Tal como a leitura, a aprendizagem da escrita terá de passar por várias fases, uma vez que para escrever não basta usar sinais gráficos, está implícito o sistema sintáctico e o semântico. Para além de conhecer o alfabeto é importante o domínio dos fonemas, que podem corresponder aos grafemas e às regras gramaticais que os regem. A aquisição das formas gráficas é lenta e não é igual para todas as crianças.
Escrever bem, é um processo de comunicação dos mais complexos, pois não só exige competências no falar, mas também competências de uma boa organização de ideias que as tornem compreensivas, para quem as ler. Escrever, exige uma planificação daquilo que se pretende transmitir e não só o uso de um código escrito; a seguir ao domínio das capacidades de uma recodificação (escrever o que se ouve), é preciso ter a capacidade de escrever (transmitir o pensamento).
“Para dominar a linguagem escrita é necessário um verdadeiro processo de aprendizagem, em larga medida dependente do meio e de experiências mais ou menos formais destinadas a facultar essa aprendizagem.” (Castro, e Gomes, 2000).
A aquisição da leitura e da escrita deve ocorrer num ambiente onde não haja medos nem receios, tendo em conta o seu ritmo de aprendizagem e o seu desenvolvimento. A criança deve estar envolvida em experiências significativas para que esta aprendizagem se efectue com êxito. Para que isso aconteça o professor deve dar a possibilidade à criança de compreender a linguagem escrita como um instrumento de comunicação e um objecto de conhecimento. É um objecto que pode ser transformado, alterado, ou recriado através de trocas sociais. Assim sendo, a escrita deixa de ser uma habilidade motora para se tornar uma forma nova e complexa de linguagem.
Os contributos que a Psicologia e a Linguística têm trazido à actividade docente são muito valiosos, pelo que se torna vantajoso que todo o professor possa dispor dessa informação, pois ela permite-lhe tomar consciência dos diferentes processos de aprendizagem que ocorrem durante as fases de desenvolvimento da criança, assim como das diversas funções da linguagem e do modo como funciona a língua que todos falamos.
Só dominando os instrumentos que permitem conhecer melhor o aluno, apreender as diferentes realidades vividas pelas crianças, estando atento às suas dificuldades, o professor se encontra melhor preparado para exercer a sua acção pedagógica e conseguir que os educandos tenham sucesso.
Um professor atento e bem informado sabe que a escola pode fazer muito pelas crianças carenciadas inclusive, de afecto e de estímulo intelectual. Assim, deverá descobrir os métodos de ensino e estratégias diversificadas que melhor proporcionem aos alunos o domínio da língua falada e escrita, que correspondam ao interesse do aluno e tenham significado para ele. O aluno encontrará assim, o incentivo para o seu crescimento e um desafio, ou convite ao prazer, de descobrir e aperfeiçoar a sua própria aprendizagem.
Maria João Cavaleiro
Professora bibliotecária
Professora bibliotecária
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