sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Tempo para a Poesia: "Clepsidra"


Estátua

Cansei-me de tentar o teu segredo:
No teu olhar sem cor, - frio escalpelo,
O meu olhar quebrei, a debatê-lo,
Como a onda na crista dum rochedo.

Segredo dessa alma e meu degredo
E minha obsessão! Para bebê-lo,
Fui teu lábio oscular, num pesadelo,
Por noites de pavor, cheio de medo.

E o meu ósculo ardente, alucinado,
Esfriou sobre o mármore correcto
Desse entreaberto lábio gelado…

Desse lábio de mármore discreto,
Severo como um túmulo fechado,
Sereno como um pélago quieto.

Clepsidra in
Camilo Pessanha

Livro disponível para empréstimo nas Rede de Bibliotecas Públicas do Concelho de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

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