O vento e a lua de Rita Ferro
Lisboa: Contexto, 1993
“Rita Ferro não tem uma escrita de alta qualidade, apenas fluente e eficaz, mas o dom, bastante raro, do diálogo, natural, espontâneo e muitas vezes carregado de sentido erótico. E também um desgarrado humor. Pompeia, a personagem central da fábula, é um rapariga pobre com vocação da dádiva, mesmo nos seus amores, que vão ser muitos, numa existência itinerante, pelas ruas, pelo acaso dos encontros, pelas casas onde serve. Graças à amizade com um escritor excêntrico, O’Cartney, adquire uma certa cultura rudimentar e o amor pela poesia. Apaixona-se e é mal sucedida, devido ao amor de Daniel pelo vinho. Torna-se amiga de Assunção, filha da senhora que a esmaga com a sua superioridade de classe, vive episódios mais ou menos dramáticos e burlescos e, quando o livro termina, após a morte de O’Cartney, descobre o sentimento da maternidade junto de um bebé, que nem é seu, filho de Assunção”
Recensão de Urbano Tavares Rodrigues
Disponível em: http://www.leitura.gulbenkian.pt/index.php?area=rol
“O Vento e a Lua é, sem dúvida, o livro mais inspirado de Rita Ferro. Nele, a Autora dá asas à Fantasia para nos oferecer uma história esplendorosa e cinematográfica, com todos os ingredientes de um grande clássico.”
Em “O vento e a lua” a descrição brutal do ambiente de miséria em que Pompeia é gerada contrasta largamente, com a mestria de uma narrativa que nos conduz ora com amargura, ora com doçura e suavidade permitindo-nos levar para uma multiplicidade de escritas, gestos e sons, muito para além das imagens e cânones convencionais.
Luís Bento
Excerto de uma entrevista a Rita Ferro disponível em:
http://bento-vai-pra-dentro-bento.blogspot.pt/2012/06/entrevista-com-rita-ferro.html
Nota biográfica: Escritora portuguesa, Rita Maria Roquette de Quadros Ferro Ochôa, nasceu a 26 de Fevereiro de 1955. Fez um curso de Design de Interiores do IADE
Com apenas 20 anos, exercia já o cargo de redactora de publicidade nas Selecções do Readers Digest que manteve 22 anos e durante os quais assinou alguns dos seus trabalhos com pseudónimos - Marta Neves e Lúcia de Abreu.
Com 35 anos, viu publicado o seu primeiro livro "Nó na Garganta" cuja venda ultrapassou os 50 mil exemplares. Dois anos mais tarde, edita "O Vestido de Lantejoulas", cujo êxito vai abrir as portas a diversos convites para colaboradora nas revistas Marie Claire, Ler e TV Guia e nos Jornais Semanário, A Capital e Diário de Notícias.
Leccionou a cadeira de Publicidade Redigida no Instituto de Artes Gráficas, Design e Marketing, participou em conferências e colóquios, em programas televisivos e radiofónicos.
Escritos alguns textos dramáticos, de que se destaca "O Bom Partido", a autora agarra definitivamente a ficção e edita os títulos "O Vento e a Lua - História de Uma Vagabunda", "Uma Mulher não Chora", "Os Filhos da Mãe" e "A Meia-Irmã". Em colaboração com a filha, Marta Gautier, publicou "Desculpe lá, Mãe. Também em parceria, mas desta vez com a sua irmã Mafalda Ferro, elaborou a fotobiografia "Retrato de Uma Família: Fernanda de Castro, António Ferro e António Quadros". É autora também de "Por instinto".
Leia, porque ler é um prazer!
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