quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Octavio Paz


Octavio Paz (1914-1998), poeta e ensaísta mexicano, foi uma das figuras mais importantes da literatura latino-americana contemporânea.
Estudou direito na Universidade do México e, posteriormente, nos EUA. Estreou-se como escritor em 1933 com a publicação da sua primeira colectânea de poemas, Luna Silvestre
Em 1937 partiu para Espanha, onde combateu nas fileiras republicanas durante a Guerra Civil Espanhola.
Em 1938 participou na fundação da revista Taller. Em 1943 parte para os Estados Unidos da América com uma bolsa atribuída pela Fundação Guggenheim, tomando aí contacto com a poesia modernista na Universidade de Berkeley.
Em 1945 entrou ao serviço do Corpo Diplomático Mexicano, tendo enquanto embaixador passado pela França, Índia e Japão. Em 1968, em sinal de protesto contra o governo mexicano, demite-se das funções diplomáticas, seguindo a partir de então a carreira académica, com passagem pela Universidade de Cambridge e de Harvard. 
Em 1981 recebeu o Prémio Cervantes, em 1990 o Prémio Nobel de Literatura, em 1993 o Prémio Príncipe das Astúrias e, em 1994, a Grã-Cruz da Legião de Honra de França.
Octavio Paz faleceu a 19 de abril de 1998.


Parafraseando a Academia Nobel, a escrita de Octavio Paz é apaixonada e reflecte vastos horizontes, caracterizados por uma inteligência sensual e uma clara integridade humanística.
Apesar de também ter abordado outros géneros literários, é pela poesia que Octávio Paz se distingue no panorama literário. O autor considerava a poesia como “a religião secreta da era moderna”.
Elliot Weinberger, crítico literário norte-americano e tradutor de muitas das obras de Octavio Paz, escreveu que para Paz "a revolução da palavra é a revolução do mundo, e que ambos não podem existir sem a revolução do corpo: a vida como arte, um retorno à unidade mítica do pensamento e do corpo, do homem e da natureza, do eu e do outro. "

À margem


Tudo o que brilha na noite,
colares, olhos, astros,
serpentinas de fogos de cores,
brilha em teus braços de rio que se curva,
em teu pescoço de dia que desperta.

A fogueira que acendem na floresta,
o farol de pescoço de girafa,
o olho, o girassol da insónia,
cansaram-se de esperar e perscrutar.

Apaga-te,
para brilhar não há como os olhos que nos vêem:
contempla-te em mim que te contemplo.
Dorme,
veludo de bosque,
musgo onde reclino a cabeça.

A noite com ondas azuis vai apagando estas palavras,
escritas com mão volúvel na palma do sonho.

In:
Antologia poética


Livros do autor disponíveis na rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil:

Fernando Pessoa : O desconhecido de si mesmo. 2ª ed. Lisboa : Vega, 1992. 42 p. ISBN 972-699-069-6
Antologia poética. 1ª ed. Lisboa : Dom Quixote, 1984. 117, [2] p.
O macaco gramático. [S.l.] : Bibliotex Editor, 2004. 128 p. ISBN 84-96180-48-4
A chama dupla : amor e erotismo. Lisboa : Assírio & Alvim, 1995. 159, [4] p. ISBN 972-37-0381-5

Para saber mais sobre este autor consulte:

http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1990/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Octavio_Paz

http://www.colegionacional.org.mx/SACSCMS/XStatic/colegionacional/template/content.aspx?se=vida&te=detallemiembro&mi=176

http://www.poetryfoundation.org/bio/octavio-paz

http://www.ciencialit.letras.ufrj.br/garrafa6/23.html

http://www.octaviopaz.org/bolet%C3%ADn

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