quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Viajar sem bilhete (VIII)


MENDES, Pedro Rosa - Baía dos Tigres. 3ª ed. Lisboa : Dom Quixote, 2000. 408 p. ISBN 972-20-1664-4

Pedro Rosa Mendes, repórter galardoado do "Público", partiu em Junho de 1997, com uma bolsa de criação literária do Centro Nacional de Cultura, mochila às costas, máquina fotográfica e gravador, para uma viagem de Namibe, ao sul de Angola, onde se situa a Baía dos Tigres, a Quelimane, Moçambique, atravessando o continente Africano de costa a costa, à semelhança de Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens, por picadas, rios e caminhos de ferro. Regressaria três meses e meio depois desta viagem, carregado de histórias bastantes diferentes das que aqueles exploradores certamente encontraram. Histórias de ódio e de horror, de crueldade, num continente onde uma guerra sem fim à vista, tem vindo a aniquilar cada vez mais gente. Em mais de quatrocentas páginas, "Baía dos Tigres" é um relato dessas histórias, como diz Alexandra Lucas Coelho no suplemento Leituras, do "Público", «barroco, denso, infernal. Fino, claro, transparente. Como acontece aos homens ser.»

BECKFORD, William - Alcobaça e Batalha : recordações de viagem. Lisboa : Vega, 1997. 126 p. ISBN 972-699-553-1

Foi durante a segunda estadia em Portugal que Beckford visitou os Mosteiros de Alcobaça e Batalha.

A permanência nos mosteiros prolongou-se por doze dias, de 03 a 14 de Julho de 1794, relatados no livro “Recollections of an Excursion to Alcobaça e Batalha”, escrito praticamente quarenta anos após a visita.

O principal registo digno de nota na obra de Beckford prende-se com o facto deste manifestar não só a sua admiração pelo povo português e pelos seus costumes, mas também a repulsa face às convulsões singradas pela Revolução Francesa, que grassavam por toda a Europa, contrastando com a pacatez lusitana. Outro facto digno de registo, é o tom transmitido pelo autor, que oscila entre a ironia, o humor e até um certo saudosismo, muito mais característico da índole portuguesa.

Esta narrativa do século XVIII, de sensibilidade pré-romântica e estilo elegante, proporciona um relato dotado de graciosidade e porventura alguma imaginação do quotidiano dos Mosteiros de Alcobaça e Batalha. 


VERNE, Jules - A volta ao mundo em oitenta dias. Porto : Público Comunicações Social SA, D.L. 2004. 254 p. ISBN 84-9789-487-1

Phileas Fogg, um aristocrata inglês, faz uma aposta arrojada com os membros do seu clube em como dará a volta ao mundo em 80 dias. Parte então à aventura, acompanhado pelo seu criado. Para vencer o desafio, teria de estar de volta a Londres no dia 21 de Dezembro de 1872, às vinte horas e quarenta e cinco minutos. Porém, Fogg é acusado de estar por detrás do assalto ao Banco de Inglaterra, o que fará com que o detective Fix parta no seu encalço, perseguindo-o para onde quer que Fogg vá. Do Egipto à Índia, e depois para a China, Japão, Estados Unidos (São Francisco e Nova Iorque) e de volta a Inglaterra, somos levados numa viagem através de vários continentes, em diversos meios de transporte existentes na época - vapores, comboios, carruagens , e até mesmo elefante -, numa jornada emocionante que desperta o nosso espírito de aventura e nos leva de volta à infância.


Leia porque ler é viajar sem sair do lugar!

Nota: os livros apresentados encontram-se disponíveis para empréstimo na biblioteca Municipal de Arganil.

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