sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Divulgando o Fundo Local XIV: na ondulação da maré

Na ondulação da maré é o quarto livro editado por Jaime da Costa Lopes, natural da aldeia de Sobral Gordo. Um livro de poesia que se centra na concepção da liberdade do autor e no desejo de acertar contas com a vida.

Jaime Lopes nasceu a 11 de Outubro de 1946. Cedo rumou para Lisboa – Cova da Piedade, trabalhando como marçano numa mercearia. Em 1963 alistou-se como voluntário na Marinha de Guerra Portuguesa, fazendo diversas viagens de serviço sobretudo às antigas colónias. Reformou-se em 2004, quando desempenhava as funções de Patrão-Mor na Capitania de Ponta Delgada, lugar onde escreveu grande parte dos poemas que compõem a obra Na ondulação da Maré.

De acordo com palavras proferidas pelo autor, neste livro “poderão apreciar os três vértices poéticos do meu triângulo mais favorito: o mar, a natureza e, obrigatoriamente, os pedaços desta minha aldeia (Sobral Gordo)”

De acordo com E. S. Tagino, prefaciador do livro, este fala-nos essencialmente de ternura. “Em cada verso, como em cada onda, nós sentimos que o “comandante” que nos guia nesta aventura poética tem um Mundo dentro de si muito maior que esse mundo terreno, em que humanamente se revela. (…) Mundo que está plasmado em palavras de esperança e optimismo que configuram, desde o início, o mais essencial da vida do poeta." 
Os poemas contidos no livro revelam uma coerência estética, quer no conteúdo, quer na forma e em cada poema Jaime Lopes faz uma viagem que começa no mundo exterior, físico e palpável, em direcção a riqueza interior da pessoa, enquanto indivíduo.

Um livro que vale a pena ler e que revela a imensa sensibilidade de Poeta de Jaime Lopes.
Escrever um livro
é viver
à luz das horas íntimas
de momentos espreguiçados
é mergulhar
em vales de melancolia
e ouvir tristes lamentos
que nos faz chegar o vento

Escrever um livro
é escutar
os murmúrios aveludados
do zumbido das letras
que formam palavras
sempre em viagem
sem odor do medo

Escrever um livro
é continuar
vivo para além da morte
depois de entrar na escuridão
e no silêncio desamparado
de um sonho acabado
 
Leia, porque ler é um prazer!

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