l.]: Público, 2004

CARVALHO, Pinto de - História do Fado. Lisboa : Dom Quixote, 1982.

OSÓRIO, José Manuel - Todos os fados. Paço de Arcos: Edimpresa, 2005.

Aproveite ainda para ouvir um dos muitos CD’s deste género musical que temos disponíveis para si.

Moram numa rua escura
A tristeza e amargura,
A angústia e a solidão.
No mesmo quarto fechado
Também lá mora o meu fado
E mora o meu coração

Tantos passos temos dado
Nós as três de braço dado
Eu a tristeza e a amargura
À noite um fado chorado
Sai deste quarto fechado
E enche esta rua tão escura

Somos vizinhos do tédio
Senhor que não tem remédio
Na persistência que tem
Vem p´ro meu quarto fechado
Senta-se ali a meu lado
Não deixa entrar mais ninguém

Nesta risonha morada
Não há lugar p´ra mais nada
Não cabe lá mais ninguém
Só lá cabe mais um fado
Que neste quarto fechado
O fado chora-se bem

Letra: Amália Rodrigues
Música: Fontes Rocha



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os segredos do imortal Nicholas Flamel de Michael Scott

A verdade: Nicholas Flamel nasceu em Paris, em 28 de Setembro de 1330. Quase setecentos anos depois, é reconhecido como o maior Alquimista de todos os tempos. Diz-se que descobriu o segredo da vida eterna. Os registos certificam que morreu em 1418. Mas o seu túmulo está vazio.
A lenda: Nicholas Flamel está vivo, graças ao elixir da vida que produz há séculos. O segredo da vida eterna está escondido no livro que protege - o Livro de Abraão, o Mago, o livro mais poderoso de sempre. Se for parar às mãos erradas poderá ser o fim do Mundo.

O autor: Considerado uma sumidade em mitologia e folclore, Michael Scott é um dos autores mais bem sucedidos da Irlanda. Este mestre do fantástico, da ficção científica, do terror e do folclore, vive e escreve em Dublin e foi agraciado pelo Irish Times com o epíteto "Rei do Fantástico nestas Ilhas".

Fonte: www.bertrand.pt

A série conta a história de Josh e Sophie, gémeos, e as suas aventuras ao lado do famoso e imortal Nicholas Flamel.

A obra será composta por 6 volumes. Até agora em Portugal foram publicados os primeiros 4, que também já estão disponíveis na Biblioteca Municipal para empréstimo. Visite-nos e requisite um destes livros ou descubra o que mais temos para lhe oferecer.

Leia, porque ler é um prazer!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Novidades na biblioteca

Precious: a força de uma mulher de Sapphire

Esta é a história de Claireece Precious Jones, uma jovem de 16 anos, igual às outras raparigas da sua em muitas coisas… mas muito singular noutras: Claireece é obesa, analfabeta, foi vítima de abusos sexuais do seu pai, do qual teve uma filha, e é maltratada psicologicamente pela sua mãe. Quando Precious, após outra violação, fica novamente grávida, é expulsa da escola e começa uma nova educação num centro especial para casos extremos… e a sua vida mudará para sempre.

Fonte: contra-capa do livro

No teu deserto: quase romance de Miguel Sousa Tavares

É uma simples história de amor, durante uma viagem ao deserto do Sahara, mas é ao mesmo tempo, um livro de observações exactas sobre o “terror do silêncio e da solidão “das pessoas que vivem “a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no Facebook e nas redes socais da Net”, porque não “aguentam nem um dia de solidão”. Sobre “já não haver ninguém para atravessar o deserto”, porque já não há “ninguém capaz de enfrentar toda aquela solidão”.

Fonte: http://portalivros.wordpress.com/2009/06/30/no-teu-deserto-o-quase-romance-de-miguel-sousa-tavares-sai-a-7-de-julho/

Quero um emprego de Ana Rute Silva e outros

Numa altura em que o desemprego em Portugal atingiu níveis históricos e há cada vez mais pessoas com dificuldades em entrar no mercado de trabalho, é fundamental perceber os passos a seguir para conseguir um emprego ou melhorar as condições de trabalho. (…)
Este livro (…) apresenta-se como uma ferramenta de apoio a quem procura o primeiro emprego, a quem tem emprego e quer melhorar ou mudar e a quem ficou desempregado e quer voltar a trabalhar.(…)

Fonte: contra-capa do livro

O que é yoga de Hermógenes

Yoga: método terapêutico para restabelecer a saúde plena.
José Hermógenes oferece em 'O que é yoga' informações indispensáveis a iniciantes e mestres que utilizam o yoga como meio para obtenção de saúde física, relaxamento mental e conforto espiritual.

Leia, porque ler é um prazer!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os livros vistos por Caetano Veloso

Do disco “Livros” editado em 1998, vencedor de um Grammy na categoria World Music.

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ¬ o que é muito pior ¬ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dia Internacional dos Direitos Humanos


No dia 10 de Dezembro assinala-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
A organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos criou uma página no Facebook para assinalar esta data e promover o debate sobre os 30 artigos que constituem a Declaração dos Direitos do Homem.

Siga o link e clique em “gosto” para acompanhar a contagem decrescente e participar no debate.
https://www.facebook.com/unitednationshumanrights?sk=wall

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa

Assinala-se hoje o Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa. Este dia foi criado a 15 de Novembro de 1995 juntamente com a Comissão para o reconhecimento e protecção da Língua Gestual Portuguesa e defesa dos direitos das pessoas surdas, com o intuito de ver esta língua reconhecida na Constituição da República Portuguesa, o que aconteceu em 1997, aquando da sua 4ª revisão. Efetivamente o artigo 74, nº 2, alínea H da Constituição determina que o Estado Português se compromete a “proteger e valorizar a língua gestual portuguesa enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades.”

Esta língua tal como o nome indica é produzida por movimentos das mãos, do corpo e por expressões faciais e a sua captação é visual.

Para assinalar esta data publicamos o poema “as mãos” de Manuel Alegre.

As mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre in O Canto e as Armas

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Uma história da leitura de Alberto Manguel

“Ler em voz alta, ler em silêncio, ser capaz de transportar na mente bibliotecas íntimas de palavras lembradas são capacidades extraordinárias que adquirimos através de métodos incertos. No entanto, antes de estas capacidades poderem ser adquiridas, o leitor precisa de aprender a técnica básica de reconhecer os signos comuns pelos quais uma sociedade escolheu comunicar; por outras palavras, tem de aprender a ler. (…)
Os métodos através dos quais aprendemos a ler não só incorporam as convenções da nossa sociedade no que diz respeito à alfabetização – a canalização de informação, as hierarquias de saber e de poder -, mas também determinam e limitam a maneira como usamos a nossa capacidade de ler.”

In: Uma história da leitura

Uma história da leitura, de Alberto Manguel é uma obra admirável que nos coloca diante de um grande leitor e de um escritor que de forma harmoniosa soube conciliar inteligência e intuição, objectividade e sensibilidade, rigor e vigor. O autor não teve a pretensão de fazer uma história completa da leitura, mas sim uma reflexão histórica e filosófica sobre a mesma, partindo da sua própria experiência e conhecimentos, conduzindo-nos através de uma viagem exploratória do livro, da leitura e do leitor.

Um livro cuja leitura se recomenda e que sem dúvida é um importante instrumento para quem se debruça sobre a temática da leitura.

Pode requisitar esta obra na Biblioteca Municipal de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Promoção da leitura nas Bibliotecas Públicas

No âmbito dos estudos promovidos pelo Plano Nacional de Leitura (PNL), o Observatório das Actividades Culturais (OAC) realizou, em 2009, um inquérito às bibliotecas públicas municipais portuguesas com o objectivo de as caracterizar quanto às actividades de animação cultural que realizam bem como os projectos de promoção da leitura postos em prática.
Este estudo é da autoria de José Soares Neves e Maria João Lima e foi encomendado pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação do Ministério da Educação.

Este estudo, pretende dar resposta a questões como: “Quais os serviços e espaços de que dispõem as bibliotecas públicas municipais? Quantos os utentes? Quais as actividades realizadas, com que regularidade e com que objectivos? Quais os destinatários ou públicos-alvo dessas actividades? Em que locais se realizam? Em que contextos institucionais elas são promovidas e realizadas? Quais as orientações programáticas das políticas culturais para o sector? Em concreto, em que medida as actividades correspondem às orientações do Plano Nacional de Leitura (PNL) de que as bibliotecas públicas são um dos parceiros estratégicos? (…)
Quais os projectos de promoção da leitura que os responsáveis pelas bibliotecas consideram particularmente significativos? Quais os seus objectivos, quais os públicos-alvo, qual a duração e quais os instrumentos de avaliação utilizados?"

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Biblioteca digital Charles Darwin

Há um século que a biblioteca pessoal de Charles Darwin, naturalista do século 19, está sob custódia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Em 2010 foi lançado um projecto britânico resultante da parceria entre a Universidade de Cambridge, o Darwin Manuscripts Project, o Museu Americano de História Natural, o Museu de História Natural da Grã-Bretanha e a Biblioteca do Património da Biodiversidade para a digitalização da biblioteca científica de Charles Darwin, incluindo as notas manuscritas deste, tornando-a acessível ao público através da Internet e de forma gratuita.
330 títulos deste espólio, composto por um total de 1.480 livros, já se encontram on-line.
O projecto "Biblioteca de Darwin" tem como objectivo “reunir todos os livros e documentos conhecidos da colecção original e agrupá-los numa biblioteca virtual que assegure a sua conservação para as gerações futuras.”

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Livro do mês: A peste negra: a conjuração das Flores-de-Lis de Gilbert Bordes

A conjuração das flores-de-lis é o primeiro volume da obra “A peste negra” de Gilbert Bordes, romance histórico que tem como pano de fundo a Idade Média e uma das mais devastadores doenças que a humanidade já conheceu: a peste negra.
Anunciada por enormes ratazanas negras a peste não poupa ninguém, atacando indiscriminadamente velhos e novos, ricos e pobres.
O flagelo da peste percorreu a Europa quase toda, mas não impediu que as intrigas pelo poder cessassem.
Em 1324, Clemência, a rainha viúva, dá à luz, em segredo, Eugénia, fruto da sua união com o trovador Renaud D’Aignan. 24 anos mais tarde Renaud revela a Eugénia as suas verdadeiras origens e o seu papel na Conjuração das Flores-de-Lis, cujo principal objectivo é conduzir ao trono de França o seu irmão João.
Inicia-se assim uma aventura atribulada, na qual Eugénia se vê obrigada a deixar para trás a família e o lar, enfrentando a perseguição, o sequestro e as armadilhas, na tentativa de reconquistar o seu estatuto e repor no trono os verdadeiros herdeiros da coroa.

Excerto:

“Com um gesto lento, Clemência ordenou às suas criadas que se retirassem. Francesca tapou os ombros da jovem, lançou um olhar rápido a Renaud de Aignan, que significava «não a canseis!», e saiu, fechando a porta atrás de si.
Clemência pediu a Renaud que lhe pusesse uma almofada atrás da cabeça. As pesadas madeixas dos seus cabelos espalhavam-se em redor da sua cabeça grande e alta.
- Meu amor, é um grande conforto ver-te neste último instante. Não tenhas medo, compareço diante do juiz supremo com a alma em paz. Não cometemos nenhum pecado porque somos casados perante Deus. As provas da nossa união, escritas e assinadas pelo irmão Jordão de Espanha, estão guardadas no mosteiro de Saint-Germain-en-Laye. Nesse cofre encontrarás também a certidão de nascimento da nossa filha Eugénia, que prova que ela nasceu da união legítima da antiga Rainha de França com Renaud de Aignan, poeta itinerante.
- Minha Rainha! – disse Renaud, pousando a fronte no peito da doente. – Tu vais ficar boa, tenho a certeza!
Clemência abanou a cabeça.
- Não, vou morrer. É por isso que sinto o espírito tão claro neste último instante. Eugénia deve viver de acordo com o seu estatuto. O seu irmão, João I, está algures na Toscânia. As provas da sua sobrevivência também foram assinadas pelo irmão Jordão de Espanha. Um dia ajudá-los-ás a reencontrar o lugar que lhes pertence por direito.”

Nota biográfica sobre o autor:

Gilbert Bordes, nascido em 1948, foi servente, professor primário e jornalista antes de se consagrar à escrita. Romancista de situações contemporâneas, nomeadamente com La nuit des bulottes (Prémio RTL grande público 1991) e Le porteur de destins (Prémio Casa da Imprensa 1992), revelou-se também um grande romancista de história com Les frères du diable e Les enfants bombés du ciel. Vários dos seus romances foram adaptados à televisão.

Fonte: Badana do livro

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Poema à leitura

Ai! Ai! Ai!
Quero sair daqui e ver o mundo.
Foi o que meu ser sentiu
No momento de nascer.
Abri os olhos à vida
A tudo o que nos rodeia
E numa aplicação desmedida
Senti o pulsar do mundo
Senti o rodopio da vida.
Sonhei, idealizei, meditei…
Enfim, cresci!
Cresci e aprendi a ler!
Que coisa maravilhosa!
Que me faz viajar na realidade,
Na utopia, no silêncio, no barulho,
Na monotonia ou mesmo na confusão...
Aprendi a ler, que bela sensação!
O que mais me enche a alma
é uma bela leitura
Que me conduz no sonho
Que me abre o pensamento
Que me enche o ego
Que me transforma a alegria
ou a tristeza do momento .
Ai, se no meu tempo houvesse
O que hoje podemos ter…
Bibliotecas magnificas
Tantos, tantos livros para ler…
Ai, se no meu tempo houvesse
Plano nacional de leitura
Tenho a certeza que haveria
Muito, muito, mais cultura.
Aproveitem meus amigos
O que a vida vos oferece
Sejam amigos dos livros
Pois a leitura enobrece
Dá prazer e alegria
Dá força, empenho e alento
Dá asas ao nosso pensamento...
Ainda bem que nasci!
Que abri os olhos p’rá vida
Para ainda hoje sonhar
Para ainda hoje pensar
Que no fundo do meu ser
Uma grande conquista da vida

FOI APRENDER E GOSTAR DE LER!!!

Graça Moniz, Outubro 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Encontro Bibliotecas Públicas e Escolares


No âmbito do dia Internacional das Bibliotecas Escolares realizou-se no passado dia 26 de Outubro o Encontro Bibliotecas Públicas e Escolares, promovido pela Câmara Municipal de Arganil e o Agrupamento de Escolas de Arganil.
O principal objectivo deste encontro foi a discussão dos aspectos mais relevantes de ambas as redes, que no Concelho se fundem na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.
As intervenções dos palestrantes, bem como a participação do público presente foram de muita qualidade, dando vida e enriquecendo o debate. Falou-se de bibliotecas e de leitura, e uma das grandes conclusões do encontro foi que existe uma grande cumplicidade nesta rede de bibliotecas.

Consulte http://www.bib-arganil.org/ para saber mais sobre este evento ou consulte aqui a Comunicação Bibliotecas públicas: caminhos e desafios nos tempos actuais, apresentada pela Drª Margarida Coimbra, Bibliotecária da Biblioteca Municipal de Miranda do Corvo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Novidade na Biblioteca: colecção “uma antologia de grandes mestres do conto”

Do romance à aventura, da ficção científica ao conto infantil, deixe-se seduzir pelos grandes nomes da literatura mundial - Oscar Wilde, H. G. Wells, James Joyce, Alexandre Dumas, Edgar Allan Poe, entre outros - com a colecção Biblioteca de Verão: uma antologia de grandes mestres do conto.
Uma antologia dos melhores contos para toda a família, com ilustrações exclusivas de Cristina Valadas.

Passe pela Biblioteca e requisite um dos seguintes livros desta colecção que temos disponíveis para si:

• Amores
• Arrepiantes
• Comédia social
• Comédia urbana
• Crime
• Divertidos
• Espantosos
• Fantasia
• Fantasmas
• Fantásticos
• Ficção científica
• Guerra
• Humorísticos
• Imaginários
• Lendários
• Memórias
• Misteriosos
• Natal
• Policiais
• Vampiros

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dia das Bibliotecas do Concelho de Arganil - 26 de Outubro



Enquadrado no mês que internacionalmente é dedicado às Bibliotecas Escolares, a Câmara Municipal de Arganil e o Agrupamento de Escolas de Arganil vão organizar um Encontro de Bibliotecas Públicas e Escolares onde se pretende discutir vários aspectos, positivos e negativos das duas redes, que no Concelho de Arganil se fundem na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

Consulte aqui o programa e faça a sua inscrição!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mia Couto vencedor do Prémio Eduardo Lourenço 2011




O vencedor da 7ª edição do Prémio Eduardo Lourenço foi anunciado no passado dia 8 de Outubro, na Guarda, pelo Presidente do Júri, João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra.

“Por unanimidade e aclamação” dos membros do Júri o prémio foi atribuído ao escritor moçambicano Mia Couto, que segundo o presidente do Júri “alargou os horizontes da língua portuguesa e da cultura ibérica.”

Nascido na Beira em 1955, Mia Couto é autor de uma vasta obra, que abrange a poesia, prosa e a crónica e já foi premiado, entre outros, com o Prémio Vergílio Ferreira (1999) e o Prémio União Latina de Literaturas Românicas (2007).

Visite a Biblioteca Municipal de Arganil e descubra mais sobre a obra deste autor, requisitando uma das seguintes obras da sua autoria:

Terra sonâmbula. Lisboa : Caminho, D.L. 1992

Estórias abensonhadas. Lisboa : Caminho, imp.1994

O outro pé da sereia. Lisboa : Caminho, D.L. 2006

O fio das missangas ; Raiz de orvalho e outros poemas. Alfragide : Dom Quixote, 2009.

Vozes Anoitecidas. Lisboa : Caminho, 1987.

A Varanda do Frangipani. [Lisboa] : Círculo de Leitores, 1997.

Mar Me Quer. 3ª ed.. [Amadora] : Caminho, 2000.

O gato e o escuro. Lisboa : Caminho, 2001


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nobel da Literatura 2011

O prémio Nobel da Literatura 2011, foi atribuído pela Academia Sueca a TOMAS TRANSTRÖMER, poeta e tradutor sueco nascido em 1931.

Na edição de hoje do Público on-line pode ler-se que “Tomas Tranströmer escreve sobre a morte, a história, a memória e é conhecido pelas suas metáforas. É um poeta que tem uma produção pequena, (…) embora esteja traduzido em várias línguas. Em Portugal, Tranströmer tem poemas publicados em duas antologias, uma delas chama-se "Vinte e um poetas suecos" (Vega ,1987)”

DESDE A MONTANHA

Estou na montanha e vejo a enseada.
Os barcos descansam sobre a superfície do verão.
«Somos sonâmbulos. Luas vagabundas.»
Isso dizem as velas brancas.

«Deslizamos por uma casa adormecida.
Abrimos as portas lentamente.
Assomamo-nos à liberdade.»
Isso dizem as velas brancas.

Um dia vi navegar os desejos do mundo.
Todos, no mesmo rumo – uma só frota.
«Agora estamos dispersos. Séquito de ninguém.»
Isso dizem as velas brancas.

(1962)

Se deseja saber mais sobre este autor consulte:

http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/2011/bio-bibl.html
http://www.revista.agulha.nom.br/ag60transtromer.htm
http://poesiailimitada.blogspot.com/2011/02/tomas-transtromer.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomas_Transtr%C3%B6mer

Nota: A Biblioteca Municipal de Arganil tem disponível para empréstimo a antologia “Vinte e um poetas suecos”

Livro do mês: O diamante de Jerusalém de Noah Gordon

Esta é a história de Harry Hopeman, um homem apaixonado por diamantes, vindo de uma família ligada a diamantes; do seu amor por uma notável mulher iemenita, e da sua meticulosa procura por um diamante antigo e valioso cuja história está intrinsecamente ligada ao passado do povo judeu.
Para reconstruir a trajectória desta pedra rica em história e sagrada em tradição, Noah Gordon utiliza a arte fascinante de historiador e ficcionista, conduzindo-nos desde os tempos bíblicos até às guerras políticas contemporâneas.
O Diamante de Jerusalém é em simultâneo uma aventura emocionante, uma história de amor e uma viagem cativante pela história, escrito de forma extraordinária e com uma trama envolvente, é um livro que nos prende até ao fim.

Excerto:

“ (…)
- A outra pedra interessar-lhe-á mais. Um diamante grande. Amarelo, do tipo a que vocês chamam canário.
- Qual o seu interesse neste canário? – perguntou Alfred em tom inocente.
- Já assinalei que se pensa que o manuscrito de cobre é um registo de tesouros escondidos saídos do Templo. David Leslau acredita que este diamante é um desses tesouros.
- Do Templo? – Harry estava acostumado a trabalhar com pedras preciosas religiosas, mas a ideia de um objecto do Templo enchia-o de admiração e respeito.
- Leslau crê saber onde poderia ter sido o esconderijo ritual do diamante. Diz que saiu de um genizah profanado.
Harry disse num tom abafado:
- Que tamanho tem essa pedra?
- É grande. – Akiva consultou um pequeno bloco de apontamentos. – Duzentos e onze quilates.
Alfred Hopeman olhava-o estranhamente.
- Trata-se do Diamante da Inquisição – disse Alfred imediatamente. (…)”

Nota biográfica sobre o autor:

Noah Gordon nasceu a 11 de Novembro de 1926 nos Estados Unidos da América em Worcester, no estado de Massachusetts. Os seus romances falam sobre história da medicina, ética médica e mais recentemente começou a focar em temas relacionados com a Inquisição e a herança cultural judia. Serviu no exército americano durante a Segunda Guerra Mundial. Formou-se como jornalista em 1950. Actuou como editor de algumas revistas científicas e publicou o seu primeiro romance «Rabbi» em 1965.

 Leia, porque ler é um prazer!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Novidades na Biblioteca


A Herança de Katherine Webb

Alfragide: Asa, 2011

Após a morte da avó, as irmãs Erica e Beth Calcott regressam a Storton Manor, a imponente mansão da família. Rodeada pela atmosfera mágica das férias de Verão da sua infância, Erica relembra o passado, particularmente o primo Henry, cujo desaparecimento daquela mesma casa dilacerou a família e marcou Beth terrivelmente. A jovem decide agora descobrir o que aconteceu a Henry, para que o passado possa ser enterrado e a irmã consiga finalmente encontrar alguma paz. Mas, quando começa a investigar, um segredo familiar ameaça sair da sombra: uma história que remonta à América na viragem do século XIX, protagonizada por uma bela herdeira das classes altas e uma terra selvagem e assombrosa. À medida que o passado e o presente convergem, Erica e Beth têm de enfrentar duas terríveis traições e uma dolorosa herança.

Fonte: contracapa do livro

Estranhas emoções de Kate Atkinson
Lisboa: Planeta Editora, D.L. 2000

“O croquete humano terminava com uma visão do fim do mundo: a floresta reclamava a sua terra. Mas o mundo terminou só numa história e deixou ao mundo muitas histórias a ser contadas.
E ninguém o consegue de melhor forma que Kate Atkinson. Numa brilhante narrativa cómica que explora a natureza absurda da língua e do significado, Atkinson criou outra obra-prima cheia de magia. Numa ilha de turfa e urze ao largo da costa oeste da Escócia, Effie e a mãe, Nora, refugiam-se na casa em ruínas dos seus antepassados e contam histórias uma à outra. Emoções estranhas não é só um romance cómico, uma história de detectives, várias histórias de amor mas é também uma batalha da narrativa…
Neste romance Atkinson, de forma brilhante, explora a forma como se forma a identidade e como ela pode ser esmagada…
É divertido e memorável permitindo-nos voar por vários trilhos da nossa imaginação.”

Fonte: badana do livro

O último oráculo de James Rollins
Lisboa: Difel, D.L. 2008

Em Washington, D.C., um sem-abrigo morre nos braços do comandante Gray Pierce, atingido pela bala de um assassino. Mas a morte deixa para trás um mistério ainda maior: uma moeda ensanguentada encontrada na mão fechada do morto, uma relíquia antiga relacionada com o oráculo grego de Delfos. Enquanto perseguidores implacáveis procuram o artefacto roubado, Gray Pierce descobre que a moeda é a chave para desvendar uma conspiração que remonta à Guerra Fria e ameaça a própria fundação da Humanidade.
Desde os templos da Grécia antiga aos mausoléus mais deslumbrantes, dos bairros pobres da Índia às ruínas tóxicas da Rússia, dois homens têm de correr contra o tempo para resolver o mistério que remonta ao primeiro grande oráculo da História - o oráculo grego de Delfos.
Mas uma questão permanece: Será o passado suficiente para salvar o futuro? Mestre na arte de combinar a intriga histórica e religiosa com as aventuras mais alucinantes, James Rollins traz de volta a Força SIGMA para combater um grupo de cientistas sem escrúpulos que lançaram um projecto de bioengenharia capaz de conduzir a Humanidade à sua extinção.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Outono começou...


Outono transfigurado

Poderoso assim acaba o ano
Com vinho de ouro e fruta do pomar.
Calam-se em volta os bosques por encanto
E vêm o solitário acompanhar.

E diz então o lavrador: É bom.
É vós sinos da tarde largos mansos,
Dais alegria a este fim com vosso som,
Saúdam viajantes das aves os bandos.

É o tempo suave dos amores.
No barco pelo rio azul abaixo
Quão bela imagem a imagem vem juntar-se –
E tudo vai cair em paz e silêncio – em baixo.

Georg Trakl in Poemas
Porto: O Oiro do Dia, imp. 1981

Nota biográfica:

Poeta austríaco, nascido em 1887 e falecido em 1914, forçado a sacrificar a sua vocação de artista por necessidade, acabou por exercer a profissão de farmacêutico. Solitário espiritualmente, foi marcado pela experiência de combate durante a Primeira Guerra Mundial, ficando perturbado a nível psíquico. Publicou uma colectânea de poesia em 1913 e uma obra em prosa, Sebastian im Traum (O Sonho de Sebastião), em 1914. Porém, só mais tarde foi reconhecido como um dos grandes líricos modernos alemães.

Fonte: Georg Trakl. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
[Consult. 2011-09-23].
Disponível em: http://www.infopedia.pt/$georg-trakl

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Centenário do nascimento: Manuel da Fonseca e Alves Redol

Assinala-se este ano o centenário de dois escritores portugueses, nomes maiores do neo-realismo português e figuras de destaque na literatura e cultura portuguesas: Manuel da Fonseca (15/10/1911 – 11/03/1993) e Alves Redol (29/12/1911 – 29/11/1969).

Manuel da Fonseca destacou-se como romancista, poeta e cronista, e Alves Redol como romancista e dramaturgo. Alves Redol estreou-se com o romance Gaibéus, considerado o iniciador do movimento neo-realista em Portugal. E os livros de poesia Rosa dos Ventos (1940) e Planície (1941) da autoria de Manuel da Fonseca são considerados os primeiros passos da poesia neo-realista.

Para além de terem em comum o neo-realismo, ambos iniciaram muito cedo a sua actividade literária como colaboradores de jornais e revistas e seguiram a mesma orientação política, aderindo ao Partido Comunista Português como forma de oposição ao regime fascista.

Pela sua dimensão, são sem dúvidas dois escritores a descobrir.

Consulte aqui a bibliografia disponível na Biblioteca Municipal de Arganil ou descubra mais sobre estes autores na Internet. No Jornal de Letras nº 1066 de 10 de Agosto pode ler um conjunto de textos sobre estes dois escritores e o neo-realismo, e as suas várias afinidades e diferenças.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O papel das bibliotecas públicas

Na Notícia BAD on-line: jornal dos profissionais de informação, podem ler-se dois artigos da autoria de Sérgio Mangas, responsável pela Biblioteca Municipal de Figueiró dos Vinhos, sobre o actual papel das Bibliotecas Públicas. Trata-se de artigos de opinião, mas que são um excelente contributo para a reflexão sobre as funções e serviços que estas bibliotecas desempenham ou deveriam desempenhar.
2 textos, cuja leitura recomendamos.

- Para que serve uma biblioteca municipal.

- O papel político da biblioteca pública

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Setembro chegou! (V)

Abrigam-se os lagartos
em frestas
de segredos

no escuro das adegas
rescende
o vinho novo

retomam as ribeiras
um destino
sem escolhas.

A «teia» nos teares
abraça-se nos linhos

enfeita o corpo a terra
com um sendal de folhas

Soledade Martinho Costa in Festas e tradições portuguesas: Setembro e Outubro
[Lisboa]: círculo de Leitores, imp. 2003

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Setembro chegou! (IV)

PEQUENA ELEGIA DE SETEMBRO

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Setembro chegou! (III)

MANHÃS DE SETEMBRO

Manhãs de Setembro,
aragem fresca
construindo sonhos,
teias de gotas
enfeitando os matos,
perfume verde
a seguir meus passos,
lírios roxos
ponteando as margens
do fio de água
que escorre manso.
E tu E eu!
E a erva tombada
pelos corpos,
os lírios violados
na paixão.
E o céu!
Esse céu azul
sem limite.
O nosso limite.
A nossa eternidade!

De Helena Guimarães
In: Manhãs de Setembro
(retirado de: http://www.helenaguimaraes.interdinamica.pt/central/hg/x12y.htm)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Setembro chegou! (II)


SETEMBRO

É de Setembro a fria madrugada
Em que o teu corpo habita. É cinzenta
A crispar-se, de nervosa, a ante-alvorada
Em que te moves, ave friorenta.

É de Setembro a ânsia de raízes
De teus dedos buscando um rio escuro.
Em Setembro, secos os matizes
Da paisagem, só resta anseio puro.

É de Setembro, terra seca e cores claras
- o amarelo que receia os verdes
Explodidos nos longes das anharas –
É o espírito-brisa em que te perdes.

É de Setembro o olhar onde lucilam
Com as estrelas, pontas de fogueiras.
E a abóboda azul onde desfilam
As, do teu sonho, aves prisioneiras.

M. António in Obra poética
Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1999

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Livro do mês: O guardião de livros de Cristina Norton

Da autoria de Cristina Norton “O guardião de livros” é um romance que narra a história da chegada da família real portuguesa e da sua biblioteca, ao Brasil. Escrito numa linguagem rica e eloquente, recorrendo a um estilo expressivo e inovador e à alternância constante do sujeito narrador, este é um livro que sem dúvida vale a pena ler.

“Uma escrava muda conta um segredo guardado durante 200 anos; um escravo apaixona-se por quem não deve; uma carioca leva um português a descobrir as delícias do sexo; um cientista judeu a quem são confiados dois livros raros naufraga nas ilhas Malvinas. Estas são algumas das personagens deste romance, que nos narra a vida de Luís Joaquim dos Santos Marrocos, um bibliotecário hipocondríaco que, em 1811, atravessa o Atlântico rumo ao Brasil acompanhado por 76 caixotes cujo conteúdo era verdadeiramente precioso: no seu interior seguia a Real Biblioteca do Palácio de Ajuda, inicialmente esquecida no cais de Belém aquando da saída apressada da Corte portuguesa para o Brasil em 1808. A chegada ao Rio de Janeiro não foi fácil para Marrocos ao deparar-se com uma cidade onde nada o seduzia, - nem a comida, nem os cheiros, nem o calor - e com uma corte endividada, amante de cerimónias grandiosas e grosseira nos seus costumes diários. Mas tudo mudou quando conheceu Ana de Souza Murça. A autora descreve-nos uma vida rica em acontecimentos inesperados, onde a ironia se mistura com momentos comoventes.”

Fonte: Contracapa do livro

Excerto:

“Á medida que a fragata se aproximava do Rio de Janeiro, Luís que tinha imaginado desembarcar numa praia no meio da selva, ficou surpreendido com as rochas colossais que emergiam do mar, escuras e lisas, como se os ventos as tivessem polido para enfeitar a baía. No topo, distinguia alguma vegetação que lhes dava um aspecto menos fantasmagórico. Uma delas embelezava a entrada do porto e parecia ter sido esculpida por mãos gigantes, disseram-lhe que lhe chamavam Pão de Açúcar pela altura e a forma arredondada. Ao descer o olhar, descobriu praia de areia clara e pequenas enseadas, lagoas entre colinas com florestas de árvores desconhecidas para ele, e se não tivesse a certeza de estar sem febre, podia pensar que era uma alucinação. O conjunto tinha o aspecto de uma tela enorme pintada com cores que nunca vira, colocada com a ajuda de Deus para o aliviar de todas as aflições passadas durante a viagem.”

Nota biográfica sobre a autora:

Cristina Kace Norton, nasceu em 1948 em Buenos Aires, Argentina. Reside em Portugal há mais de 30 anos e optou pela nacionalidade portuguesa. É escritora e para além de ter publicado diversos livros, tem colaborado com várias revistas e jornais literários. Desde 1998 que ministra formação na área da escrita criativa.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Setembro chegou! (I)


SETEMBRO

agora o outono chega, nos seus plácidos
meneios pelas vinhas, um dos vizinhos passa
um cabaz de maçãs por sobre a vedação:
redondas, verdes, o seu perfume vai
dentro de quinze dias ser mais forte.

a noite cai mais cedo e apetece
guardar certos vermelhos da folhagem
e amarelos e castanhos nas ladeiras
de setembro. a rádio fala no tempo variável
que vem aí dentro de dias. talvez caia

uma chuvinha benfazeja, a pôr no ponto certo
os bagos de uva. e há poalhas morosas, mais douradas.
aproveita-se o outono no macio
enchimento dos frutos para colhê-lo a tempo.
devagar, devagar. é mais doce no outono a tua pele.

Vasco Graça Moura,
in "Poesia 2001/2005", Quetzal Editores, 2006

terça-feira, 30 de agosto de 2011

D. Dinis, o rei poeta

O Jornal de Letras Artes e Ideias na sua edição de 24 de Agosto apresenta vários artigos sobre D. Dinis, o sexto rei de Portugal, para assinalar o seu nascimento, há 750 anos. Fernando Pinto de Almeida, professor de História Medieval no Instituto Universitário Europeu, dá-nos a conhecer a vertente histórica desta figura emblemática da história portuguesa, afirmando que D. Dinis “na viragem do século XIII para o XIV, marcou profundamente, com o seu génio político e a sua cultura, o reino de Portugal (…) A D. Dinis pode assacar-se boa parte da responsabilidade pela criação da identidade nacional portuguesa (…) entre outras medidas de grande alcance D. Dinis definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcacines, instituiu o Português como língua oficial da corte e da chancelaria (…)” D. Dinis para além de ter ficado conhecido pelo cognome “O lavrador”, foi também apelidado de o Rei Poeta, esta vertente é nos apresentada por José Carlos Miranda, professor de Literatura medieval na Universidade do Porto, que afirma “se há característica marcante na obra poética do rei – favorecida, sem dúvida, por ser o mais extenso espólio trovadoresco conhecido -, é o seu caráter diversificado, dando testemunho das principais tendências que se haviam definido até então no seio do trovadorismo galego-português.”

Visite a Biblioteca Municipal de Arganil onde pode ler os artigos referidos e aprofundar os seus conhecimentos sobre esta figura ímpar da história de Portugal.

BIBLIOGRAFIA DISPONÍVEL SOBRE A TEMÁTICA APRESENTADA:

O Rei D. Dinis e a Rainha Santa Isabel de Fernando Barros Leite
[s. l.] : Autor, 1993.

Crónicas : D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III, D. Dinis, D. Afonso IV, D. Duarte, D. Afonso V, D. João II de Rui de Pina
Porto : Lello & Irmão, 1977

D.Dinis e Santa Isabel : evocação histórica de Mário Domingues
Lisboa : Romano Torres, 1967

D. Dinis de José Augusto P. de Sotomaior Pizarro
Mem Martins : Círculo de Leitores, D.L. 2005.

Cantares : dos trovadores galego-portugueses
Lisboa : Estampa, 1978. 295 p.

Cantigas de escárnio e maldizer : dos trovadores e jograis Galego-Portugueses
Lisboa : Estampa, 2002.

As mais belas poesias trovadorescas
[Lisboa] : Artis, 1960

O trovador Galego-Portugues e o seu mundo de António Resende de Oliveira
Lisboa : Editorial Noticias, 2001

A lírica galego-portuguesa : textos escolhidos
Lisboa : Comunicação, 1983

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Novidade na biblioteca: Três mulheres de Robert Musil

Figura maior da literatura europeia do séc. XX, Robert Musil (1880-1942) nasceu na cidade austríaca de Klagenfurt (Caríntia), no seio de uma família de engenheiros relativamente abastada. Na infância e adolescência frequentou em regime de internato, as escolas militares de Eisenstadt e Mährisch-Weisskirchen. Seguiu-se uma formação na área da engenharia mecânica. Um temperamento irrequieto e uma sensibilidade exacerbada aos problemas que marcam o início do século levam-no até Berlim, onde se dedica ao estudo da psicologia experimental e da filosofia. Mobilizado para a guerra de 1914-18, combate a Itália na frente do Tirol meridional, ao serviço da monarquia austríaca. Publicou a sua primeira obra, O jovem Torless em 1906. O homem sem qualidades, cujo primeiro volume foi publicado em 1930, é a síntese final, obra-prima, tanto da obra quanto da vida de Robert Musil.

A experiência de uma Natureza esmagadora e da sua própria hospitalização como ferido de guerra serviriam de inspiração às três novelas que constituem Três Mulheres: Grígia; A portuguesa e Tonka, obra vinda a lume em 1924.

Recomendamos a leitura deste livro, integrado na colecção Não Nobel lançada pelo Público, agora disponível na Biblioteca Municipal de Arganil.

Para além deste título temos também disponível o livro O jovem Torless.

Leia, porque ler é um prazer!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sugestões de leitura para adolescentes IX


Crónicas de Allaryia: a manopla de Karasthan de Filipe Faria

Na imensidão cósmica existe um mundo, Allaryia, de grandes heróis e vilões infames, de seres de uma beleza indescritível e criaturas maléficas de uma fealdade atroz, nações poderosas e impérios tirânicos. Depois de muitas eras que alternaram entre a paz e a discórdia, encontramos neste primeiro volume das Crónicas de Allaryia, um tempo de aparente tranquilidade, de uma calma inquietante, semelhante ao silêncio que antecede a tempestade. Algures, numa câmara escura, subterrânea, algo se move, tentando libertar-se de anos de cativeiro, algo monstruoso, inumano, sedento de sangue e dor. O povo de Allaryia perdeu o seu campeão - Aezrel Thoryn, provavelmente morto numa batalha contra o Flagelo, a força das trevas, em Asmodeon - e mais do que nunca precisa de protecção. Aewyre Thoryn, o filho mais novo do saudoso rei, pega em Ancalach, a espada do seu pai, decide descobrir o que realmente lhe aconteceu e parte a caminho de Asmodeon. O que o jovem guerreiro não podia prever era que a sua demanda pessoal se iria transformar, à medida que os encontros se vão sucedendo, na demanda de um grupo particularmente singular, que reunirá a mais estranha e inesperada mistura de seres - Allumno, um mago, Lhiannah, a bela princesa arinnir, Worick, um thuragar, Quenestil, um eahan, Babaki, um antroleo, Taislin, um burrik, Slayra, uma eahanna negra e o próprio Aewyre. O ritmo a que se sucedem as aventuras é absolutamente alucinante, a cada passo surgem perigos mais tenebrosos, seres aterradores que esperam, ocultos nas sombras, o melhor momento para atacar e roubar a tão desejada Ancalach… Mas os laços de amizade que unem o grupo estão cada vez mais fortes e, juntos, sentem-se capazes de enfrentar qualquer inimigo.

Fonte: http://www.bertrand.pt/

Oliver Twist de Charles Dickens

Obra maior de Charles Dickens, Oliver Twist destaca-se pelo seu realismo, retratando pela primeira vez a rudez dos gangs londrinos, até então descritos com glamour e romantismo. Realça a vida de escravatura das crianças de rua e um submundo paralelo ao mundo imperial da Grã-Bretanha.
Ladrões, assassinos, mentes perversas, prostitutas, a dureza da vida na sarjeta num mundo sem esperança povoam o universo de Oliver Twist, o órfão que personifica a resistência ao sofrimento à corrupção e à luta pela vida que faz dele um verdadeiro sobrevivente.

Platero e eu de Juan Ramón Jiménez

Juan Ramón Jiménez foi um dos expoentes máximos do modernismo espanhol, exercendo enorme influência sobre as jovens gerações de poetas. Com Diário de um poeta recém-casado inaugurou um novo estilo – “poesia nua” – em busca de uma beleza absoluta. Em 1914 publicou Platero e eu, memorável livro em prosa poética, com elementos autobiográficos. Porque poemas em prosa são os capítulos que o compõem: prosa musical impregnada de ternura e beleza.

Fonte: contra-capa do livro

Papalagui de Tuiavii de Tiavéa

O "Papalagui" - ou seja o Branco, o Senhor - é este o nome dados aos discursos do chefe de tribo de Tuiavii de Tiavéa, nos mares do Sul.
Tuiavii nunca teve intenção de publicar esses discursos na Europa, nem sequer de os mandar imprimir; destinavam-se unicamente aos seus compatriotas polinésios. Se eu, apesar disso, transmito aos leitores europeus os discursos desse indígena, sem que ele o saiba e certamente contra sua vontade, é porque estou convencido de que nos vale a pena, a nós, homens brancos e esclarecidos, ter conhecimento do modo como um indivíduo ainda intimamente ligado à natureza nos vê a nós e à nossa cultura. Através dos seus olhos descobrimos a nossa própria imagem, e isso com uma simplicidade que já perdemos. Os leitores particularmente fanáticos da nossa civilização irão decerto achar a sua maneira ver ingénua, e até mesmo pueril, ou parva; no entanto, mais do que uma frase de Tuiavii deixará pensativo o leitor mais modesto, pois a sabedoria de Tuiavii não emana de um saber erudito, mas é mais uma inocência de fonte divina."

Erich Scheurmann, Introdução

Uma Cana de Pesca para o meu Avô de Gao Xingiian

É o primeiro livro que nos chega em tradução portuguesa do Prémio Nobel da Literatura do ano 2000. "Uma Cana de Pesca para o meu Avô" é uma colectânea de seis contos do escritor Gao Xingiian, nascido na China Oriental em 1940, perseguido pelo regime, enviado para um "campo de reeducação" durante a revolução cultural e exilado em Paris desde 1987.
Os contos variam entre o lirismo e o absurdo (foi com a publicação de peças de teatro inspiradas em Becket que Gao Xingiian se afirmou), e neles são visíveis os sinais de exílio e perseguição, as alusões aos tempos terríveis por que os chineses passaram. Mas há também um sinal de esperança e crença na "bondade do coração humano": "tudo isso pertence ao passado. Temos de aprender a esquecer".

Fonte: http://www.wook.pt/