terça-feira, 12 de novembro de 2013

O velho que lia romances de amor de Luis Sepúlveda

Antonio José Bolívar Proaño vive em El Idilio, um lugar remoto na região amazónica dos índios shuar, com quem aprendeu a conhecer a selva e as suas leis, a respeitar os animais que a povoam, mas também a caçar e descobrir os trilhos mais indecifráveis.

Um certo dia resolve começar a ler, com paixão, os romances de amor que, duas vezes por ano, lhe leva o dentista Rubicundo Loachamín, para ocupar as solitárias noites equatoriais da sua velhice anunciada. Com eles, procura alhear-se da fanfarronice estúpida desses "gringos" e garimpeiros que julgam dominar a selva porque chegam armados até aos dentes, mas que não sabem enfrentar uma fera a quem mataram as crias.

Descrito numa linguagem cristalina e enxuta, as aventuras e emoções do velho Bolívar Proaño há muito conquistaram o coração de milhões de leitores em todo o mundo, transformando o romance de Luis Sepúlveda num "clássico" da literatura latino-americana.

Fonte: www.wook.pt

Foi a experiência de Luís Sepulveda na selva amazónica que deu origem a este livro. Numa noite de tempestade um velho deu-lhe abrigo, esse velho que vivia no meio da selva “Lia romances de amor”! Clique e leia o prefácio do autor.

- (…) Trouxe-te dois livros.
Os olhos do velho iluminaram-se.
- De amor?
O dentista fez que sim.
António José Bolivar Proaño lia romances de amor, e em cada uma das suas viagens o dentista abastecia-o de leitura.
- São tristes? – perguntava o velho.
- De chorar rios de lágrimas – garantia o dentista.
- Com pessoas que se amam mesmo?
- Como ninguém nunca amou.
- Sofrem muito?
- Eu quase não consegui suportar – respondia o dentista.
Mas o doutor Rubicundo Loachamín não lia os romances.
Quando o velho lhe pediu o favor de lhe trazer leitura, indicando muito claramente as suas preferências – sofrimentos, amores infelizes e desfechos felizes -, o dentista sentiu que estava perante um encargo difícil de cumprir. (…)”

"Bastam vinte linhas para que o leitor fique preso à magia desta falsa candura, desta ilusória ligeireza, sem poder deter-se, até ao fim do romance, que parece chegar demasiado depressa, tal o prazer que a sua leitura dá." (Le Monde)

"Uma prosa rápida, quase cinematográfica, com capítulos curtos e parágrafos muito breves, que levam o leitor a só largar o livro depois de ter acabado de o ler." (El País)

Leia, porque ler é um prazer!

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