sexta-feira, 27 de julho de 2012

Novidade na Biblioteca: Sintra: património da humanidade

SINTRA. Câmara Municipal - Sintra : património da humanidade. Sintra : Câmara Municipal, 1996. 294, [1] p. a 2 colns., [11] f. desdobr.

Merecidamente, Sintra foi classificada Património Mundial, no âmbito da categoria “Paisagem Cultural”, no dia 6 de Dezembro de 1995, durante a 19ª Sessão do Comité do Património Mundial da UNESCO realizada em Berlim."

Este livro convida-nos a uma "visita" pelas paisagens e locais de Sintra e dá-nos a conhecer o que a levou a ser classificada como Património Mundial. "A sua leitura possibilita um estreito contacto não apenas com a história de Sintra e com os seus principais bens monumentais e naturais, mas ainda com as realidades fundamentais que afectam a sua desejável conservação."

Leia, porque ler é um prazer.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Divulgando o fundo local II: A serra e a cidade

A serra e a cidade, livro da autoria da Prof. Dra. Maria Beatriz Rocha Trindade, professora catedrática na Universidade Aberta, onde fundou o Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais, é fruto da paixão da autora pelo movimento regionalista.

O livro fala-nos do “que tem sido a luta dos nossos conterrâneos pelo desenvolvimento das suas aldeias, situadas numa zona do interior do país, onde há 50 anos faltava tudo o que se refere a desenvolvimentos e benefícios públicos.[1]

Com informações de interesse cronológico, profissional e local a autora de A serra e a cidade soube interpretar os sentimentos e as aspirações dos nossos regionalistas”, “sintetizando a história do movimento migratório” das populações do interior do país “e a acção das populações migrantes na sua ligação às origens”, nomeadamente o surgimento do que se chamou o movimento regionalista, “que em Lisboa criou centenas de colectividades que tanto têm contribuído para que as suas aldeias hoje quase desertificadas, não morram e antes progridam à custa dos melhoramentos que essas colectividades ali vão construindo.”[2]

A obra é valorizada com fotografias de Jorge Barros e com prefácio de João Alves das Neves.

“… é nosso propósito mostrar ao grande público o que é realmente o Regionalismo das comunidades originárias das povoações da Serra do Açor, abrangidas nos três concelhos de Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra; mas foi decidido que o estilo da obra (…) assentasse, também, na percepção visual das imagens que apresenta (…)

Em síntese, pretendeu-se que o trabalho realizado pudesse suscitar o saboreio estético da realidade que se pode observar naquela lindíssima região do País, prestando simultaneamente um tributo e o muito apreço pela acção dedicada que os Regionalistas desenvolvem, desde há décadas e onde quer que se encontrem, para fazer sobreviver as comunidades de origem e para melhorar a qualidade de vida das populações residentes. (…)”

Excerto da nota prévia da autora

Leia, porque ler é um prazer!
 


[1] António Lopes Machado in A Comarca de Arganil nº 11900 (14.04.2011)
[2] António Lopes Machado in Jornal de Arganil nº 4248 (06.05.2011)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

18 de Julho - Dia Internacional Nelson Mandela



“We can change the world and make it a better place. 
It is in your hands to make a difference.”

"Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele,
da sua origem ou da sua religião.
Para odiar, é preciso aprender. 
E, se podem aprender a odiar, as pessoas também podem aprender a amar.”


- Nelson Mandela

O Dia Internacional Nelson Mandela - Pela liberdade, justiça e democracia é uma comemoração internacional instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em novembro de 2009, a ser comemorado em todos os dias 18 de julho, data de nascimento do líder sul-africano Nelson Mandela.

Por meio da Resolução A/RES/64/13 a ONU homenageia a dedicação de Mandela ao serviço da humanidade, pela resolução de conflitos, pela relação entre as raças, promoção e proteção dos direitos humanos, a reconciliação, igualdade de géneros e direitos das crianças e outros grupos vulneráveis, e ainda pelo desenvolvimento das comunidades pobres ou subdesenvolvidas. 

Com esta data os países-membros reconhecem a sua contribuição pela democracia internacional e a promoção da cultura da paz através do mundo.
Fonte: wikipedia

Se quer conhecer melhor o homem que se tornou um símbolo mundial da inabalável resistência contra o racismo e a tirania, mas também da vontade de reconciliação com o antigo inimigo, a quem foi atribuído o Prémio Nobel da Paz em 1993, requisite ou consulte um dos seguintes documentos disponíveis na rede de bibliotecas do Concelho de Arganil:

- O assassinato de Martin Luther King ; A libertação de Nelson Mandela [Registo Video] . [S.l.], 2004. 1 disco (DVD)

- HAGEMANN, Albrecht - Nelson Mandela. [Lisboa] : Expresso, cop. 2011. 175 p.

- POGRUND, Benjamin - Nelson Mandela : o líder sul-africano preso durante vinte e sete anos pela sua luta contra o "apartheid". 1ª ed. Lisboa : Replicação, 1991. 64 p. ISBN 972-570-076-7

- GREGORY, James - Mandela meu prisioneiro meu amigo. Lisboa : Notícias, 1996. 480, [3] p. ISBN 972-46-0799-2

- A herança de Nobel. Lisboa : Público, 2001. 288 p.

Mais informação sobre Nelson Mandela na Internet:

http://www.un.org/en/events/mandeladay/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1993/mandela.html

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Novidade na Biblioteca: Poesias completas de Mário Beirão

Integrado no amplo movimento poético do saudosismo, cujo chefe incontestado foi Teixeira de Pascoaes, Mário Beirão (1890-1965) é autor de uma obra de invulgar qualidade literária, iniciada aos 21 anos, com o volume O último Lusíada (1913) e de que fazem parte mais sete livros de poemas – Ausente (1915), Lusitânia (1917), Pastorais (1923), A noite humana (1928), Novas estrelas (1940), Mar de Cristo (1957) e O pão da Ceia (1964), além de um livro de impressões de viagens, Oiro e cinza (1946), aqui pela primeira vez reunidos.
Como dele escreveu David Mourão-Ferreira, «cantos dos campos de Beja, das pedras da cidade e das ascéticas planuras do seu termo, da bravia austeridade das suas gentes, Mário Beirão foi igualmente um predestinado aedo de todos os cantos da vasta Casa Lusitana e, ao mesmo tempo, um grande lírico repartido entre a sondagem metafísica da alma e o franciscano louvor dos aspectos mais simples da natureza e da existência».

Fonte: contracapa do livro
 
 
"A obra [de Mário Beirão] (…) é, a meu ver, uma das que mais amplamente significam, na literatura portuguesa contemporânea, a universalidade da nossa inspiração lírica, a veemência contida e a aspiração fraternal duma solidariedade que através de imagens e de símbolos se realizou com a força verbal dos que pela poesia plenamente exprimem a sua autenticidade interior.”

Luis Forjaz - Mário Beirão, Poeta da Terra e do Homem",
in: Separata do Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, V. XXXVII, Lisboa, 1965

Mário Beirão " percorre a Vida procurando os fantasmas de que é ausente; as crianças que foi, as lendas que lhe nadam no sangue, as sombrias faces do guerreiro que das seteiras dos castelos medievos espreitaram a planície, o Deus que outros olhos viram..."

Leonardo Coimbra in: Teixeira de Pascoaes - A Saudade e o Saudosismo
Lisboa, Ed. Assírio & Alvim, 1988
Coimbra

Sonhando, és luz de sacrário,
Ó Coimbra, «posta em sossego»…
Já, na guitarra do Hilário,
Demanda os Céus o Mondego!

Choupos que beijam o chão…
Musgos… nichos… muros velhos:
Ó painel de Devoção,
Eu te contemplo de joelhos!

Ó Coimbra, - por suspirosas
Tardes de Outono, o que vês?
Vês nascerem alvas rosas
Da «morte escura» de Inês!

Flui o Mondego… sagrada
Luz o veste de esplendor:
É uma trança, desatada
Do cabelo de Leonor!

Que noite! que doce e amara
Essência de turbação!
Bate o luar em Santa Clara,
Bate no meu coração!

Ó Coimbra – saudade minha –
Quem te deu graças tão puras?
Foi Santa Isabel, - Rainha
De Portugal, nas Alturas!

Mais informação sobre o autor em:

http://www.oocities.org/mariobeirao/index.htm
http://www.infopedia.pt/$mario-beirao

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Divulgando o Fundo Local I: Contos de Palmo e Meio

A obra “contos de palmo e meio” da autoria de Carlos Maia Teixeira foi publicada em 2000 pela editora Almedina, o prefácio é assinado pelo actor e artista Sinde Filipe e as ilustrações são da autoria do pintor Mário Silva.

São 50 os contos que compõem este livro: histórias sobre o quotidiano regional, alguns em jeito de fábula, outros em jeito de crónica ou prosa poética, todos eles revestidos de grande qualidade estética. De acordo com João Alves das Neves “Os críticos mais exigentes dividirão os textos em contos, crónicas e até curtos ensaios, mas todos escritos com idêntica fluência e paixão em que [o autor] envolve a sua criação literária.”

O estilo utilizado nestes contos, de acordo com Sinde Filipe, “tem a fluência de um discurso oral, dando-nos a agradável impressão de que escutamos mais do que lemos (…)”

Sinde Filipe adjectiva a escrita de Carlos Maia Teixeira como sendo “terapêutica”, “ou seja uma escrita que tem o condão de melhorar o leitor, mesmo quando a temática poderia não conduzir muito a isso. Certamente, porque se desprende destes textos um perfume de generosa compreensão e de límpida humanidade; porque os olhos do observador poisam com tolerante delicadeza sobre o objecto observado, procurando sempre antes absolver do que condenar.

Os contos de palmo e meio escritos em linguagem fluente e acessível revelam a sensibilidade e capacidade de observação do seu autor e também o seu sentido de humor.

Leia, porque ler é um prazer!

terça-feira, 10 de julho de 2012

A sombra do que fomos de Luís Sepúlveda

Em 1973, os militares chilenos à força (e com o apoio de os EUA) derrubaram o presidente Salvador Allende. A junta militar tornou-se a nova forma de governo do Chile, e em 1974 Agosto Pinochet tornou-se o presidente do país, cargo que ocupou até 1990. Imediatamente após o golpe, a junta militar proibiu todos os partidos de esquerda que fizeram parte da Unidad Popular, e a sua coligação.

Luis Sepúlveda, autor de A sombra do que fomos, foi activo no governo Allende e preso em 1973, tendo sido julgado por um tribunal militar em fevereiro de 1975, e acusado de traição à pátria e conspiração subversiva, entre outros crimes.

Escapando à pena de morte, habitual em casos semelhantes, foi condenado a vinte e oito anos de cadeia. Graças à persistência da Amnistia Internacional, viu a sua pena ser comutada para oito anos de exílio na Suécia.

A sombra do que fomos é, em parte, a história das sombras que persistem desde o golpe. De acordo com o autor é “a história de exílios e gente banida, de sonhos desfeitos e ideais arruinados”.

O romance começa com a morte acidental de Pedro Nolasco, atingido pela queda de um fonógrafo, enquanto ia a caminho de um encontro com três homens na Garagem de Santiago.

Depois de terem assistido e vivido a tortura, as mortes de amigos e familiares e anos no exílio pelas suas opiniões políticas e apoio ao governo de Allende, os três amigos reencontraram-se através da internet.

Enquanto esperam por Nolasco, falam sobre os velhos tempos – a década de 1960 e os anos de activismo político na América Latina, a presidência de Allende antes do golpe, o golpe e o que aconteceu a cada um deles, bem como às suas famílias e amigos, lamentando de vez em quando a perda do antigo zelo revolucionário e o aparecimento de um Chile que eles têm dificuldade em reconhecer.

Intercalando a história dos três camaradas, Sepulveda relata a história da investigação policial sobre a morte de Nolasco.

A sombra do que fomos é uma história sobre uma geração de pessoas que realmente acreditavam numa causa e fez algo por ela, tendo sido perseguidos pelas suas crenças. É também a história de um homem que acreditava firmemente que era “a sombra do que fomos, e enquanto houver luz existiremos”.

Este livro, através das conversas dos seus protagonistas, dá ao leitor uma rápida lição sobre a história recente do Chile, sobre o golpe de 1973 e a opressão que se lhe seguiu.

O tom da narrativa apesar de dramático, é acompanhado de humor, ironia, compaixão e amor, que no fim leva o leitor a uma profunda reflexão sobre a vida. A Sombra do que fomos recebeu em 2009 o Prémio Primavera de Romance (Espanha).

Leia, porque ler é um prazer!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tambores na noite de Marion Zimmer Bradley

Tambores na noite de Marion Zimmer Bradley é um livro que mistura o real com o sobrenatural.

Mardee Haskell é uma jovem actriz que reside em Nova Iorque, mas tem as suas raízes no Haiti. Porém e apesar da mãe ser Haitiana Mardee desconhece completamente este país. A mãe recusa-se a lembrar as suas origens.
Com o divórcio a decorrer e sem trabalho Mardee é surpreendida por um convite da sua tia-avó Emilie dirigido a si e à sua mãe para ir ao Haiti. A mãe recusa-se e tenta demover a filha de aceitar o convite. Mas Mardee aceita e chegada à propriedade da sua tia, apercebe-se que é herdeira de uma mulher riquíssima.

No Haiti, Mardee conhece e envolve-se com Brian, um jornalista, Sebastian Wright, um realizador de cinema, e o jovem actor Kip Tybalt.

Todos eles de forma diferente andam a explorar o país e o contacto com o sobrenatural torna-se inevitável. Por diversas vezes Mardee é aconselhada a ir se embora e mais de que uma vez lhe dizem “É perigoso para ti. Tu és do sangue.”, mas estes avisos apenas despertam nela uma maior curiosidade.

Um romance de fácil leitura que nos envolve do princípio ao fim e nos conduz por uma história de rituais de Vodu, de feitiços e de tragédia. Um livro que sem dúvida vale a pena ler.
Leia, porque ler é um prazer!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Livro do mês: Mala de senhora e outras histórias de Clara Ferreira Alves

Sinopse:

Mala de Senhora e outras histórias trata-se de um livro de pequenos contos independentes, originalmente publicado em 2004. Segundo a jornalista e autora Clara Ferreira Alves em Portugal este é um género de literatura menor; sublinhando ainda que: “Na verdade, contar contos e histórias é um dos sinais da literatura, e o que não se consegue fazer em pequeno, jamais se conseguirá fazer em grande”.

Clara Ferreira Alves explora neste livro ao longo de 186 páginas e 12 histórias o mundo à nossa volta (os hábitos sociais, a globalização, o mundo virtual, a infelicidade quotidiana) e temas universais da literatura, como a inevitabilidade da morte.

Apesar de em alguns contos faltar alguma profundidade ao tema explorado, no final da leitura desta obra fica a impressão de uma escrita fluida e agradável, num tom incisivo, penetrante e irónico capaz de envolver o leitor e despoletar a sua reflexão sobre temas que afinal fazem parte da vida de todos nós.

Excerto:

O homem olhou para mim com os olhos muito abertos e disse: «o meu nome é Marco. Agora sabe quem eu sou e por que estou aqui». E ficou à espera.
Eu olhei para ele com os olhos muito franzidos e encolhi os ombros. Marco? Desculpe, como é que posso saber quem é você?
O meu nome é Marco, repetiu ele, enquanto coçava e recoçava o queixo e a barba num movimento obsessivo, compulsivo, mostrando um teclado de dentes amarelos ao repuxar a pele. Era um movimento curto, furtivo e sincopado, o gesto dos psicóticos. Ou dos neuróticos. Eu disso não percebo nada, não sou psiquiatra. Marco? Quem é o Marco?
Tinha ido ao hospital para almoçar com um amigo meu, médico.
«Eh pá, aparece, eu estou cá toda a manhã, depois vamos a um restaurante aqui perto, já agora ficas a conhecer o hospício da humanidade mais definhada que existe. Podes até passear pelas enfermarias à vontade se eu não tiver acabado a consulta. Aproveitas e confraternizas com o pessoal maluco, tudo gente de primeira água, é com eles que passo os dias. Ganhei-lhes carinho. Andam por estes pavilhões uns espécimes interessantes, dos quais o mundo se esqueceu e a família nunca se lembrou, a arrastar os pés pelos corredores e a babar-se pelas celas. Não fazem mal a ninguém, são uns pobres coitados, adoram encontrar companhia e conversar com estranhos que são ouvintes ideais.»
O meu amigo é um psiquiatra meio doido como todos os psiquiatras, um homem que tem o gosto da hipérbole e que lê tudo o que apanha à mão, que se fecha em casa horas a fio a ouvir Bach com uma partitura - «esta Chaconne mata, morro de insignificância quando a música me entra pelo coração dentro» - e que nunca casou. É rico e não precisa de trabalhar no hospital, onde é director de clínica. Escolheu a convivência com as patologias mentais porque lhe parece uma actividade mais sã do que com a convivência com o resto da humanidade, supostamente de boa saúde.”

A autora:

Clara Ferreira Alves nasceu em 1956. Foi directora da Casa Fernando Pessoa e da revista literária Tabacaria entre 2004 e 2006. Colabora e colaborou em diversas publicações, tendo-se dedicado durante vários anos ao exercício da crítica literária, assinado diversos trabalhos como Grande Repórter e feito jornalismo de guerra.
Em televisão, foi comentadora e autora de programas culturais na RTP e é uma das comentadoras do programa da SIC Notícias, O Eixo do Mal. É co-autora de dois filmes feitos para a RTP sobre dois escritores portugueses, José Saramago e José Cardoso Pires. É membro do júri do Prémio Pessoa.
Publicou em 2001 o primeiro volume das suas crónicas, A Pluma Caprichosa e Passageiro Assediado, prosa poética a acompanhar desenhos do artista plástico Fernando Calhau. Em 2004, publicou o seu livro de contos, Mala de Senhora e Outras Histórias.


Leia, porque ler é um prazer!