sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Novidade na Biblioteca: Sabor a paixão de Sónia Santos


“Sabor a paixão” é um romance que se lê num fôlego, mas capaz de permanecer para sempre na memória de quem página a página se enlaça nesta apaixonante história.
Sónia Santos nasceu em Moçambique onde passou a sua infância e é um dos 4 filhos de António Augusto dos Santos, ex-proprietário da então Agência Funerária Arganilense, residente em Linhares, Celavisa e natural de Teixeira.
A autora embora nunca tendo vivido neste concelho traz em si as raízes de Arganil, onde vive ainda alguma da sua família.
Uma leitura obrigatória de uma autora que refere sem recato, gostar de viajar, do cheiro da terra molhada, de caminhar na areia e sobretudo de ler.

Fonte: Diário de Coimbra nº 28286 (19.11.2013), p. 16

Sentada numa esplanada igual a tantas outras, Madalena Duarte, uma Psicóloga, com alguma experiência em psicologia clínica na vertente infantil, retifica e submete a crónica que escreve semanalmente para o suplemento de um jornal, “mensagem enviada com sucesso” é a última mensagem recebida no seu Tablet.
Tenta não dar asas aos seus pensamentos, mas estes invadem-lhe a mente, não consegue perceber porque é que tudo o que mais desejava teimava em fugir novamente! E desta talvez fosse para sempre!
Quando era ainda adolescente a vida pregara-lhe algumas partidas. Perdera a mãe ainda muito jovem, o pai, um advogado bem conceituado, vivia entre Lisboa, Barcelona e Paris. Acabando por fixar residência em Barcelona numa das avenidas mais centrais da capital da Catalunha, alguns anos após o seu segundo enlace.
No ano que perdera a mãe, nesse verão, tal como já era hábito, Madalena ficou com o irmão, mais velho na casa de uns tios durante as férias de verão, nada previa tamanha perda e a vida daquela família desmoronou-se.”

(excerto do capítulo I)

Leia, porque ler é um prazer!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Malinche de Laura Esquivel

Uma mulher dividida entre duas culturas e dois amores…

O trágico e apaixonante romance entre Hernán Cortés e a índia Malinalli (a sua intérprete durante a conquista do império asteca), num livro que nos desvenda o mito fundador da cultura híbrida do Novo Mundo e nos conta uma extraordinária história de amor.
Quando a índia Malinalli conhece Cortés, assume que se trata do próprio deus Quetzalcóatl, que regressa para libertar o seu povo. Os dois apaixonam-se loucamente, mas esse amor será destruído pela desmedida sede de conquista, poder e riqueza de Cortés, um dos mais importantes conquistadores espanhóis. Audaz e engenhoso numa época de grandes heróis, Cortés foi o único que chegou a conhecer a fundo os indígenas americanos. O grande valor estratégico de Malinalli, sua tradutora e intérprete, converteu-a numa personagem-chave na colonização da América e nas relações entre a coroa espanhola e os diferentes povos indígenas. A história do México acabaria por reservar a Malinalli outro papel, o de traidora do seu próprio povo, mas as investigações históricas recentes mostram que foi a mediadora entre duas culturas, a hispânica e a nativa americana, e entre duas línguas, o espanhol e o náhuatl.

Com a queda do império Asteca como pano de fundo, Laura Esquível desafia a mitologia tradicional através do retrato apaixonado do Adão e da Eva da cultura mestiça: Cortés e Malinalli.

Fonte: www.wook.pt

“Malinalli levantara-se mais cedo do que o costume. Não conseguira dormir durante toda a noite. Tinha medo. No dia em que estava ainda por começar, sofreria pela terceira vez na sua vida uma mudança total. Quando o sol nascesse, oferecê-la-iam novamente. Não conseguia perceber que maldade podia haver no seu íntimo para que a tratassem como um objecto, como um estorvo, para que, com tanta facilidade, prescindissem dela. Esforçava-se por ser a melhor, por não causar problemas, por trabalhar duramente, mas, no entanto, por alguma razão desconhecida, não a deixavam deitar raízes.”

Excerto do livro

Outros livros da autora disponíveis na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil:

A lei do amor. 6ª ed. Porto : Asa, 1998. 

Tão veloz como o desejo. 3ª ed. Porto : Asa, 2001. 128 p. ISBN 972-41-2655-2

Como água para chocolate : romance de entregas mensais, com receitas, amores e remédios caseiros. 12ª ed. Porto : Asa, 1997. ISBN 972-41-1198-9

Leia, porque ler é um prazer!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Viagem ao mundo da filosofia V: Euforia perpétua de Pascal Bruckner


Uma nova droga colectiva invadiu as sociedades ocidentais: o culto da felicidade. Sejam felizes! Terrível mandamento ao qual é tanto mais difícil subtrairmo-nos quanto decorre da vontade de contribuir para o nosso “bem”.

Pascal Bruckner lança-se, assim, numa aventura ao mesmo tempo moral e filosófica, pedagógica e sempre irónica, que o leva a interrogar esse dever de felicidade que nos assombra e, através dele, a marginalização de qualquer noção de sofrimento, ou mesmo de simples irritação. Vivemos, afinal, num mundo em que, desde os medicamentos que tomamos para o nosso bem-estar à valorização delirante das performances sexuais, passando pela indústria dos chamados tempos livres, tudo parece tender para uma utopia que não admite ambiguidades nem interrogações. E se abandonássemos a ideologia da felicidade? E se passássemos a celebrar os estados de graça ocasionais?

Fonte: contra-capa do livro

“A Euforia Perpétua, do romancista e ensaísta francês Pascal Bruckner, é um competente ensaio sobre o que ele denomina “o dever de felicidade”. Infelizmente, como muitos poderão lê-lo imbuídos do prevalecente espírito de poltronaria, o livro corre o risco de ser taxado como pessimista e “fora da realidade”, quando na verdade é em extremo esclarecedor e lúcido. O talento do autor está em organizar as ideias que já trazíamos em mente. O dever de felicidade é definido como “a ideologia própria da segunda metade do século XX, que obriga a que tudo seja avaliado pelo ângulo do prazer e da contrariedade, intimação à euforia que expõe à vergonha e ao mal-estar os que não aderirem a ela”. O grosso da humanidade, buscando a resposta imediata para tudo, realmente procura aquilo que causa exclusivamente prazer. Tal posicionamento perante a vida é irracional e antinatural.”

Ricardo de Mattos, Colunista “Digestivo Cultural

Para saber mais consulte:

http://static.publico.pt/coleccoes/coleccaoxis/PascalBruckner.htm

http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1092&titulo=A_Euforia_Perpetua,_de_Pascal_Bruckner

http://ulbra-to.br/encena/2013/10/07/A-Euforia-Perpetua-uma-critica-a-Felicidade-Artificial-na-era-do-faz-de-conta

Leia, porque ler é um prazer!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Adeus a Doris Lessing


A escritora britânica Doris Lessing, que recebeu em 2007 o Nobel da Literatura, morreu este domingo aos 94 anos.

Autora de mais de 50 romances e com uma obra diversificada, Lessing foi descrita pela Academia Sueca como "uma épica da experiência feminina que, com cepticismo, fogo e poder visionário, sujeitou uma civilização ao escrutínio".

Doris Lessing publicou o primeiro livro em 1950: A erva canta. É em 1968 escreveu aquela que é considerada a sua obra-prima, O caderno dourado, onde são abordadas com grande frontalidade questões políticas, mas também experiências íntimas das mulheres.

O último livro escrito por Doris Lessing foi Alfred and Emily (2008). Uma obra que se situa entre a biografia e a ficção.

Livros da autora disponíveis na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil:

Os diários de Jane Somers : diário de uma boa vizinha. Mem Martins : Europa-América, D.L. 1990. ISBN 972-1-02991-2

Um homem e duas mulheres. Lisboa : Ulisseia, 2007. ISBN 978-972-568-589-1

Gatos e mais gatos. Lisboa : Cotovia, 1995. ISBN 972-8028-46-6

Para saber mais consulte:



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Viagem ao mundo da filosofia IV: Carta ao futuro de Vergílio Ferreira

Carta ao Futuro é exactamente aquilo que o titulo indica - é uma longa carta, escrita por Vergílio Ferreira, destinada a ser lida daqui a alguns séculos ou milénios. Ao longo do texto o autor identifica todas as questões existenciais existentes agora e desde sempre, questões ligadas à verdade, a Deus, à vida e à morte, ao absoluto e à arte, com o propósito de perguntar ao futuro se lá essas questões ainda existem ou se já foram resolvidas.

Escrevo-te para daqui a um século, cinco séculos, para daqui a mil anos… É quase certo que esta carta te não chegará às mãos ou que, chegando, a não lerás. Pouco importa. Escrevo pelo prazer de comunicar. Mas se sempre estimei a epistolografia, é porque é ela a forma de comunicação mais directa que suporta uma larga margem de silêncio; porque ela é a forma mais concreta de diálogo que não anula inteiramente o monólogo. (…) “

"Estamos instalados na vida como se nós próprios não existíssemos, como se fôssemos o próprio mundo que existe, a própria realidade que é, a sua presença absoluta de estar sendo. E a simples reflexão de que é o mundo que depende de nós, de que a sua maravilha está suspensa, para nós, do nosso olhar, dá-nos vertigens. Que admira que uma pequena invenção técnica nos perturbe, nos abra a velha interrogação? Eis que depois de abarcarmos a terra, de a colocarmos na mão como a pequena bola de um deus poderoso, depois de nos confrontarmos nas nossas raças, nos nossos sonhos milenariamente solitários, depois de esgotarmos a nossa procura mútua, eis que acabamos de rasgar os espaços até lá de onde a nossa imaginação descobre o vazio que nos circunda, descobre, num arrepio, o nosso pobre globo perdido na poeirada dos astros, recorda, com uma nova evidência, a infinitude das distâncias que o unem ao universo. E uma vez mais a velha angústia de um Lucrécio, de um Pascal, em face da eternidade da noite, nos desvaira de aflição. Possivelmente, meu amigo, quando esta carta te chegar às mãos, se chegar, estarás tu já instalado em indiferença no meio de quanta nova invenção que não sabemos nem imaginamos."

Leia, porque ler é um prazer!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O velho que lia romances de amor de Luis Sepúlveda

Antonio José Bolívar Proaño vive em El Idilio, um lugar remoto na região amazónica dos índios shuar, com quem aprendeu a conhecer a selva e as suas leis, a respeitar os animais que a povoam, mas também a caçar e descobrir os trilhos mais indecifráveis.

Um certo dia resolve começar a ler, com paixão, os romances de amor que, duas vezes por ano, lhe leva o dentista Rubicundo Loachamín, para ocupar as solitárias noites equatoriais da sua velhice anunciada. Com eles, procura alhear-se da fanfarronice estúpida desses "gringos" e garimpeiros que julgam dominar a selva porque chegam armados até aos dentes, mas que não sabem enfrentar uma fera a quem mataram as crias.

Descrito numa linguagem cristalina e enxuta, as aventuras e emoções do velho Bolívar Proaño há muito conquistaram o coração de milhões de leitores em todo o mundo, transformando o romance de Luis Sepúlveda num "clássico" da literatura latino-americana.

Fonte: www.wook.pt

Foi a experiência de Luís Sepulveda na selva amazónica que deu origem a este livro. Numa noite de tempestade um velho deu-lhe abrigo, esse velho que vivia no meio da selva “Lia romances de amor”! Clique e leia o prefácio do autor.

- (…) Trouxe-te dois livros.
Os olhos do velho iluminaram-se.
- De amor?
O dentista fez que sim.
António José Bolivar Proaño lia romances de amor, e em cada uma das suas viagens o dentista abastecia-o de leitura.
- São tristes? – perguntava o velho.
- De chorar rios de lágrimas – garantia o dentista.
- Com pessoas que se amam mesmo?
- Como ninguém nunca amou.
- Sofrem muito?
- Eu quase não consegui suportar – respondia o dentista.
Mas o doutor Rubicundo Loachamín não lia os romances.
Quando o velho lhe pediu o favor de lhe trazer leitura, indicando muito claramente as suas preferências – sofrimentos, amores infelizes e desfechos felizes -, o dentista sentiu que estava perante um encargo difícil de cumprir. (…)”

"Bastam vinte linhas para que o leitor fique preso à magia desta falsa candura, desta ilusória ligeireza, sem poder deter-se, até ao fim do romance, que parece chegar demasiado depressa, tal o prazer que a sua leitura dá." (Le Monde)

"Uma prosa rápida, quase cinematográfica, com capítulos curtos e parágrafos muito breves, que levam o leitor a só largar o livro depois de ter acabado de o ler." (El País)

Leia, porque ler é um prazer!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Viagem ao mundo da filosofia III: Grandes livros de filosofia de Nigel Warburton

Grandes livros de filosofia da autoria de Nigel Warburton é um livro composto por 24 capítulos, em que cada um incide sobre uma grande obra filosófica. Para além de apresentar as obras e dar dicas para uma leitura crítica das mesmas, pretende convidar o leitor a ler ou a relê-las na íntegra. 

Entre outras, Nigel Warburton apresenta A República de Platão, O Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau, Crítica da Razão Pura de Kant e O Ser e o Nada de Jean Paul Sartre. De forma simples o autor explica as características mais relevantes de cada um destes clássicos, e as questões filosóficas que abordam. Muitos dos livros incluídos nesta obra são também grandes obras de literatura.

“Nigel Warburton nasceu em 1962, é doutorado em filosofia pela Universidade de Cambridge e professor na Universidade Aberta britânica. Os seus livros de apresentação da filosofia — tanto para o grande público, como para jovens estudantes — têm tido um sucesso assinalável e merecido. (…)
O que há de especial nos livros mais bem conseguidos de Warburton é a explicação das ideias complexas da filosofia de uma maneira muito direta e simples, mas sem cair na caricatura grotesca.”

Desidério Murcho

Leia, porque ler é um prazer!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Livro do mês: Tudo é relativo de Tony Rothman


Morse inventou o telégrafo, Bell o telefone, e Edison a lâmpada... ou isso é o que somos levados a pensar. Numa disciplina tão enraizada em dados empíricos, surpreendemo-nos ao descobrir como a história da ciência pode estar tão cheia de apócrifos, incorreções e falsidades flagrantes. Em 'Tudo é relativo', o escritor e físico Tony Rothman corrige esses enganos de uma vez por todas, dando crédito àqueles que o merecem ao pôr fim a séculos de crenças mantidas ao longo da ilustre, mas ainda sim distorcida, história da ciência e tecnologia.

Fonte: www.wook.pt

"Combinando um talento de romancista com o rigor do cientista, o autor revela muitas histórias «porque sim» da física, da astronomia, da química, da biologia e da tecnologia. Nestas histórias o autor procura mostrar que as descobertas originais são a excepção, em vez da regra, sendo estas, quase sempre desenvolvimentos de criações de outros. 
“Napoleão disse certa vez: «A história é uma lenda com que concordamos.» Talvez fosse «fraude». De acordo com os entendidos, fez este comentário após Waterloo, quando Wellington lhe perguntou qual era a sensação de sofrer a derrota mais monumental da história. Napoleão respondeu: «A história é uma fraude com que concordamos», e foi exilado.
Este livro é o passeio de um amador pela história da ciência. Não é um livro sério. Os historiadores profissionais desdenharão, considerando que aquilo que digo é bem conhecido e que terei passado ao lado do que é realmente importante: os pormenores angustiantes. Os cientistas profissionais encolherão os ombros e dirão: «O que é que isto interessa? Nada disto afecta o curso do progresso.» Uns e outros provavelmente correctos. Agradeço aos historiadores a sua diligência, que pilhei sem piedade. Aos cientistas direi que, bem, sou um profissional e, se não pudermos lucrar com os erros dos nossos antepassados, poderemos ao menos entreter-nos com eles. (…)”

Excerto do prefácio

Leia, porque ler é um prazer!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Viagem ao mundo da Filosofia II: Investigação sobre o entendimento humano de David Hume

An Enquiry Concerning Human Understanding (em inglês) é o título original de Investigação sobre o Entendimento Humano, livro do filósofo escocês David Hume, publicado em 1748.

Esta obra é uma simplificação de um livro anterior do autor, chamado Tratado da Natureza Humana. Desapontado com a recepção da obra inicial, Hume tenta neste livro expor as suas ideias de forma mais sintética e com um sentido mais pedagógico. O tema central da obra como o título indica é o conhecimento. David Hume discute nesta Investigação um problema filosófico fundamental: a questão dos «limites do conhecimento», e o tema de uma ciência do homem enquanto base de todos os ramos do saber.

Esta obra influenciou muitos pensadores, tanto nos anos seguintes ao seu lançamento como nos dias de hoje. 

A obra encontra-se dividida em 12 capítulos:

I- "Das diferentes espécies de filosofia"
II- "Da origem das ideias"
III- "Da associação de ideias"
IV- "Dúvidas cépticas sobre as operações do entendimento..."
V- "Solução céptica dessas dúvidas"
VI- "Da probabilidade"
VII- "Da ideia de conexão necessária"
VIII- "Da liberdade e necessidade"
IX- "Da razão dos animais"
X- "Dos milagres"
XI- "De uma providência particular e de um estado futuro"
XII- "Da filosofia académica ou céptica".

“(…) O propósito nuclear de Hume, que não se distingue do de muitos filósofos, antes e depois dele: [é] alcançar um fundamento sólido, sobre o qual se edifique todo o saber humanos, sobretudo o das ciências. Se, para Descartes, a raiz da filosofia, enquanto árvore do saber, era a metafísica, sendo o tronco a física e os ramos as outras ciências, para Hume, a raiz é a teoria da natureza humana, mas uma teoria empírica do homem. Foi convicção sua que uma teoria, cujo objecto reside nas faculdades intelectuais e psíquicas do homem, deveria constituir a base última de todas as ciências. (…)

Excerto da advertência do Tradutor, Artur Morão

Leia, porque ler é um prazer!