quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Tempo para a poesia XXVIII


LUAR DE JANEIRO

Luar de Janeiro,
Fria claridade…

Á luz dele foi talvez
     Que primeiro
A boca dum português
Disse a palavra saudade...

Luar de platina,
Luar que alumia
Mas que não aquece,
Fotografia
Da alegre menina
Que há muitos anos já... envelhecesse.

Luar de Janeiro,
O gelo tornado
Luminosidade...
Rosa sem cheiro,
Amor passado
De que ficasse apenas a amizade...

Luar das nevadas,
Álgido e lindo,
Janelas fechadas,
Fechadas as portas,
E ele fulgindo,
Límpido e lindo,
Como boquinhas de crianças mortas,
Na morte geladas
- E ainda sorrindo...

Luar de Janeiro,
Luzente candeia
De quem não tem nada,
- Nem o calor dum braseiro,
Nem pão duro para a ceia,
Nem uma pobre morada...

Luar dos poetas e dos miseráveis,
Como se um laço estreito nos unisse,
São semelháveis
O nosso mau destino e o que tens...

De nós, da nossa dor, a turba - ri-se

- E a ti, sagrado luar…  ladram-te os cães!

                                            Augusto Gil in Luar de Janeiro

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Novidade na Biblioteca: A alimentação em Portugal de Albino André

A Alimentação em Portugal: culinária, gastronomia, restauração é um interessante livro da autoria de Albino André, natural de Pessegueiro (Pampilhosa da Serra).

A ARESP – Associação da Restauração e Similares de Portugal convidou o autor, Albino André, na qualidade de gastrónomo laureado com a medalha de oiro e o diploma da gastronomia francesa da região da Aquitânea para colaborar na elaboração deste trabalho sobre a Alimentação em Portugal, ao longo da história da Pátria, contemplando na evolução a culinária, a gastronomia e a restauração.

Através desta obra ficamos a conhecer aspectos interessantes sobre a alimentação dos portugueses ao longo dos séculos, desde a criação das Casas de Pasto no reinado de D. Sancho I, passando pelas influências de outros povos nos nossos hábitos alimentares, fruto do contacto com outras culturas na época dos descobrimentos, até à actualidade, marcada sobretudo pelo desenvolvimento da Indústria da Restauração.

Embora não seja pretensão do autor e dos editores “fazer (…) desde (…) resumido e sintético trabalho a história da Alimentação em Portugal”, ele constitui sem dúvida um excelente contributo para quem se interessa por esta temática.

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.


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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Sugestão de leitura: Uma esperança mais forte do que o mar de Melissa Fleming


Da autoria de Melissa Fleming, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e conselheira sénior do Secretário-Geral das Nações Unidas, Uma esperança mais forte do que o mar é uma chamada de atenção para a situação dramática por que passam milhares de refugiados sírios que procuram abrigo na Europa. É também uma história extraordinária de uma jovem corajosa, Doaa Al Zamel, e da sua luta pela sobrevivência.

Esta narrativa começa nos primeiros dias da sublevação síria contra o governo de Al Assad, no “berço da revolução”, a cidade de Daara. Com o agigantar da repressão e da violência, a família Al Zamel perde todos os seus meios de subsistência e decide viajar para o Egito. Ali, após uma temporada de relativa tranquilidade, a comunidade em que se integram começa a ser perseguida, o que motiva uma drástica decisão: Doaa quer enfrentar o Mediterrâneo para tentar viver uma nova vida na Europa, longe da guerra. 

Esta fuga faz-se em barcos sem quaisquer condições, iludindo as autoridades.

Após quatro dias a navegar, o seu barco é criminosamente abalroado e praticamente todos os ocupantes – 500 pessoas comprimidas num espaço exíguo – morrem.

Durante quatro dias e quatro noites, Dooa ficou à deriva numa pequena boia, protegendo duas crianças, depois de ter visto morrer quase todos os seus companheiros de travessia. No entanto, a sua esperança e a sua fé eram maiores e mais fortes do que todo o mar.

Este é um livro fundamental sobre esta crise humanitária e o testemunho de Doaa Al Zamel dá rosto à tragédia pela qual passam milhares de pessoas em busca de paz e de uma vida melhor.

Fonte: http://www.e-cultura.sapo.pt/artigo/22013

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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Novidade na Biblioteca: Índice médio de felicidade de David Machado

Daniel tinha um plano, uma espécie de diário do futuro, escrito num caderno. Às vezes voltava atrás para corrigir pequenas coisas, mas, ainda assim, a vida parecia fácil - e a felicidade também. De repente, porém, tudo se complicou: Portugal entrou em colapso e Daniel perdeu o emprego, deixando de poder pagar a prestação da casa; a mulher, também desempregada, foi-se embora com os filhos à procura de melhores oportunidades; os seus dois melhores amigos encontram-se ausentes: um, Xavier, está trancado em casa há doze anos, obcecado com as estatísticas e profundamente deprimido com o facto de o site que criaram para as pessoas se entreajudarem se ter revelado um completo fracasso; o outro, Almodôvar, foi preso numa tentativa desesperada de remendar a vida. Quando pensa nos seus filhos e no filho de Almodôvar, Daniel procura perceber que tipo de esperança resta às gerações que se lhe seguem. E não quer desistir. Apesar dos escombros em que se transformou a sua vida, a sua vontade de refazer tudo parece inabalável. Porque, sem futuro, o presente não faz sentido.

Índice Médio de Felicidade é um romance admirável e extremamente actual sobre um optimista que luta até ao fim pela sua vida e pela felicidade daqueles que ama. Dramático e realista, mas com momentos hilariantes, confirma o talento de David Machado como um dos melhores ficcionistas da sua geração.

Fonte: Badana do livro


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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Ensina RTP

“Ao longo das últimas décadas, a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) produziu inúmeros conteúdos cujo interesse não se esgotou na sua divulgação televisiva ou radiofónica. Entrevistas com figuras notáveis das letras, das artes, das ciências, bem como documentários sobre o património e a história, frequentemente procurados por professores e estudantes, têm tido acesso limitado ou caem até no esquecimento.”


Com o objetivo de disponibilizar esses conteúdos aos estudantes, professores, encarregados de educação e público em geral foi desenvolvido o site ENSINA RTP. Os materiais estão divididos por temas (ciências, artes, filosofia, história, português, etc.) e em cada tema podemos filtrar os resultados por tipo de conteúdo, nível de ensino ou sub-tema.

O público mais jovem não foi esquecido neste projecto. O tema Ensina Júnior, com 277 conteúdos, é lhe especialmente dedicado.

Visite o site, explore e enriqueça o seu saber!

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Colecção Digital Machado de Assis

Uma parceria entre o portal Domínio Público e o Núcleo de Pesquisa em Informática, Literatura e Linguística (Nupill), da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil), sistematizou, revisou e disponibilizou on-line a Colecção Digital Machado de Assis, reunindo a obra completa do autor para download.

Entre os trabalhos disponíveis destacam-se os romances, “Ressurreição” (1872), “A Mão e a Luva” (1874), “Helena” (1876), “Iaiá Garcia” (1878), “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), “Casa Velha” (1885), “Quincas Borba” (1891), “Dom Casmurro” (1899), “Esaú e Jacó” (1904) e “Memorial de Aires” (1908).

O projecto, que foi criado em 2008 por ocasião do Centenário da morte de Machado de Assis, disponibiliza ainda teses, dissertações e estudos críticos, e apresenta um vídeo sobre a vida do autor.

Nota biográfica: Escritor brasileiro, José Maria Machado de Assis nasceu em 1839, no Rio de Janeiro, e morreu em 1908. Autodidacta e ambicioso, tornou-se um clássico da língua portuguesa. Os primeiros poemas foram publicados na imprensa, seguindo-se-lhes crónicas, contos, romances e ensaios críticos. O seu primeiro livro de poesias, Crisálidas, foi publicado em 1864 e o seu primeiro romance, Ressurreição, em 1872.

Consulte esta Biblioteca Digital ou requisite um dos livros do autor na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Sugestão de leitura: História de um canalha de Julia Navarro

Menti, enganei e manipulei à vontade, sem me importar com as consequências. Destruí sonhos e reputações, traí os que me foram leais, causei dor àqueles que me quiseram ajudar. Brinquei com as esperanças dos que pensaram que poderiam mudar quem eu sou. Thomas Spencer sabe como conseguir tudo o que quer. A saúde delicada é o preço que teve de pagar pelo seu estilo de vida, embora não se arrependa. No entanto, desde o seu último episódio cardíaco apoderou-se dele um sentimento estranho e, na solidão do seu luxuoso apartamento em Brooklyn, sucedem-se as noites em que não pode deixar de se perguntar como seria a vida que conscientemente optou por não viver. 

A memória dos momentos que o levaram a ter sucesso como consultor de relações-públicas e imagem, entre Londres e Nova Iorque nos anos oitenta e noventa, revela os mecanismos dúbios que os centros de poder por vezes empregam para alcançar os seus fins. Um mundo hostil governado por homens, onde as mulheres resistem a ter um papel secundário.

Fonte: www.bertrand.pt

Leia aqui as primeiras páginas, ou veja aqui o vídeo de apresentação do livro em Portugal.

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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Sugestão de leitura: Contagem decrescente de Ken Follett

Um homem acorda deitado no chão de uma casa de banho da estação de comboios Union Station, em Washington. Não faz a mínima ideia de como foi ali parar. Parece um sem-abrigo e não sabe onde mora. Nem sequer se lembra do próprio nome.

Em janeiro de 1958, no auge da Guerra Fria, soviéticos e americanos disputam a primazia pela conquista do espaço. O lançamento do Explorer I, o primeiro satélite americano, foi inexplicavelmente adiado. Claude Lucas é uma das figuras centrais para que o lançamento seja um sucesso, mas encontra-se desaparecido. Sem ele, o jogo de forças pode pender para o lado soviético.

Contagem Decrescente é um thriller intenso repleto de história, intriga e espionagem, onde a vida de um homem decide o futuro de um país.

Para saber mais sobre este livro consulte:


Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Os Reis Magos



São três e chegam de longe
com um sonho na bagagem:
querem estar com o menino
antes que finde a viagem.

São magos do Oriente,
mas não são magos de rua;
acreditam nos cometas,
nas estrelas e na lua.

São os magos viajantes
que resistem à fadiga,
seguindo o rasto de luz
de uma estrela que é amiga.

São os Reis Magos que chegam
das mais remotas paragens
com ouro, incenso e mirra
que trazem de outras viagens.

São os Reis Magos Felizes,
joelho assente na terra,
com um voto e uma prece:
"menino, põe fim à guerra."

Gaspar, Baltazar e Belchior
pedem à estrela brilhante:
"Dá nome a este menino
antes que o galo cante."

Viemos aqui nesta noite
com um desejo profundo:
queremos ver o Menino
que vem dar esperança ao mundo.

José Jorge Letria in O livro do Natal

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

2018 - Ano Europeu do Património Cultural


O Ano Europeu do Património Cultural, pela sua escala e pelo contexto de mudanças que se vivem na Europa, será um momento importante para chamar a atenção não só para as oportunidades que o Património Cultural oferece, mas também para os imensos desafios que hoje se colocam – a globalização, o desenvolvimento acelerado da utilização de novas tecnologias de informação e comunicação, as crises de valores e de identidade, as alterações climáticas e os conflitos, as pressões e contradições geradas pela cada vez maior mobilidade humana por todo o planeta. 

São objetivos gerais do AEPC 2018 incentivar e apoiar, designadamente através do intercâmbio de experiências e boas práticas, os esforços da União Europeia, dos Estados-Membros e das autoridades regionais e locais, para proteger, valorizar e promover o património cultural europeu. 


O património cultural não é um conceito fechado e estático. Estamos a falar de monumentos, de sítios, de objetos com valor histórico, de acervos de museus, bibliotecas e arquivos, de tradições, de referências. Reportamo-nos à memória viva, como a língua ou a ciência. Mas, fundamentalmente, tratamos de conhecimentos, de cultura e de humanidade… Ter memória é respeitarmo-nos, é estudar a História e conhecer as raízes. Cuidar do que recebemos é dar atenção, é não deixar ao abandono, é conhecer, estudar, investigar, proteger e conservar. (…) O Ano Europeu do Património Cultural (…) visa sensibilizar para a história e os valores europeus e reforçar o sentimento de uma identidade europeia, aberta e inteligente, considerando a preservação do que é próprio em diálogo com as outras culturas. 

Guilherme d'Oliveira Martins in Visão nº 1277 (23.08.2017)

Para saber mais sobre este assunto consulte: