A ficção distópica começou a surgir no início do século XX em resultado das ansiedades e medos criados pelos efeitos das grandes guerras mundiais, e é por assim dizer a antítese da utopia. Enquanto que as utopias se apresentam como projectos realizáveis em que se pensa ou imagina um mundo melhor, as distopias são ficções que mostram um futuro sem esperança, alienado, sem liberdade e absurdo.
Sociedades fictícias com governos totalitários e repressivos, manipulação psicológica, tecnológica e em alguns casos, científica dos indivíduos são frequentemente “ingredientes” das narrativas distópicas, que acima de tudo põem em causa o sonho utópico de um mundo perfeito.
Alguns exemplos de distopias disponíveis na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil:
Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley
Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das palavras 'pai' e 'mãe' produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e instruídas para cumprir o seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento.
1984 de George Orwell
Segundo Orwell, «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro» é uma sátira. De aparência naturalista, trata das realidades e do terror do poder político, não apenas num determinado país, mas no mundo — num mundo uniformizado. Foi escrito como um ataque a todos os factores que na sociedade moderna podem conduzir a uma vida de privação e embrutecimento.
A Laranja mecânica de Anthony Burgess
Narrada pelo protagonista, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário que então domina a sociedade.
Fahrenheit 451 de Ray Bradbury
Fahrenheit 451 é uma novela distópica, que retrata uma sociedade ficcional no século XXI, onde o regime totalitário está determinado a garantir a felicidade dos seus súbditos, e para a alcançar proíbe severamente a posse e a leitura de livros considerados como fonte de problemas e teorias conflituosas. Este é um livro interessantíssimo que retrata uma sociedade altamente tecnológica e embrutecida, mas onde não há felicidade, apenas esquecimento e escuridão.
A máquina do tempo de H. G. Wells
Em A máquina do tempo, um viajante no tempo, depois de
mergulhar mais de oitocentos mil anos no futuro, vislumbra uma trágica sociedade
dividida em duas facções: os ociosos e pacíficos Eloi, à imagem das classes
altas da época vitoriana, e os bárbaros e predadores Morlocks, confinados aos
subterrâneos do planeta. Paralelamente, A Máquina do Tempo encerra uma
filosofia da evolução humana e uma crítica à sociedade do tempo de H. G. Wells,
com inevitáveis ecos no presente, alertando para as consequências do fosso
crescente entre classes e para a exploração e miséria humana. Escrito na
viragem do século, numa era vitoriana de progresso científico e industrial,
este livro viria a conhecer um enorme êxito e perduraria como uma das
principais fantasias da literatura e do cinema.
Para saber mais consulte:
- https://www.infoescola.com/literatura/distopia-na-literatura/
- https://www.mundodek.com/2015/11/as-20-melhores-distopias-da-literatura.html#.XKTFHtJKgdU
- https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2016/11/como-reconhecer-uma-distopia.html
- http://www.revistaestante.fnac.pt/distopias-precursores-contemporaneos/
- Comunicação e mídia na literatura distópica de meados do século XX de Rudinei Kopp
- A sombra do universo da distopia de Luís Caetano, Filipa Melo, Rui Tavares - Ensina RTP
Leia, porque ler é um prazer!
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