segunda-feira, 30 de junho de 2014

Viajar sem bilhete (III)

CADILHE, Gonçalo - Um Km de cada vez : não há melhor liberdade do que viajar ao sabor do tempo. 3ª ed. Lisboa : Oficina do Livro, 2009. 193 p. ISBN 978-989-486-7

Não há maior liberdade do que viajar ao sabor do tempo.

Neste novo livro de textos inéditos, o viajante apresenta ao leitor as suas impressões sobre as suas mais recentes andanças. Durante quinze meses, andou sem pressas e sem datas por destinos tão fabulosos e longínquos como as Galápagos, o Sudeste Asiático, a América Central, a África Austral, a Polinésia, as Caraíbas ou a Oceânia. 

E, de terra em terra, entre um abraço e uma despedida, Gonçalo Cadilhe partilha com o leitor os encontros, os lugares, as leituras, os contratempos e as alegrias de uma viagem em slow-motion pelas estradas de um planeta sem segredos para o viajante mais determinado da actualidade.


BRANDÃO, Raúl - As ilhas desconhecidas : notas e paisagens. Lisboa : Perspectivas e Realidades, [19-?]. 197 p.

“Este livro é feito com notas de viagem, quase sem retoques. Apenas ampliei um ou outro quadro, procurando sempre não tirar a frescura às primeiras impressões. Tinha ouvido a um oficial de marinha que a paisagem do arquipélago valia a do Japão. E talvez valha... Não poder eu pintar com palavras alguns dos sítios mais pitorescos das ilhas, despertando nos leitores o desejo de os verem com os seus próprios olhos!” (nota introdutória do autor)

Em 1924 Raul Brandão fez uma viagem aos arquipélagos dos Açores e da Madeira num grupo de intelectuais - entre eles Vitorino Nemésio - promovida pelos autonomistas. Dessa visita, das suas impressões e anotações, surgiu o livro As Ilhas Desconhecidas - Notas e Paisagens, em que não só descreve com particular fulgor a beleza natural das ilhas, como observa a condição do seu habitante. Obra fundamental na formação da imagem (interna e externa) destes territórios, As Ilhas Desconhecidas tornou-se um dos mais importantes e belos livros de viagem da literatura portuguesa.


SOARES, José Abecasis - Horizontes em branco : uma viagem pelo mundo na senda dos efeitos do aquecimento global. 1ª ed. Lisboa : Presença, 2010. 211, [1] p., [32] p.. ISBN 978-972-23-4457-4

José Maria Abecasis Soares fundou a Associação Ice Care em 2009, um projecto pessoal que, definiu em torno de dois objectivos principais: dar visibilidade mediática às consequências do aquecimento global sobre o degelo dos glaciares, através de expedições aos cinco glaciares classificados como património mundial e que a Unesco identificou como os mais severamente afectados pelas alterações climáticas; uma outra vertente do projecto prende-se com as populações locais, que carecem de apoio e de preparação para minimizar o impacto do recuo dos gelos. O autor deixa-nos ainda as suas impressões sobre as duas primeiras expedições realizadas em 2009, ao Aletsch, nos Alpes suíços e, nesse mesmo ano, ao Quilimanjaro.


Excerto online: http://www.presenca.pt/files//products/Exc10410004.pdf

Leia porque ler é viajar sem sair do lugar!

Nota: os livros apresentados encontram-se disponíveis para empréstimo na biblioteca Municipal de Arganil

terça-feira, 24 de junho de 2014

Contar histórias


Contar histórias. O seu poder não deve ser esquecido. A narração de histórias tem sido, talvez, o mecanismo mais vital na transferência de conhecimentos desde que os humanos desenvolveram a linguagem. 

A invenção da escrita, da imprensa, do processamento automatizado de informação e a proliferação de computadores e da Internet colocaram à nossa disposição novos métodos para aceder ao conhecimento, mas não inviabilizam ou tiram importância ao poder da narração.

As crianças gostam de ouvir histórias e a expressão “Era uma vez…” continua a ser uma fórmula mágica capaz de despertar a atenção e a vontade de descobrir o que acontecerá a seguir.

A leitura de histórias gera expectativas diversas, tais como entretenimento e encantamento, e as histórias, em particular os contos de fadas, são valiosas para ajudar as crianças a lidar com os seus conflitos internos e para a transmissão de valores universais.

Para além destas razões, outras se podem enunciar para atestar a importância da narração de histórias: 
  • As histórias motivam, desafiam e são agradáveis, podendo contribuir para desenvolver atitudes positivas; 
  • As histórias são um exercício para a imaginação. As crianças podem envolver-se na história na medida em que se identificam com as personagens e tentam interpretar a narrativa das ilustrações. A ligação entre a fantasia e a imaginação é também um estímulo para o desenvolvimento da criatividade. 
  • A narração de histórias para grupos ou em contexto de aula oferece a partilha de uma experiência social. O enredo provoca reacções como riso, tristeza, excitação e antecipação, para além de proporcionar um agradável momento de lazer, podendo ajudar a reforçar a confiança da criança e encorajar o seu desenvolvimento social e emocional. 
  • As crianças gostam de repetição. De ouvir vezes e vezes a mesma história. Esta repetição ajuda a desenvolver a linguagem e a capacidade de memorização, bem como de antecipação, encorajando a participação na narrativa. 
  • Ouvir histórias ajuda as crianças a tomar consciência do ritmo, entoação e pronunciação da linguagem. 
  • Os livros de história espelham o ambiente e a cultura dos seus autores, providenciando assim oportunidades ideais para apresentar informação cultural e encorajar o entendimento intercultural. 
Por tudo isto não devemos esquecer o poder da narração de histórias! A narração de histórias deve ser uma prática regular cheia de magia e encantamento, em que todos independentemente da idade podemos mergulhar!

Leia, porque ler é um prazer!

Bibliografia consultada:

FERRAZ, Marta Maria Pinto - Literatura na escola: os contos maravilhosos, contos populares e contos de fadas. [Em linha]. São Paulo: SPLeituras, 2012. [Consult. 12 Jun. 2014]. Disponível em www:http://www.aprendersempre.org.br/arqs/contos_maravilhosos.pdf

ELLIS, Gail; BREWSTER, Jean - Tell it Again! The Storytelling Handbook for Primary English Language Teachers [Em linha]. [S.l.]: British Council, 2014. [Consult. 24 Jun. 2014]. Disponível em http://www.teachingenglish.org.uk/sites/teacheng/files/D467_Storytelling_handbook_FINAL_web.pdf
ISBN 978-0-86355-723-1

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Viajar sem bilhete (II)

CHATWIN, Bruce - Na Patagónia. 1ª ed. Lisboa : Quetzal, 2007. 367 p. ISBN 978-972-564-724-0

Jornalista e um dos maiores escritores de viagens de todos os tempos, Bruce Chatwin alimentou durante anos o desejo de visitar esta região do Sul da Argentina. Um dia, em Novembro de 1974, deixou no jornal uma nota em que se lia: "Fui para a Patagónia." E assim o fez, por lá ficando por seis meses, dessa viagem nasceu Na Patagónia, um título de referência na história da literatura de viagens. Aqui se contam história de terras longínquas, as suas gentes, distância e solidão.


CADILHE, Gonçalo - África acima : uma viagem épica por um continente impressionante. 3ª ed. Lisboa : Oficina do Livro, 2007. 199 p. ISBN 978-989-555-267-2

África Acima recolhe crónicas semanais que Gonçalo Cadilhe foi escrevendo e publicando no jornal Expresso ao longo de vários meses. 
Como é seu hábito, Gonçalo Cadilhe recusou o transporte aéreo. Em autocarros e comboios, em balsas e bicicletas de ocasião, à boleia em camiões ou a pé com a mochila às costas, o viajante atravessou África desde o cabo da Boa Esperança, no extremo Sul, até ao Estreito de Gibraltar, no extremo Norte.
Oito meses, quinze países, 27 000 quilómetros e 50 000 palavras resultaram num livro sincero e deslumbrado, em que as amizades, o humor, a tolerância e a humildade conseguem vencer a miséria, a corrupção, as estradas desfeitas e o calor brutal de uma viagem épica por um continente impressionante. Na sua mais recente viagem, Gonçalo Cadilhe redescobre a magia e os mistérios de uma África que continua a fascinar os grandes viajantes.

fonte: www.wook.pt

TAVARES, Gonçalo M. - Uma viagem à Índia : melancolia contemporânea : (um itinerário). 4ª ed. Alfragide : Caminho, D.L. 2011. 456, [26] p. ISBN 978-972-21-2130-9 
     
Imagine uma aventura da mesma magnitude de Os Lusíadas, mas que fosse escrita hoje. Um homem que faz uma viagem à Índia, tentando aprender e esquecer no mesmo movimento, traçando um itinerário de uma certa melancolia contemporânea. É assim que os grandes críticos têm definido este livro, escrito por Gonçalo M. Tavares, um dos mais aclamados escritores portugueses da nova geração. 
    

Leia porque ler é viajar sem sair do lugar!

Nota: os livros apresentados encontram-se disponíveis para empréstimo na biblioteca Municipal de Arganil

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Viajar sem bilhete (I)

A Literatura de viagem é um género literário que consiste geralmente numa narrativa acerca das experiências, descobertas e reflexões de um viajante durante o seu percurso. O texto exibe normalmente uma coerência narrativa ou estética, de modo que a aventura pessoal do autor assume uma dimensão bem mais ampla, universal, diferenciando-se dos diários de viagem ou diários de bordo, que se caracterizam pelo simples registo de datas e eventos.

Geralmente baseada em relatos de viagens reais, a narrativa pode também ser ficcional, como acontece em "As Viagens de Gulliver", de Jonathan Swift. Entre os muitos exemplos famosos de literatura de viagem estão "As Viagens" de Marco Polo, ou a "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto.


O verão e as férias estão aí. Época de descanso, aventura, descoberta e frequentemente de viagens. 
Mas nem todos temos a oportunidade de viajar no verdadeiro sentido da palavra. 
A literatura de viagem enquanto género que relata experiências reais de viagem, oferece ao leitor a possibilidade de visitar lugares fantásticos, explorar sítios e recantos e conhecer novas culturas.
Através dos livros podemos viajar sem sair do lugar. 
Ao longo das próximas semanas acompanhe as nossas sugestões de leitura de literatura de viagem aqui no blog! 

Leia porque ler é viajar sem sair do lugar!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Novidade na Biblioteca: trilogia das jóias negras de Anne Bishop

Há setecentos anos atrás, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súbditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões. Agora o Reino das Sombras prepara-se para a chegada dessa mulher, dessa Feiticeira que terá mais poder do que o próprio Senhor do Inferno. Mas a Rainha ainda é nova, passível de ser influenciada e corrompida. Quem controlar a Rainha controlará o mundo. 

Três homens poderosos — inimigos de sangue — sabem isso. Saetan, Lucivar e Daemon apercebem-se do poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente. E assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, onde as armas são o ódio e o amor. E o preço pode ser terrível e inimaginável…

Contracapa do 1º volume

Uma história envolvente com personagens que quase se tornam reais, cenários fantásticos e ricamente detalhados e uma intriga que vai prender o leitor da primeira à última página!

Leia, porque ler é um prazer!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Doutor Fausto de Thomas Mann


Doutor Fausto, redigido entre 1943 e 1947, é considerado o mais enigmático, ousado, significativo e genial romance de Thomas Mann. 

Neste romance é narrada a vida do compositor alemão Adrian Leverkuhn, através da visão de um amigo que o acompanha ao longo da vida e participa intensamente na sua evolução musical. À semelhança de Fausto da lenda, Adrian vende a alma ao diabo, a fim de viver o suficiente para realizar a sua grande obra: criar uma música inteiramente diferente e nova.

Este livro faz parte do período final da actividade criadora de Thomas Mann. Nele, música e política, realidade e símbolo, facto e ficção se combinam num grande panorama que, segundo Otto Maria Carpeaux, crítico literário austríaco, «alcançou uma altura na qual nenhum dos seus contemporâneos foi capaz de acompanhá-lo».

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Nota biográfica: Escritor de língua alemã, Thomas Mann nasceu em Lübeck, a 6 de Junho de 1875, numa família da alta burguesia. Durante a sua juventude foi defensor do nacionalismo alemão, no entanto quando Hitler começou a guerra, exilou-se e fez propaganda contra o regime nazi.

Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1929 e o Prémio Goethe em 1949.

Thomas Mann é autor de uma obra literária vasta e rica, da qual fazem parte, entre outras: Os Budenbrooks (1901), Morte em Veneza (1912), A montanha mágica (1924) e José e os seus irmãos (1933-1943).

Thomas Mann morreu em Kilchberg (Zurique) em 1955, aos oitenta anos.

Leia, porque ler é um prazer!

Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil.
Consulte o catálogo concelhio para saber que outras obras do e sobre o autor temos disponíveis para si.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Novidade na Biblioteca: A rapariga que roubava livros


«A Rapariga que Roubava Livros» é o quinto livro de Markus Zusak, romance editado pela Presença e traduzido em 40 línguas, além de distinguido com vários importantes prémios e nomeações internacionais.»

Esta história decorre num pequeno subúrbio de Munique, em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial. Vive-se um dia a dia difícil, e os bombardeamentos são cada vez mais frequentes. Mesmo assim ainda há quem não tenha perdido a capacidade de sonhar. A Morte, a narradora omnipresente, cansada de recolher almas, observa com compaixão e fascínio a estranha natureza dos humanos. Através do seu olhar intemporal, seguimos a história de Liesel, dos seus pais e de todos os seus amigos e vizinhos, incluindo Max que um dia veio viver na cave da casa da menina que roubava livros. Uma história luminosa e deslumbrante, que permanece na memória de todos os que a lêem.


“Devo apressar-me a admitir, no entanto, que houve um hiato considerável entre o primeiro livro roubado e o segundo. Outro ponto digno de nota é o facto de o primeiro ter sido roubado da neve e o segundo do fogo. Sem esquecer que outros lhe foram também dados. Tudo contado, ela possuía catorze livros, mas via a sua história como sendo predominantemente feita por dez deles. Desses dez, seis foram roubados, um apareceu na mesa da cozinha, dois foram feitos para ela por um judeu escondido, e um foi-lhe entregue numa tarde amena vestida de amarelo. 
Quando ela se dedicou a escrever a sua história, interrogou-se sobre o momento em que os livros e as palavras começaram a significar, não apenas alguma coisa, mas todas as coisas. Seria quando o seu olhar pousou pela primeira vez na sala com estantes e estantes cheias deles? Ou quando Max Vandenburg chegou à Rua Himmel trazendo mancheias de sofrimento e o Mein Kampf, de Hitler? Seriam as leituras nos abrigos? A última marcha para Dachau? Seria a Sacudidora de Palavras? Talvez nunca houvesse uma resposta precisa para quando e onde isso ocorrera. (..)”

Excerto do livro

Siga o link e saiba como e porque Markus Zusak resolveu escrever a história da rapariga que roubava livros! 

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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Cem anos de solidão de Gabriel Gárcia Márquez

«…Descobri, ao acordar, que tinha maduro no coração o romance de amor que havia ansiado escrever há tantos anos.»

Um dos melhores senão o romance máximo do século XX, obra-prima seminal, incomparável na criatividade, na novidade, na poderosa imaginação. 

Embora devendo alguma coisa do seu clima mágico à estrutura renovadora do Pedro Páramo de Juan Rulfo, outra obra prima do século passado, este imenso romance de Garcia Márquez ganha uma força e intensidade inexcedíveis na criação e na observação profunda das personagens que giram em torno do coronel Aureliano Buendía, herói dos impossíveis, e da sua complexa e numerosa família. A escrita é rigorosa e deslumbrante do ínfimo pormenor às grandes explosões de paixão das multidões. 

Figuras como as de Úrsula, de Pilar Ternera, de Rebeca e Amaranta, de Santa Sofia de la Piedad, de José Arcádio, da austera e preconceituosa Fernanda del Carpio são, nas suas contradições e ambiguidades, padrões de uma dilacerada Humanidade. 

Assistimos à chegada do comboio a Macondo e à transformação da vida que derrota Aureliano Buendía e todo o seu sonho, ou soberba, que começam a apagar-se. A infinita variedade de peripécias e de descobertas interiores enfim se desvanece no desencantado olhar do bastardo Aureliano Babilónia. 

Obra suprema, Cem Anos de Solidão vai ainda encantar comover, estimular as gerações que vierem depois de nós.

Urbano Tavares Rodrigues


Obra-prima da literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, Cem anos de solidão consagrou definitivamente Gabriel García Márquez como um dos maiores escritores do nosso tempo.

Leia, porque ler é um prazer!