segunda-feira, 26 de março de 2018

Novidade na Biblioteca: Contágio de Megan Abbott

O pânico lançado por um misterioso contágio ameaça destruir amizades e famílias num subúrbio idílico 

A família Nash é muito unida. Tom é um professor bastante popular, pai de dois adolescentes: Eli, uma estrela de hóquei adorado por todas as raparigas, e a sua irmã Deenie, uma estudante exemplar.

Mas a estabilidade que os rodeia é despedaçada quando a melhor amiga de Deenie é possuída por convulsões na escola. Rumores de uma epidemia incendeiam-se como um rastilho de pólvora pela comunidade. O pior de todos virá ao de cima… e nada mais será igual.

À medida que cresce a histeria e o contágio se propaga, emerge uma série de segredos profundos que ameaça destruir amizades, famílias e a própria segurança da pacata cidade. 

Deixe-se contagiar pelo talento de Megan Abbott, uma das vozes mais originais da sua geração, numa história tenebrosa sobre culpa... segredos de família... e o poder letal do desejo.

Fonte: contracapa do livro


Gostou? Requisite na Biblioteca Municipal de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

quinta-feira, 22 de março de 2018

Dia Mundial da Poesia 2018 - Mensagem da UNESCO


Mensagem da UNESCO para o dia Mundial da Poesia - 2018

          Sonhos
          Segure-se aos sonhos
          Pois se os sonhos morrem
          A vida é um pássaro com asas quebradas
          Sem poder voar.
          Segure-se aos sonhos
          Pois quando os sonhos se vão
          A vida é um campo árido
          Congelado sob a neve.

                                        Langston Hughes

Estas linhas do poeta Langston Hughes são um convite para o sonho, uma fuga, uma emancipação. A poesia é, sem dúvida, a melhor forma de expressar esse anseio, uma vez que toca o individual e concede todas as liberdades.

Este poema reflecte o extraordinário poder das palavras que abrem horizontes infinitos, engrandecem as nossas vidas, mudam a realidade, embelezando-a e revelando-a sob uma nova perspectiva, nunca antes vista.

A poesia não é um trivial jogo de sons, palavras e imagens. A poesia tem um poder criativo e transformador.

Langston Hughes, poeta, escritor, dramaturgo e líder do Harlem Renaissance na década de 1920, colocou a sua arte ao serviço da luta contra a discriminação sofrida pela comunidade afro-americana. A sua poesia é, portanto, inseparável do seu compromisso com os direitos civis e continua a ser uma fonte de inspiração para os defensores das liberdades fundamentais em todo o mundo.

A poesia é também essa arte única que nos torna conscientes da extraordinária diversidade humana: a diversidade de línguas e culturas. É um local de encontro entre o indivíduo e o mundo. É uma introdução à diferença, ao diálogo e à paz. É testemunho da universalidade da condição (…)

Todos os anos, desde 1999, a UNESCO tem celebrado o Dia Mundial da Poesia a 21 de março. É uma ocasião para celebrar a riqueza do património cultural e linguístico mundial. É também uma ocasião para chamar a atenção para as formas tradicionais de poesia que correm o risco de desaparecer (…). Para manter vivas as tradições, a UNESCO incluiu uma série de formas poéticas no património imaterial da humanidade: por exemplo, a arte poética de Ca trù do Vietnam, Al'azi dos Emirados Árabes Unidos, canções de Baul doBangladesh e a herança oral de Gelede partilhada pela comunidade Yoruba-Nago que vive no Togo, no Benim e na Nigéria.

A poesia não se limita ao aspecto artístico: é também uma ferramenta de educação formal e informal. Nesse sentido, as artes e as práticas culturais fornecem um suporte efectivo para a aprendizagem ao longo da vida. É por isso que a UNESCO incentiva e apoia a educação artística, uma vez que fortalece o desenvolvimento intelectual, emocional e psicológico, formando gerações mais equilibradas e capazes de reinventar o mundo.

Este dia também é uma oportunidade para homenagear todas as pessoas que produzem esta proeminente arte: os poetas, é claro, mas também os tradutores, editores e organizadores de leituras de poesia e festivais de poesia. A UNESCO incentiva todos os Estados Membros a apoiar todos aqueles que diariamente trabalham para que a poesia possa continuar a enriquecer as nossas vidas.

Finalmente, sendo a  poesia um acto de criação e partilha, a UNESCO convida todos, neste Dia Mundial, a criar, inventar, partilhar e estar aberto a outras línguas e outras formas de descrever o mundo, rejubilando com tudo o que é diferente na nossa diversidade. Cultivar arte e cultivar a mente é também cultivar a paz.

Audrey Azoulay, diretor geral

Tradução livre de Miriella de Vocht

quarta-feira, 21 de março de 2018

Dia Mundial da Poesia 2018


Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Poesia

A data foi instituída na 30ª Conferência Geral da UNESCO a 16 de novembro de 1999. 

No Dia Mundial da Poesia celebra-se a diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, da criatividade e da inovação. Neste dia convidam se as pessoas a fazer uma reflexão sobre o poder da linguagem e do desenvolvimento das habilidades criativas de cada pessoa, e sobre a forma como a poesia contribui para a percepção e compreensão do mundo.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Tempo para a poesia XXX


[Pai, dizem-me que ainda te chamo, às vezes, durante] 
de Maria do Rosário Pedreira

Pai, dizem-me que ainda te chamo, às vezes, durante
o sono – a ausência não te apaga como a bruma
sossega, ao entardecer, o gume das esquinas. Há nos
meus sonhos um território suspenso de toda a dor,
um país de verão onde não chegam as guinadas da
morte e das conchas da praia trazem pérolas. Aí

nos encontramos, para dizermos um ao outro aquilo
que pensámos ter, afinal, a vida toda para dizer; aí te
chamo, quando a luz me cega na lâmina do mar, com
lábios que se movem como serpentes, mas sem nenhum
ruído que envenene as palavras: pai, pai. Contam-me

depois que é deste lado da noite que me ouvem gritar
e por isso me libertam bruscamente do cativeiro
escuro desse sonho. Não sabem

que o pesadelo é a vida onde já não posso dizer o teu
nome – porque a memória é uma fogueira dentro
das mãos e tu onde estás também não me respondes.


In: Em nome do pai: pequena antologia do Pai na poesia portuguesa
[S.l.]: Modo de Ler, 2008

quinta-feira, 15 de março de 2018

XXV Feira do Livro de Arganil - 20 a 24 de Março de 2018

De 20 a 24 de Março de 2018 
vive-se em Arganil a festa do livro e da leitura.
Visite-nos e deixe-se cativar pela magia das palavras e dos livros.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Natália Nunes (1921-2018)

Faleceu no passado dia 13 de fevereiro Natália Nunes. Ficcionista, ensaísta e tradutora, Natália Nunes foi autora de uma obra monumental que inclui memórias, um diário, romances, uma novela, contos, uma peça de teatro, ensaios e diversas traduções.

A par da sua actividade literária, desempenhou a profissão de bibliotecária-arquivista. Pertenceu à direcção da Sociedade Portuguesa de Escritores e foi casada com Rómulo de Carvalho.

O Jornal de Letras Artes e Ideias nº 1238 apresenta um destaque da autoria da professora Teresa Sousa de Almeida sobre a vida e obra de uma mulher que tinha "uma escrita poderosa, à frente do seu tempo."

Teresa Sousa de Almeida descreve a obra de Natália Nunes como sendo de "grande qualidade literária, incómoda, subversiva e original" e defende que esta deveria "figurar no cânone, não só pelos caminhos que abriu, mas também pela forma única como soube posicionar-se no campo literário português, assumindo com independência e coragem a sua dupla condição de intelectual e de escritora."

Por tudo isto convidá-mo-lo a descobrir os livros da autora que a Rede de Bibliotecas de Arganil tem disponíveis para si!







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quinta-feira, 8 de março de 2018

Feliz Dia Internacional da Mulher


O Dia Internacional da Mulher foi instituído em 1910, na Dinamarca, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, embora só tenha sido oficializado pela ONU em 1975. 

A instituição desta data foi precedida por mais de 100 anos de luta por direitos de igualdade. 

No final do século XIX as mulheres começaram a sair à rua para pedir mais direitos. Organizações femininas dentro dos movimentos operários protestavam contra as 15 horas de trabalho diárias e os salários baixos. 

As origens do Dia Internacional da Mulher chegam a 1857. A 8 de março um grupo de trabalhadoras da indústria têxtil organizou uma marcha em Nova Iorque para exigir melhores condições de trabalho e direitos iguais para homens e mulheres. 51 anos depois, a 8 de março de 1908, um outro grupo de trabalhadoras em Nova Iorque escolheu a data para avançar para uma greve, homenageando as antecessoras. Lutavam pelo fim do trabalho infantil e o direito de voto. 

O primeiro dia consagrado às mulheres e aos seus direitos surgiu um ano depois, assinalando essa greve. Nos Estados Unidos, a 28 de fevereiro de 1909, o Partido Socialista da América instituiu o Dia Nacional da Mulher. No ano seguinte, na Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhaga, na Dinamarca, foi aprovada uma resolução que propunha seguir o exemplo norte-americano, dando-lhe um carácter universal. O Dia Internacional das Mulheres nasceu aí e as comemorações foram-se estendendo pela Europa, até que em 1975 a efeméride foi oficializada pela ONU, passando a ser assinalada anualmente, a 8 de Março.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Sugestão de leitura: Terra do Pecado de José Saramago

In: A Comarca de Arganil nº 3424 (09.03.1948), p. 4


Terra do pecado é o primeiro romance de José Saramago. A primeira edição data de 1947. E só cinquenta anos depois, em 1997, o autor concordou em publicar a segunda edição. No ano seguinte, José Saramago é galardoado com o Prémio Nobel da Literatura. Entre uma e outra data é toda uma vida de trabalho árduo e persistente, de que resultou uma grandiosa obra conhecida e admirada em todo o mundo. No prefácio a esta edição José Saramago afirma que «escreveu este livro porque numa antiga conversa entre amigos, daqueles que têm os adolescentes, falando uns com os outros do que gostariam de ser quando fossem grandes, disse que queria ser escritor». O sonho cumpriu-se.

Fonte: badana do livro

Terra do pecado é um romance centrado nos amores proibidos entre uma jovem proprietária ribatejana que enviuvara e o seu cunhado. O título originalmente escolhido para este romance foi A Viúva, no entanto foi rejeitado pelo director da Minerva por ser pouco apelativo. 

Para saber mais sobre José Saramago e a sua obra consulte:


Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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sábado, 3 de março de 2018

Amor


Não me proponho dissertar sobre o tema. Amor é o título que Teresa Nunes deu à sua terceira apresentação de desenhos, expostos, até final de fevereiro, no átrio da Biblioteca Municipal Miguel Torga. 

O homem exprime-se através da arte desde os tempos mais remotos. 

A arte é comunicação. Comunica até o incomunicável. 

Teresa Nunes perante folhas em branco fez surgir vários desenhos. São o espelho de qualquer coisa: de si própria, de um estado de espírito ou simplesmente a procura de um caminho. 

Todos somos habitados por uma ou outra quimera. Afastá-las nem sempre é fácil. Há que amansá-las e conviver com elas. Ousar a magia de convertê-las em arte, qualquer que ela seja, talvez signifique libertação ou a aventura de um sentido para um labirinto de ideias. 

Ninguém está completamente seguro do percurso a seguir, nem das escolhas a fazer. Por vezes a arte percorre vias sinuosas que nem o autor sabe explicar. Nem precisa. 

Nas duas primeiras exposições Teresa Nunes construiu um diálogo inquietante e viajou pelo interior do seu próprio mundo. 

Desta vez colocou em cada traço uma linguagem única: a do amor. 

Parece-me estar perante uma renovação, uma metamorfose e crescimento. 

A arte pode ser um consolo para a mente. 

A busca de novas fontes de inspiração resulta, quase sempre, da escutação e observação do que nos rodeia. São os fios condutores de um esboço moldado no silêncio da alma. Depois de interiorizada e retocada a imagem surge a qualquer momento. 

Um dia Miguel Torga após visitar uma exposição de arte disse: 

Não vou muito mais rico. Levo praticamente o que trazia. Um quadro não muda um homem. Falta às artes plásticas a graça da palavra. Impressionam mas não dizem. Não implicam o esforço conjunto de todas as nossas faculdades. 
Num verso sim, se é genial há nele uma carga emotiva e um fascínio intelectual tão denso e coerente que pode virar o leitor do avesso… 

Talvez entenda a linguagem de Miguel Torga por também ser mais de palavras do que de artes plásticas, mas acredito na força da imagem, na sua beleza e na intensidade emocional que algumas nos podem transmitir. 

A interpretação da linguagem de qualquer processo criativo é um desafio à imaginação e à inteligência. 

Em cada um dos desenhos de Teresa Nunes pode existir toda uma história. Uma comunicação que foge às palavras. Um apelo aos sentidos de quem observa. 

Entrar pela porta do amor exige sempre ousadia. 

A autora está, em crescendo, a acreditar nela própria. Atitude fundamental e indispensável para uma abertura à criatividade. 

O caminho faz-se caminhando. O segredo é não desistir. 

Maria Leonarda Tavares 

Visite a exposição "Amor" de Teresa Nunes na Biblioteca Municipal Miguel Torga

quinta-feira, 1 de março de 2018

Alberto Osório de Castro (01.03.1868 – 01.01.1946)

Alberto Osório de Castro foi um poeta e político português, nascido a 1 de março de 1868, em Coimbra, e falecido a 1 de Janeiro de 1946, em Lisboa. 

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, onde ganhou interesse pela literatura, tendo colaborado na revista Boémia Nova, juntamente com António Nobre.

Foi juiz na Índia, em Angola e em Timor. Regressado ao continente português, exerceu os cargos de juiz do Supremo Tribunal de Justiça e presidente do Conselho Superior de Administração Pública. 

Publicou o seu primeiro livro de poesia em 1895 com o título Exiladas. A este, seguiram-se A cinza dos Mirtos, 1906, Flores de Coral, 1908, e o Sinal da Sombra, 1923. Situado entre o decadentismo e o simbolismo, evoluiu depois para um formalismo de sabor parnasiano. Em 1943 publicou a monografia A ilha Verde e Vermelha de Timor, na qual faz uma detalhada descrição do povo e da paisagem timorense.

A sua obra poética encontra-se reunida em dois volumes organizados por António Osório e publicados sob a chancela da Imprensa Nacional-Casa da Moeda em 2004.
Obras disponíveis para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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