terça-feira, 19 de setembro de 2017

Novidade na Biblioteca: O leitor do comboio de Jean-Paul Didierlaurent

O poder dos livros através da vida das pessoas que eles salvam. Uma obra que é um hino à literatura, às pessoas comuns e à magia do quotidiano.

Jean-Paul Didier Laurent é um contador de histórias nato. Neste romance, conhecemos Guylain Vignolles, um jovem solteiro, que leva uma existência monótona e solitária, contrariada apenas pelas leituras que faz em voz alta, todos os dias, no comboio das 6h27 para Paris.

A rotina sensaborona do protagonista desta história muda radicalmente no dia em que, por mero acaso, do banquinho rebatível da carruagem salta uma pendrive que contém o diário de Julie, empregada de limpeza das casas de banho num centro comercial e uma solitária como ele… Esses textos vão fazê-lo pintar o seu mundo de outras cores e escrever uma nova história para a sua vida.

O Leitor do Comboio revela um universo singular, pleno de amor e poesia, em que as personagens mais banais são seres extraordinários e a literatura remedia a monotonia quotidiana. Herdeiro da escrita do japonês Haruki Murakami, dotado de uma fina ironia que faz lembrar Boris Vian, Jean-Paul Didierlaurent demonstra ser um contador de histórias nato.

Fonte: contracapa do livro
Siga o link e leia as primeiras páginas do livro.
A composição imobilizou-se junto à plataforma com um violento rangido de freios. Guylain afastou-se da linha branca e subiu para o estribo da carruagem. À direita da porta, aguardava-o um estreito banco rebatível. Preferia a dureza do tampo plástico cor de laranja à macieza dos bancos estofados. Com o passar dos anos, o banco rebatível acabara por fazer parte do ritual. O ato de baixar o assento tinha qualquer coisa de simbólico que o tranquilizava. À medida que a carruagem se punha em marcha, tirou a pasta de cartão da maleta de cabedal que o acompanhava sempre. Entreabriu-a com cuidado e exumou, do meio de dois mata-borrões de um rosa-bombom, a primeira folha. O papel fino, meio rasgado e esfrangalhado no canto superior esquerdo,  pendia-lhe entre os dedos. Era uma página de livro, formato 13x20. O jovem examinou-a por momentos antes de a pousar de novo no meio das folhas de papel absorvente. Pouco a pouco fez-se silêncio na carruagem. Por vezes, os «chius» de desaprovação retumbavam para fazer calar algumas conversas que custavam a morrer.E então, como todas as manhãs, depois de um derradeiro pigarrear, Guylain começou a ler em voz alta (...)
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