quarta-feira, 27 de julho de 2016

Novidade na Biblioteca. E onde é que está o amor? de Ana Zanatti

Numa obra intensa, que lida com a intimidade e o afecto, Ana Zanatti “fecha” seis mulheres e três homens numa sala, de olhos nos olhos e sem rede, levando-os a confessar o que até ali pensavam ser inconfessável. Casamentos falhados, amores que não se cumprem, ciúme, traição, medo, erotismo, solidão, de tudo se fala nessa tarde, num encontro transformador do qual ninguém sai como entrou.

Fonte: contracapa do livro

“Na sala traseira de uma pequena livraria de bairro, um grupo de nove pessoas, dispostas em semicírculo, começara, havia pouco, uma reunião de partilha sobre dificuldades nos relacionamentos. Nove pessoas, como flores sem pés, à espera de enraizar.

Otília, a mentora principal da ideia, impedida de estar presente nesse dia, delegara a orientação da sessão em Celeste, sua conterrânea, que com ela ia dando os primeiros passos na organização deste tipo de encontros. A preparação de ambas era escassa, não estavam ali para substituir o trabalho dos psicólogos, mas ousadia e vontade de ajudar não lhes faltavam.

Os tempos, diz-se, são os da comunicação e do conhecimento mas no íntimo de cada um dos presentes, atravessa a suspeita dolorosa de estarem cada vez mais próximos da solidão e do desconhecimento de si e dos outros. Sobretudo dos outros, para que é mais fácil olhar do que virar os olhos para dentro. (…)”

Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil.

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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Novidade na Biblioteca: Da Biblioteca ao Leitor de Henrique Barreto Nunes

O livro Da biblioteca ao leitor reúne um conjunto de textos sobre as Bibliotecas Públicas e a Leitura Pública em Portugal da autoria de Henrique Barreto Nunes, que há largos anos é um autor e estudioso de “rigor e espírito apaixonado pelo tema do livro e da biblioteca.”[i]

Conforme o próprio autor salienta “a maior parte dos textos que compõem este volume resultaram de intervenções em colóquios e congressos ou foram escritos propositadamente para iniciativas da Biblioteca Pública de Braga, o que faz com que alguns deles apareçam irremediavelmente datados.”

“A história das Bibliotecas Públicas no nosso país, o diagnóstico das carências que as afectam, a proposta de soluções que as viabilizem e melhorem os serviços que prestam aos leitores e que atraiam muitos mais, são preocupação que, de uma maneira ou de outra, se insinuam”[ii] nos textos que compõem este volume.

Embora publicado em 1996 os textos que compõem este livro permanecem actuais, sendo pois um livro que merece a pena ser lido por todos aqueles que desempenham funções na área das Bibliotecas e da leitura, e que sem dúvida constitui um importante contributo para responder aos desafios que diariamente são colocados às Bibliotecas.

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Para saber mais consulte:



Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil



[i] Maria Adelina M. Vieira in nota explicativa à 2ª edição de “Da Biblioteca ao leitor”
[ii] Maria José Moura in Prefácio de “Da Biblioteca ao leitor”

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Mário Dionísio - Centenário do Nascimento

“Completaram-se no Sábado, dia 16 de Julho, cem anos sobre o nascimento, em Lisboa, da muito destacada figura intelectual do século XX português que foi Mário Dionísio, na multiplicidade dos seus talentos e saberes, e da sua ação: poeta, ficcionista, ensaísta, crítico, pintor, professor e pedagogo, cidadão interveniente na luta cívica e política.”[1]

A sua obra, vasta e heterogénea é das mais originais e das mais sérias da moderna literatura portuguesa, revelando um espírito rigoroso, quer como criador, quer como especulador de ideias.

Um escritor que vale a pena recordar e uma obra que vale a pena conhecer.






Aceda ao catálogo concelhio da rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil e descubra quais os livros de Mário Dionísio que temos disponíveis para si.

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[1] In Jornal de Letras, Artes e Ideias nº 1195

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Quando os gatos são os protagonistas

As melhores histórias de gatos é uma antologia, que reúne 22 contos, em que, como o título indica, os gatos são protagonistas.
  • O paraíso dos gatos de Emile Zola
  • Lillian de Damon Runyon
  • A infância de miss Churt de F. R. Buckley
  • A gata gorda de Q. Patrick
  • A queda do Morning Glory Adolphus de Margaret Cambell
  • De como uma gata fez de Robinson Crusoe de Charles G. D. Roberts
  • A caça grossa de Ming de Patricia Highsmith
  • Os gatos da Srª Bond de James Herriot
  • O gato de Dick Baker de Mark Twain
  • A gata da minha vida de Derek Tangye
  • Kym de Joyce Stranger
  • Um sítio óptimo para a gata de Margaret Bonham
  • A bandeira azul de Kay Hill
  • A história de Webster de P. G. Woodhouse
  • Só complicações de Doreen Tovey
  • Heathcliff de Lloyd Alexander
  • O gato que andava sozinho de Rudyard Kippling
  • Um barco carregadinho de graça de Eleanor Mordaunt
  • Sobretudo gatos de Doris Lessing
  • A dinastia preta e a dinastia branca de Théophile Gautier
  • Aspirina, o gato de John Coleman Adams
  • A melhor das camas de Sylvia Townsend Warner
Deixamos lhe aqui o convite à leitura com um excerto do conto "O gato que andava sozinho" de Rudyard Kipling.

"Isto passou-se e aconteceu e deu-se e foi, ó minha Bem-Amada quando os animais domésticos ainda eram selvagens. O Cão era selvagem, o Cavalo era selvagem e a Vaca era selvagem, a Ovelha era selvagem e o Porco era selvagem – o mais selvagem possível – e todos eles andavam nas húmidas florestas selvagens cada qual com os da sua espécie; mas o mais selvagem de todos os animais selvagens era o Gato. O Gato andava sozinho e todos os lugares eram iguais para ele.
Claro que o Homem também era selvagem. Era terrivelmente selvagem. Só começou a ficar domesticado quando encontrou a Mulher e porque esta não gostava da maneira selvagem como ele vivia. A Mulher escolheu uma gruta seca e confortável em vez de um monte de folhas molhadas para dormir e no fundo da gruta fez uma fogueira agradável e pendurou à entrada uma pele seca de Cavalo Selvagem, com a cauda para baixo e disse: “Limpa os pés quando entrares para termos a casa em ordem.”
Nessa noite, Bem-Amada, comeram Carneiro Selvagem assado nas pedras quentes da lareira e temperado com alho e pimenta brava e Pato Selvagem recheado de arroz bravio e funcho silvestre e cominhos bravos e ossos de tutano de Boi Selvagem e cerejas bravas e groselhas silvestres. Depois o Homem foi dormir todo contente junto do fogo mas a Mulher ficou acordada, sentada, a matutar. Pegou no osso da omoplata do carneiro, o grande osso chato e largo, ficou a contemplar as maravilhosas marcas que o osso tinha, pôs mais lenha no fogo e fez uma magia. Fez a primeira Magia Cantante do mundo.
Lá fora, nas húmidas florestas selvagens, todos os animais selvagens se reuniram num ponto de onde conseguiam ver a luz do fogo ao longe e perguntavam a si próprios o que poderia ser aquilo.
Então o Cavalo Selvagem bateu com a pata no chão e disse:
- Ó meus amigos e meus inimigos, porque é que o Homem e a Mulher fizeram aquela grande luz naquela grande gruta e que mal nos poderá aquilo trazer?
O Cão Selvagem ergueu o focinho e farejou o cheiro da ovelha assada e disse:
- Vou erguer-me e caminhar, e ver e ficar lá: porque penso que é bom. Gato, vem comigo.
- Nérias – disse o Gato. – Eu sou o Gato que anda sozinho e todos os lugares são iguais para mim. Não vou.
- Então não voltaremos a ser amigos – disse o Cão Selvagem e partiu a trote em direcção à gruta.
Mas passado um bocado o Gato disse para com os seus botões:
- Todos os lugares são iguais para mim. Porque não hei-de eu também pôr-me a caminho e ver e vir-me embora?
E assim rastejou em silêncio atrás do Cão Selvagem e escondeu-se num sítio onde podia ouvir tudo.
Quando o Cão Selvagem chegou à entrada da gruta soergueu com o focinho a pele de cavalo seca, farejou o maravilhoso cheiro do carneiro assado e a Mulher ouviu-o, riu-se e disse:
- Aqui vem a primeira coisa selvagem saída da floresta selvagem. Que queres tu?
O Cão Selvagem disse:
- Ó minha inimiga e mulher do meu inimigo, que é isto que cheira tão bem na floresta selvagem?
Então a Mulher pegou num osso do carneiro assado, atirou-o ao Cão Selvagem e disse:
- Coisa selvagem vinda da floresta selvagem, prova e experimenta!
O Cão Selvagem roeu o osso e era mais delicioso que qualquer outra coisa que ele comera na vida; disse:
- Ó minha inimiga e mulher do meu inimigo, dá-me outro.
A Mulher disse:
- Coisa selvagem vinda da floresta selvagem, ajuda o meu Homem a caçar durante o dia e guarda esta gruta durante a noite e dou-te todos os ossos assados que quiseres.
- Ah! – disse o Gato que tinha ouvido tudo – esta Mulher é muito sensata mas não é tão sensata como eu.
O Cão Selvagem rastejou para dentro da gruta e pousou a cabeça no regaço da Mulher e disse:
- Ó minha amiga e mulher do meu amigo, eu ajudarei o teu Homem a caçar durante o dia e guardarei a tua gruta durante a noite.
- Ah! – disse o Gato que tinha ouvido tudo. – Aqui temos um Cão bem tolo.
E foi-se embora através da húmida floresta selvagem abanando o rabo, sozinho na sua independência selvagem. Mas nunca contou nada a ninguém.
Quando o Homem acordou, disse:
- Que está o Cão Selvagem a fazer aqui?
E a mulher disse:
- O nome dele já não é Cão Selvagem mas sim Primeiro Amigo porque será nosso amigo para todo o sempre. Leva-o contigo quando fores caçar. (…)

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Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Novidade na Biblioteca: O aprendiz de Gutenberg de Alix Christie



Alix Christie em entrevista ao Diário de Notícias

Peter Schoeffer é um jovem ambicioso à beira de alcançar o sucesso como escriba em Paris quando o seu pai adotivo, o rico mercador Johann Fust, o convoca à cidade de Mainz para conhecer um homem extraordinário.

Gutenberg, inventor de profissão, criou um método revolucionário – há quem diga blasfemo – de produção de livros: uma máquina a que chama de prensa. Fust está a financiar a oficina de Gutenberg e ordena a Peter que se torne o seu aprendiz. Ressentido por ser forçado a abandonar uma carreira tão prestigiante como escriba, Peter inicia a sua aprendizagem na “arte mais negra”.

À medida que as suas habilidades crescem, assim cresce também a admiração por Gutenberg e a dedicação a um projeto ousado: a impressão de cópias da Bíblia Sagrada.

Mas quando forças externas se alinham contra eles, Peter vê-se num dilema entre os velhos costumes e as novas criações que ameaçam transformar o mundo. Conseguirá ele encontrar uma forma de superar os obstáculos numa batalha que poderá mudar a História?

Fonte: contracapa do livro

Leia aqui um excerto da obra! 

Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil.

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terça-feira, 5 de julho de 2016

Livro do mês: A questão Finkler de Howard Jacobson

Divertido, furioso, implacável, este extraordinário romance apresenta um dos mais brilhantes escritores da atualidade no seu melhor.

Julian Treslove está em plena crise de identidade. Ele não tem uma opinião muito concreta sobre a circuncisão, o conflito entre Israel e a Palestina, ou os monumentos ao Holocausto - na verdade, sobre todo e qualquer aspeto da cultura judaica dos nossos dias. Mas o verdadeiro problema com a identidade de Julian é não ser judeu - não que esse pequeno pormenor o impeça de viver obcecado com o judaísmo.

No início do livro Julian, de 49 anos, acaba de sair de um jantar com o seu colega dos tempos de escola Sam Finkler e do antigo professor de ambos, Libor Sevcik. Sam e Libor, ambos judeus, perderam recentemente as suas esposas. O passado de Julian com as mulheres é um pouco diferente: nunca se casou e tem dois filhos adultos que sempre ignorou. No meio dos seus devaneios, enquanto regressa a casa, acaba por ser assaltado por uma mulher que, ao partir, lhe chama Judeu - ou pelo menos foi isso que lhe pareceu ouvir. A partir desse momento, o seu sentido de identidade começará a transformar-se radicalmente...

Fonte: contracapa do livro

Entrevista do autor à SIC

Leia aqui as primeiras páginas do livro! Se gostou pode requisitar o livro na Biblioteca Municipal de Arganil.

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