Em meados do século XX, em resposta ao abandono da fé cristã pelas classes trabalhadoras, alguns padres arriscaram assumir a condição operária, partilhando assim plenamente da experiência daqueles que desejavam evangelizar, fazendo-se pobres com os pobres. Luís Martins Ferreira foi um dos que, em Portugal, abraçaram esse caminho.
Nascido em 1943, em Arganil, ingressou nos Filhos da Caridade em 1971, após um período formativo em Paris, que o levou a participar nas greves e manifestações do Maio de 1968, episódio recordado num dos capítulos do livro O Torno e o Altar – Memórias de um padre-operário (Paulinas Editora), onde também evoca a novidade e a importância do movimento dos padres-operários em França.
Depois da passagem por França, Luís Martins Ferreira foi viver para a Península de Setúbal, região profundamente industrializada. Trabalho como fresador e torneiro mecânico em empresas como a Standard e a Equimetal, onde conheceu o drama dos salários em atraso e dos despedimentos.
Animado de um inabalável sentido de justiça, envolveu-se ativamente nas lutas dos trabalhadores e participou na fundação do Movimento de Esquerda Socialista (MES) (...)
O livro O Torno e o Altar é um poderoso testemunho de vida vivida de mangas arregaçadas, ao serviço daqueles que, vezes demais, a Igreja e o poder descuraram, e uma inspiração nestes tempos em que se interrogam os modelos de evangelização herdados e se busca uma nova forma de mostrar a proximidade de Jesus aos homens e mulher de hoje.
Texto adaptado a partir da badana do livro
Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.
Leia, porque ler é um prazer!
Sem comentários:
Enviar um comentário
O seu comentário é bem vindo! Partilhe as suas ideias sobre livros e escritores, tente seduzir alguém para o prazer de ler!