terça-feira, 28 de julho de 2009

A papisa Joana de Donna Woolfolk Cross


CROSS, Donna Woolfolk - A papisa Joana.
7ª ed. Barcarena : Presença, 2005. 458 p. ISBN 972-23-2641-4


A Autora

Donna Woolfolk Cross é licenciada em Literatura. É autora das obras Word Abuse e Mediaspeak. A Papisa Joana é o seu primeiro romance.

Sinopse

A autora reuniu, numa perfeita combinação, aspectos lendários com factos históricos do qual resultou um romance sobre Joana de Ingelheim. Filha de um missionário inglês e de uma mãe saxónica, Joana, nascida a 814, sente-se frustrada pelas limitações impostas à sua vida pelo simples facto de ter nascido com o sexo errado. O seu irmão Mateus começou a ensiná-la a ler e escrever quando Joana contava apenas seis anos. Com a sua morte, Joana recorre a toda a sua astúcia e capacidade de ludibriar de modo a continuar a dar largas à sua paixão pelo saber. Mais tarde, Joana foge de casa para seguir os passos do seu irmão João, a caminho da escola religiosa na Catedral de Dorstadt, onde ela se torna a única presença e estudante feminina tolerada. O irmão morre e Joana, usando as roupas e identidade do irmão, foge e entra para o mosteiro de Fulda, onde ela se passa a chamar João Anglicus. Trilhando o caminho de monge a padre, enquanto apurava o seu conhecimento e técnicas de cura, Joana começa a traçar a sua rota direita a Roma. É nos meandros de várias intrigas políticas no meio eclesiástico que Joana ascende ao posto de pontífice máximo da Igreja Católica.

Excerto

"(…) Encontrou João deitado, tal como o tinha deixado, estirado no interior escuro da catedral. O seu corpo estava mole e não ofereceu resistência, quando ela o virou de lado. Ainda não tinha chegado à rigidez da morte.
- Perdoa-me – murmurou ela, ao despir João do seu manto.
Quanto terminou, tapou-o com o manto que ela tinha despido. Fechou-lhe os olhos docemente e colocou-o numa posição o mais decente que lhe foi possível. Levantou-se, esticando os braços, adaptando-se ao peso e à sensação causada pelas suas novas vestes.(…) Apalpou a faca de cabo de osso que tinha tirado do cinto do João.
A faca do pai. (…)
Dirigiu-se ao altar. Tirando a touca, colocou o cabelo sobre o altar. Ele espalhou-se por cima da pedra macia, quase branco à luz pálida.
Levantou a faca.
Lenta e deliberadamente, começou a cortar. (…)”

Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário é bem vindo! Partilhe as suas ideias sobre livros e escritores, tente seduzir alguém para o prazer de ler!