Quando a sua mãe morreu inesperadamente, Sebby sentiu tanto a sua falta que começou a sonhar e a reviver momentos da vida dela. Depois de um incidente na escola, o pai de Sebby levou-o para a casa de Verão da família, na esperança de que o tempo e o local os ajudasse a recuperar. Mas este isolamento ainda fez pior ao pai, deixando Sebby entregue a si próprio. A inesperada amizade junto das crianças vizinhas, assim como as pequenas cartas que enviava à sua professora, ajudaram-no a ultrapassar o vazio do passado. Contudo, a luta de Sebby para compreender a sua mãe levou-o a pensar se não estaria destinado a partilhar a mesma sorte.
Numa ligeira e excelente prosa apoiada pela força do destemido narrador, No topo das árvores introduz uma fresca mas poderosa voz literária.
Fonte: contracapa do livro
"Cá está, na minha cabeça, exactamente aqui, no lugar onde sei que está e onde continuo a senti-lo. O papá bate-me na cabeça como numa porta. Bate suavemente porque o papá tem mãos grandes e suaves. Diz o meu nome, Sebby.
«Sebby», diz ele, «Terra chama Sebby».
Regresso então à realidade, mas as coisas que sei continuam presas onde estão e eu continuo a saber delas. O papá pega em mim e levanta-me tão alto que consigo chegar às folhas da nossa árvore. O papá tenta manter-me assim levantado durante muito tempo. O seu rosto torna-se vermelho e a garganta emite um som profundo, porque estou a crescer e o papá não é assim tão forte. Pousa-me no chão.
«O que é?», pergunta o papá.
Encolho os ombros e digo «papá, não sei», por isso ele pensa que já passou. Mas está aqui, na minha cabeça, no sítio escuro onde guardamos as coisas e as transportamos connosco."
Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil
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