terça-feira, 30 de abril de 2013

Novidade na Biblioteca: Sebastian de Anne Bishop

 
Esta é a história de um jovem homem, Sebastian, que tenta encontrar o seu lugar num mundo fantástico, Efémera, onde as paisagens mudam de acordo com a vontade dos seus residentes chamados “Paisagistas” em resposta aos seus mais profundos desejos e medos. 

Anne Bishop cria neste livro um mundo estranho e diferente, repleto de criatividade, beleza e magia. Este é um óptimo livro para quem aprecia fantasia, com um toque de romantismo e sensualidade.

“Torrentes de poder rodopiam por Efémera, esse lugar vivo e em constante mutação. Algumas delas são Luz e outras são Escuridão. Duas metades de um todo. Nada há que uma delas não possua sem alguma parte da outra. Assim é.
E não há receptáculo que concentre a Luz e a Escuridão comparável ao coração humano.
Como podemos dizer às pessoas, ainda abaladas pelos horrores que o Devorador do Mundo libertou em Efémera, que essa coisa que temem não poderá ser completamente destruída pois o Ente manifestou-se a partir dos desejos mais sombrios dos seus próprios corações? Como podemos dizer-lhes que foram eles que espalharam as sementes dessa guerra que destruiu o mundo? Como podemos dizer-lhes que foi o desespero que sentiam durante essa terrível época que transformou as férteis terras agrícolas em desertos? Como podemos dizer-lhes que, mesmo sem a nossa orientação e intervenção, a ligação entre Efémera e o coração humano é inquebrável e que o mundo à volta deles não passa de um reflexo deles próprios?
Não podemos dizer-lhes – porque, apesar dos perigos que existem no seu âmago, o coração humano representa a derradeira esperança de algum dia recuperarmos Efémera. Também não podemos deixar que as pessoas neguem peremptoriamente o papel que desempenham na constante formação e remodelação daquele mundo.
Por isso ensinar-lhes-emos esta advertência: deixem que os vossos corações viajem com leveza. Pois o que carregarem torna-se para da paisagem.”
Excerto do livro

Leia, porque ler é um prazer!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

29 de Abril - Dia Mundial da Dança

A Bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como todas as outras crianças.

Cecilia Meireles in Flor de Poemas


Leia, porque ler é um prazer! 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Novidade na Biblioteca: José Fanha Poesia

Publicado em 2012 este livro é uma coletânea de poemas escritos por José Fanha ao longo de mais de 40 anos. Considerado um dos maiores nomes da poesia portuguesa contemporânea, José Fanha é conhecido como poeta de intervenção cívica e pública, símbolo da luta pela liberdade e combate à exclusão.

Nas suas mais variedades manifestações Fanha destaca-se pela forma única como trata todos de forma idêntica, sejam crianças ou adultos e defende que o “local mais nobre para partilhar a palavra e fazer desaguar a poesia” é a praça pública.

“Vivi os meus primeiros anos com a minha avó Berta Emília que me contava muitas histórias, verdadeiras e inventadas, e que me passou o “vício” bom de ler e de escrever. Hoje, passados muitos anos, continuo a precisar de ler e escrever tanto como de ar para respirar.
(…) continuo apaixonado pela poesia e por histórias. Gosto de as escrever e gosto de ir a escolas e bibliotecas para ler poesia e contar histórias, porque a escrever histórias e a poesia nós deitamos cá para fora, e partilhamos com os outros, as nossas dores, os nossos sonhos e as nossas alegrias. E essa partilha é a coisa melhor que há na vida.”
 
José Fanha
Palavras

Permite
que as palavras
venham percorrer
os recantos mais sagrados
do teu corpo.

Permite 
que elas toquem
os segredos mais escuros e
perigosos.
E os mais bem guardados.
E os mais húmidos
da selva.


Permite
que as palavras fujam
das páginas perdidas de alguns livros
da cabeça dos santos
da boca dos poetas
e muito levemente
se insinuem
nos misteriosos recantos
onde nunca alguém chegou.

Para conhecer melhor o autor e a sua obra visite: http://www.josefanha.com/ 
ou requisite o livro apresentado na Biblioteca Municipal de Arganil.
 
Leia, porque ler é um prazer!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dia Mundial do Livro 2013

DIA MUNDIAL DO LIVRO 2013



Há 17 anos que a UNESCO celebra o Dia Mundial do Livro e Direitos de autor a 23 de abril. Estados Membros da UNESCO em todo o mundo celebram o poder dos livros para nos unir e transmitir a cultura dos povos e os seus sonhos de um futuro melhor.


Este dia oferece uma oportunidade para a reflexão conjunta sobre as formas de melhor divulgar a cultura da palavra escrita e o seu acesso a todos os indivíduos - homens, mulheres e crianças - através de programas de alfabetização e apoio à profissões na área da publicação, livrarias, bibliotecas e escolas. Os livros são os nossos aliados na disseminação da educação, ciência, cultura e informação em todo o mundo.

A cidade de Bangkok foi designada "Capital Mundial do Livro 2013", em reconhecimento do seu programa para promover a leitura entre os jovens e as camadas mais desfavorecidas da população.

Esta é uma fonte de inspiração para os nossos esforços coletivos de promover a diversidade editorial, proteger a propriedade intelectual e o acesso equitativo à riqueza dos livros.

A UNESCO está comprometida com este trabalho, no espírito da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, juntamente com todos os seus parceiros, incluindo a International Publishers Association, a Federação Internacional dos Livreiros e a Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias.

Este dia convida-nos também a refletir sobre as mudanças nos livros a longo prazo e os valores intangíveis que devem guiar-nos. Livros digitais oferecem novas oportunidades de acesso ao conhecimento, a custos reduzidos e em áreas geográficas mais amplas. Os livros tradicionais são ainda tecnologia poderosa: à prova de falhas, portáteis e resistentes ao tempo. Todas as formas de livros são uma valiosa contribuição para a educação e a difusão da cultura e informação. A diversidade de livros e conteúdo editorial é uma fonte de enriquecimento que devemos apoiar, através de políticas públicas adequadas e proteger da uniformidade. Esta bibliodiversidade é a nossa riqueza comum, devemos fazer dos livros muito mais do que um objeto físico, pois eles são a nossa mais bela invenção para partilhar ideias para além dos limites de espaço e tempo.

Tradução livre da Biblioteca Municipal de Arganil


Como é habitual, também na Biblioteca Municipal de Arganil se celebra esta data.

No próximo dia 23 de Abril, Dia Mundial do Livro, pelas 21h30 vai realizar-se no Auditório da Biblioteca um espectáculo pela ANDANTE, Associação Artística. Nome sobejamente conhecido, a Andante é sinónimo de qualidade cultural com uma vertente muito forte na leitura espetáculo, como é o caso da peça que vai trazer a Arganil: adVERSUS.

Como dizem os autores Cristina Paiva e Fernando Ladeiras: “O adVERSUS é um concentrado de sonhos que contém substâncias activas com efeitos imediatos na forma de olharmos o mundo à nossa volta”.

"Há quem diga que a nossa sociedade está doente. E se lhe administrarmos uma boa dose de poesia? O adVERSUS é isso mesmo. O prazer de dizer o mundo com as palavras dos poetas”.

A vinda da ANDANTE a Arganil resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Arganil e a Direção-geral do Livro e das Bibliotecas.

Assista a este espetáculo e participe nesta celebração dos livros e dos seus autores!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Divulgando o fundo local XXXII: Gente da Serra de Lisete de Matos

Gente da serra: do seu quotidiano e costumes é um livro da autoria de Lisete P. Almeida de Matos publicado em 1990, cujo universo se situa no Açor – uma das mais pequenas aldeias situadas na serra a que deu o nome.

Neste livro a autora capta com grande singeleza o quotidiano das pessoas que vivem na serra, fala-nos das suas vivências, do seu modo e condições de vida, e destaca a interdependência entre o homem e a natureza.

Cada capítulo é intitulado por um adágio ou expressão popular apropriado e o livro é completado com um glossário de palavras e expressões típicas usadas nas aldeias serranas.

Este trabalho é uma forma de preservar e difundir uma história rica de costumes, crenças e tradições. E é isso mesmo que a autora afirma na introdução deste livro “num momento de rápida evolução da sociedade portuguesa para novas formas de estar, ser e produzir, valorizar e identificar-se criticamente com o passado e o presente é contribuir para a construção do futuro. (…) a recolha efectuada (…) é um desafio para que nos orgulhemos da nossa terra e do nosso passado rural e deles falemos aos nossos filhos e netos.”

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Novidade na Biblioteca: As frias madrugadas de Fernando Namora

As Frias Madrugadas, obra poética de Fernando Namora, inclui os versos publicados em: Relevos (1938), Mar de Sargaços (1939) e Terra (1941)

Em As Frias Madrugadas “cristalizam-se algumas metáforas centrais do Neo-Realismo, obra de reviravolta de um lirismo que se vai transformando em épica, a qual, em 1941, era, metonimicamente, a da luta contra o Fascismo eterno explorador do trabalhador português, combate que não terminou ainda nesta «fria madrugadas» de 1977, em que o Sol parece só ter rompido, como sempre, para os cobradores de «juros» que enchiam de fantasmas o Sonho cada vez mais sobressaltado de António e Cassilda.”

Excerto do prefácio de Alexandre Pinheiro Torres

Poema da utopia

A noite caiu sem manchas e sem culpa.
Os homens largaram as máscaras de bons actores.
Findou o espectáculo. Tudo o mais é arrebalde.
No alto, a utópica Lua vela comigo
e sonha coalhar de branco as sombras do mundo.
Um palhaço, a seu lado, sopra no ventre dos búzios.
Noite! se o espectáculo findou
deixa-nos também dormir.

Fernando Namora

Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil.

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Livro do mês: Ninguém disse que isto ia ser fácil de Paulo Farinha

Ninguém disse que isto ia ser fácil de Paulo Farinha
Lisboa : Clube do Autor, 2012

À procura da relação perfeita, num mundo de relações complicadas
 
“É a maior inspiração para se escreverem livros, para se comporem músicas e peças de teatro ou mesmo para se realizarem filmes. O amor está em toda a parte e tem atormentado ou fascinado milhões de pessoas ao longo de toda a História. Mas ainda é um dos maiores mistérios da Humanidade.
Ninguém Disse que isto ia Ser Fácil não é um livro que pretende dar cabo do mistério nem do fascínio, mas é bem possível que consiga evitar ou mesmo resolver alguns problemas. Através de casos concretos conhecidos pelo autor, Paulo Farinha, o amor e as relações conjugais são olhadas de uma forma mais racional mas com a boa disposição necessária.”
 
 
Excerto do livro:

“São tempos diferentes, estes que vivemos. Antigamente não havia nada do que hoje temos ao dispor e também conseguíamos ser felizes, não conseguíamos? E agora? Bom, agora também, mas temos mais coisas em que pensar. Há mais informação. Mais estímulos. Mais distrações. Lembram-se de como era antes da Internet? E do Messenger, das SMS, do sexting, das traições pela Web, das amantes virtuais e dos «marialvas do teclado»? O ser humano adapta-se facilmente a novas realidades (é ele que as cria), mas, se nós distrairmos um pouco, aparecem logo novas ferramentas que simplificam (ou complicam) a forma de nos relacionarmos com os outros.”
Leia, porque ler é um prazer!